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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Open Frets Guitar de Katalin Koltai: uma ideia revolucionária.

 


Olá ... mais um post para nossa conta aqui no The Tao of the Guitar. E, como estamos dizendo em todos os posts de 2025: são 20 anos de The Tao of the Guitar! Oooohooouuu!  ... Desde o ano de 2005 que estamos aqui em nossas postagens sobre violão e música. Vamos em frente.

:)

Hoje vamos falar um pouco sobre as nossas impressões ao assistir um vídeo no Youtube que apresenta a ideia do Open Frets Guitar, da Dra. Katalin Koltai.  Poxa ... é o tipo de ideia genial que a gente ouve de alguem e pensa: "Como ninguem pensou nisso antes?" ... Realmente as coisas mais geniais são mesmo ideias simples que trazem uma complexidade benvinda para nossa arte.

Aqui está o vídeo do canal da Dra. Koltai:


Vou adicionar ao nosso post aqui no blog, uma tradução para o português do texto que está no site da violonista Katalin Koltai, em que ela descreve o OPEN FRETS GUITAR:

"Como uma violonista inovadora, exploro novos sons de violão e amplio os limites da linguagem do violão. Durante meu doutorado no Centro Internacional de Pesquisa de Guitarra da Universidade de Surrey (2018–2023), desenvolvi um novo design de violão com braço magnético e sistema de capo magnético. Originalmente chamado de "Ligeti Guitar", este instrumento foi criado para facilitar elementos de novas músicas que não podem ser tocados em um violão convencional.

No entanto, rapidamente percebi que esta invenção tem um potencial muito mais amplo para além da sua aplicação em novas músicas. Ao abrir o braço do violão, amplia as capacidades harmónicas do instrumento, oferecendo oportunidades criativas em vários campos. A Open Frets Guitar baseia-se nesta invenção, expandindo seu uso em vários gêneros musicais, música comunitária e pedagogia." (Texto extraido de https://katalinkoltai.com/ ... tradução com Google TR/adaptação e correção por JPP)


Poxa, assim que vi esse vídeo da Katalin Koltai no Youtube, meu primeiro impulso foi de compartilhar com meus alunos na aba "Comunidade" lá no meu canal. Mas achei importante fazer um post aqui também com mais impressões sobre esta invenção. As possibilidades parecem ser imensas ... sempre achei o capotrasto uma ferramenta incrível. Normalmente usamos em música da renascença, mas seu uso pode ser bem mais amplo. E em muitos momentos em minha formação eu também já pensei algo como: "poxa, e se eu pudesse segurar esta ou aquela nota impossível em uma determinada passagem?" ... Lembro inclusive, que em algumas passagens que eu não conseguia tocar em peças do meu repertório da universidade (tenho mão pequenas) alguns colegas faziam uma piada do tipo: "Tem que ter um estagiário pra segurar essa nota aí" ... Então, vocês podem imaginar minha empolgação ao ver esta nova invenção. A única restrição que pensei foi a dificuldade de ter que possuir um violão especial com braço magnético para poder fazer uso destes pequenos capotrastos de uma nota só. Mas, é provável que num futuro próximo esta ideia se expanda para algo que possa ser utilizado que qualquer violão. Invenções assim nos fazem realmente pensar que apesar de todos os problemas, é incrível estar vivendo no séc XXI e que o futuro (apesar de possivelmente distópico) traz também muitas esperanças e invenções fantásticas.

Parabéns Dra. Katalin Koltai ... sua invenção é incrível! Assim como sua música.


Grande abraço musical e fraterno.

Bons estudos.

:)

[]

João Paulo Pessoa.


INTEGRAIS de Edelton Gloeden: o nosso "disco incrível de hoje" ... e de amanhã também.

 



Olá ... mais um post aqui para o The Tao of the Guitar. São 20 anos de blog ... desde 2005 que seguimos com firmeza em nossas postagens sobre violão e música.

:)

Poxa vida, em nosso podcast Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa, eu falo sobre discos já faz um bom tempo. É um espaço onde busco indicar álbuns para os meus alunos ouvirem. Como se trata de um podcast audiovisual, eu costumo fazer os episódios falando de álbuns que possuo fisicamente em minha coleção. E faço as indicações de álbuns digitais (streaming) em minhas redes sociais como Instagram e/ou Facebook. Já havia indicado para vários alunos e colegas esse álbum incrível, de 2024, do professor Edelton Gloeden: INTEGRAIS/COMPLETE WORKS... escutei várias vezes no meu streaming de música. Mas tem um momento em que a gente pensa: "eu preciso ter esse disco!". Pois é ... foi o que fiz. Acabo de encomendar minha cópia com a certeza de que minha coleção de discos ficará mais rica muito em breve. Poderei então estudar melhor estas incríveis gravações do grande mestre Edelton Gloeden.

Vou deixar aqui o link para você ouvir agora no YoutubeMusic (plataforma de streaming que uso atualmente):

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_ln5x6vav0UBlJj8r1f8p8_DoRNASNku9M&si=wj_zbv4_leLXbsm5

Mas, clique neste link sabendo que são duas horas e meia de escuta, de uma música rica, densa e profunda ... feita com muito esmero e dedicação por um mestre com décadas de experiência. Eu não tenho nem palavras para descrever a importância desse material. Simplesmente escutem com atenção máxima.

Pra quem coleciona discos e estuda violão é com certeza um item indispensável na coleção. Eu comprei na loja do SESC:

https://www.sescsp.org.br/editorial/integrais/

Mas você encontra em outras lojas também. Aqui um link para a loja do portal Violão Brasileiro:

https://www.violaobrasileiro.com.br/loja/produto/edelton-gloeden-integrais-cd-fisico/

Vou copiar aqui no nosso post, alguns textos lá do portal Violão Brasileiro, que resumem a importância deste trabalho premiado do professor Edelton Gloeden:

"Edelton Gloeden – Integrais 

Compositores: Edino Krieger, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Osvaldo Lacerda, César Guerra-Peixe

Selo: Sesc | Ano: 2024

SOBRE EDELTON GLOEDEN: Um dos mais destacados violonistas brasileiros da atualidade, apresenta-se em recitais solo, com grupos de câmara, e em concertos com orquestra em todo o Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. Vem dedicando-se intensamente ao repertório de música brasileira, realizando inúmeras primeiras audições mundiais de obras de compositores como Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Cláudio Santoro, Gilberto Mendes e Jorge Antunes, entre outros. É Doutor em Artes pela Universidade de São Paulo, onde é professor no Departamento de Música, e é presença constante nos mais importantes festivais de música do país, entre eles os de Campos do Jordão, Brasília, Porto Alegre, Poços de Caldas, Campo Grande e João Pessoa. Foi o diretor artístico de todas as edições do Festival Internacional de Violão Leo Brouwer em São Paulo, com a presença de grandes músicos internacionais. Em sua discografia, destacam-se os CDs recém-lançados Mitología de las Águas, com obras de Leo Brouwer (Ediciones Espiral Eterna, Cuba), Puertas, com a soprano Adélia Issa (Selo Sesc), e 12 Valsas Brasileiras em Forma de Estudos de Francisco Mignone (projeto contemplado nos Editais ProAc, São Paulo).

DESCRIÇÃO: O repertório traz, pela primeira vez reunidas em um mesmo disco, as obras completas para violão solo de alguns dos mais destacados compositores brasileiros: Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Osvaldo Lacerda, Edino Krieger e César Guerra-Peixe. As peças representam alto grau de elaboração, expressividade, texturas, diversidade estilística. Elementos que apresentam a riqueza da música brasileira tanto em suas particularidades históricas e culturais quanto em seu diálogo com as tendências estéticas de criações internacionais. 

Para entender o tamanho da empreitada do violonista nesse projeto, o álbum físico é acompanhado por um livreto com 80 páginas que contém textos de Lutero Rodrigues, Marcelo Fernandes, Clayton Vetromilla e Felipe Garibaldi, além do próprio Edelton Gloeden. Cada um deles analisa a trajetória de cada compositor com o violão, com tradução para o inglês.

A partir da década de 1950, houve no Brasil um crescimento significativo e praticamente ininterrupto na criação de obras para violão solo, e também sua inserção na música de câmara para diversas formações e para violão e orquestra. Pela excelência, algumas destas obras tiveram boa repercussão, atraindo a atenção de intérpretes internacionais, enquanto outras estão ainda por merecer um olhar mais atento. 

Pelo fato dessas obras serem, em sua maioria, de compositores que não tocavam o instrumento, elas apresentam grandes desafios aos intérpretes, tanto de ordem técnica quanto musical. Outros fatores estão ligados à atuação desses criadores, como a defesa intransigente de princípios estéticos, a desinformação por parte dos intérpretes e ao difícil acesso às partituras, com edições esgotadas ou mesmo pela falta de publicações. Mais recentemente, a inserção do ensino do instrumento em cursos de Graduação e Pós-Graduação vem possibilitando estudos aprofundados que propiciam a disseminação e preservação da memória musical do violão brasileiro. Apesar das obras para violão serem voltadas predominantemente à pequena forma, estas se destacam pela grande expressividade, muitas delas de um virtuosismo intimista, ricas em texturas, e impregnadas de elementos que vão da musicalidade do Brasil profundo ao diálogo, a seu tempo, com diversas tendências do repertório internacional."

Um disco pra a gente ouvir muitas e muitas vezes ... gravações de referência pra ficar na história.

Espero ter ajudado.

Grande abraço musical e fraterno e bons estudos.

:)

[]

João Paulo Pessoa


Aniversário de 30 anos do CD do Cruor!

 



Olá ... mais um post aqui no nosso blog. Comemorando, é claro, os 20 anos do The Tao of the Guitar. Desde o ano de 2005 que estamos firmes aqui nas postagens sobre música e violão ... são 20 anos de blog. Um marco bem interessante mesmo.

Mas 2025 também é o ano em que o CD do Cruor completa 30 anos de gravado. Em 1995 eu estava tocando guitarra nesta banda incrível de thrash metal. Gravamos o nosso CD naquele ano ... e foi um marco na história do Heavy Metal em Pernambuco. Fomos a primeira banda de metal pernambucana a ter um trabalho registrado e lançado em CD. Na época, as bandas alternativas do Recife ainda estavam trabalhando com o então famoso formato de "Fitas-demo", e nenhuma banda de heavy metal do nosso estado havia gravado e lançado um CD ainda (nem mesmo vinil, que eu saiba). O cd do CRUOR, gravado em Olinda-PE em 1995, foi masterizado, fabricado e lançado na Suiça na época. A história está registrada não apenas em nosso CD, mas também no livro PESADO: Origem e Consolidação do Metal em Pernambuco, de Wilfred Gadêlha. Esta obra incrivelmente importante do jornalista e músico Wilfred Gadêlha conta não apenas a história do Cruor, mas de toda uma cena do heavy metal pernambucano, destacando a trajetória de diversas bandas importantes que fizeram (e fazem) o movimento do Heavy Metal em Pernambuco. Esse livro foi lançado em 2014. É interessante observar também que o próprio autor do livro (Wilfred), também foi integrante do Cruor em uma fase posterior à minha passagem pelo grupo. 




Depois de 30 anos de lançamento do CD do Cruor, ele tornou-se bem raro. Um ítem de colecionador mesmo. E eu mesmo não possuia mais este CD em minha coleção. Tentei comprar ... mas as pessoas que o possuiam vendiam muito caro mesmo. No discogs (maior plataforma para colecionadores e comerciantes de discos raros), o cd do Cruor está saindo por quase 900 reais (em 2025) ...

Não possuir o disco era, para mim, um certo empecilho. Além de ser também um embaraço para que produzisse algum material realtivo ao Cruor em algum de meus canais de comunicação. Mas, eis que ganho o CD de presente de uma grande amiga (Flávia Maciel ... muito obrigado Flavinha). 

Então, justamente, em 2025, 30 anos depois, fiz o meu Episódio Documentário CRUOR: 30 anos de lançamento do CD ... Um episódio mais que especial do meu podcast audiovisual Discos para ouvir-por João Paulo Pessoa.

Faz bastante tempo que venho compartilhando sugestões de escuta de álbuns em meu canal do Youtube, em meu Instagram e aqui no The Tao of the Guitar também ... Lá no Discos para ouvir por JPP, estamos no ep. 14 deste podcast audiovisual que começou como uma playlist de vídeos sobre minha própria coleção de discos.

Acontece que ainda não tinha parado para falar sobre um dos discos mais especiais da minha vida: o CD do Cruor - a lendária banda de thrash-metal pernambucana, da qual tive a honra de fazer parte entre os anos de 1992 e 2002 ... participo neste CD como guitarrista e compositor/co-autor. Como disse antes, este disco representa um marco na história da música pernambucana pesada, relacionada ao rock, ao heavy-metal, ao thrash, etc. No livro de Wilfred Gadêlha lançado em 2014, "Pesado - Origem e Consolidação do Metal em Pernambuco", há uma narrativa valiosa e uma análise sobre a importância deste CD na história do Metal de Pernambuco. E tenho bastante orgulho mesmo de abrir este livro e ver meu nome escrito em suas páginas, registrando assim minha participação nesta história tão importante.

 Mas neste episódio do nosso podcast, neste "EP. Especial - 30 anos do lançamento do CD do Cruor", eu mostro a minha perspectiva da história. É a narrativa do ponto de vista de quem vivenciou a criação da obra em questão, de quem escreveu músicas e letras presentes no CD, tocou no disco, na tour de divulgação, em vários shows, com distintas formações, etc ... 

São muita histórias, que de certa forma, complementam as informações presentes no livro: detalhes importantes sobre a gravação e/ou concepção do disco, que não cabiam na narrativa de Wilfred em seu livro, ficam aqui registrados para a posteridade. Foi uma década da minha vida com muito som pesado, e com ótimas histórias e vivencias.

Nosso podcast Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa, está disponível em várias plataformas de streaming como Spotify, Deezer, etc. 

Vou deixar aqui o link do nosso Episódio Documentário CRUOR: 30 anos de lançamento do CD lá no Youtube mesmo, por ser a plataforma que eu uso mais. Preparem a pipoca antes porque são duas horas de muita história:



Espero que seja útil a quem se interessa pelo tema.

Grande abraço musical e fraterno e bons estudos.


João Paulo Pessoa.


Escute aqui o CD do Cruor gravado em 1995. Tive a honra de fazer parte do Cruor e ser o guitarrista da banda na época da gravação deste CD. Algumas das obras do disco (como Insane Harmony, Game of Words, Banditry, entre outras) são também de co-autoria minha, junto com Jairo Neto e Zeca Aranha. Aqui está o link para a página do Cruor na plataforma Bandcamp: https://cruor.bandcamp.com/album/cruor


terça-feira, 28 de janeiro de 2025

"João Paulo Pessoa Podcast" agora no Spotify também. :)

 

Olá ... a comemoração dos 20 anos do The Tao of the Guitar segue firme. Desde 2005 que estamos aqui postando ideias com o intuito de espalhar a alegria de estudar o nosso instrumento musical. 

Um antigo sonho que eu tinha era produzir um podcast e espalhar pelo mundo minha música e minhas ideias ... poxa, finalmente estamos nesse caminho. O "João Paulo Pessoa Podcast" acaba de ficar diponível também no Spotify. 

Confira por este link:

João Paulo Pessoa Podcast no Spotify


Além do Spotify, estamos também no ApplePodcasts:

https://podcasts.apple.com/br/podcast/jo%C3%A3o-paulo-pessoa-podcast/id1793373028


No Deezer:

https://deezer.page.link/RrnF4LCyn6BXzp7y6


E na Amazon music:

https://music.amazon.com.br/podcasts/b5872dd2-e8c0-4f7b-a6a8-1be3a75fada9/jo%C3%A3o-paulo-pessoa-podcast



Continuamos no Youtube (e no Youtube Music) também é claro:

 https://www.youtube.com/playlist?list=PLFr-0gv4oMlJcH-Pr6LUl5AQ3a2jbx45Q

...

Lembrando que, em nosso canal no Youtube, temos atualmente cinco podcasts disponíveis. Vou deixar aqui o link pra cada um deles: 

-> João Paulo Pessoa Podcast (o único dos nossos podcasts que é somente de audio, os outros são audiovisuais ... e é também o único que está disponível em outras plataformas além do Youtube);

->  Discos pra ouvir;

-> Livros;

-> Filmes/jogos/HQ's e outras maravilhas;

-> Opus44 - Podcast só de violão clássico ... mas que ainda está em construção. De qualquer forma, você pode acessar o Opus44 e ouvir algumas gravações minhas ao violão.


E, fiquem atentos, pois vai estrear ainda um outro podcast em nosso canal: sobre instrumentos musicais ... ainda está sem nome. Mas a ideia deste novo podcast audiovisual será mostrar e contar a história dos instrumentos que possuo: violões, guitarras elétricas etc ... e tbm falar sobre equipamentos. Muitas ideias. O primeiro episódio já está gravado ... aguardem.

Grande abraço musical e bons estudos.

;)

[]

João Paulo Pessoa.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

"No novo tempo..."

Jam session prog rock em 11/01/2025. 
Guitarra: João Paulo Pessoa / Bateria: Vinícius Galvão / Baixo: Jairo neto.
Um reencontro mágico e histórico.
 

"No novo tempo. Apesar dos castigos. Estamos crescidos. Estamos atentos. Estamos mais vivos. Pra nos socorrer. ..." (Trecho da canção Novo Tempo de Ivan Lins)


2025 ... Como diremos sempre ao longo desse ano: 20 anos do The Tao of the Guitar. Estamos desde 2005 compartilhando aqui ideias e pensamentos relacionados ao nosso fazer musical. A razão desse post é apontar possíveis novos rumos para o The Tao of the Guitar, sem deixar nossa essência se perder e/ou se desvirtuar. 

Alguns poucos posts atrás, eu divulguei aqui a estréia do meu podcast "João Paulo Pessoa", onde, no primeiro episódio, eu conto resumidamente minha trajetória como músico e meu caminho de órfão desolado e perdido, passando por guitarrista de rock em bandas alternativas do Recife, e chegando a professor efetivo de violão erudito no Conservatório Pernambucano de Música, a mais respeitada e conceituada escola de música de nossa região, onde leciono desde o ano de 2010, quando conquistei a Cátedra de Professor Efetivo de Violão Erudito, via concurso público. Nesta jornada que narro no primeiro ep. do meu podcast, cito os nomes dos meus grandes amigos, e parceiros em experiências sonoras, Vinícius Galvão (que foi meu companheiro de grupo na histórica banda de prog rock recifense Van Ludwig*, onde ele tocava bateria) e Jairo Neto (outro companheiro do mundo do rock'n'roll, com quem toquei na famosa banda de trash metal pernambucana Cruor**, da qual Jairo é, e sempre será, o baixista, vocalista em tempos de crise, mentor intelectual, "espírito sombrio" e articulador de ideias insanas). 

Pois bem, acontece que, não por acaso, alguns dias depois de ter postado essa narrativa nas redes (através do sofisticado emaranhado de dispositivos de divulgação das minhas ideias confusas), aconteceu no dia 11 de janeiro de 2025, em um bar do Recife chamado "Bacabelha", o meu retorno oficial ao mundo do Rock'n'roll através de uma jam com Jairo e Vini. Estou aqui então, escrevendo este post para tentar descrever a sensação de estar a pelo menos 25 anos afastado do sentimento único de estar no palco com um power trio fazendo prog rock e, de repente, se ver com uma guitarra elétrica nas mãos improvisando meus solos como se nunca tivesse me afastado deles. 

Mas, vamos por partes (como dizem alguns profissionais de áreas mais ligadas a assuntos comerciais do dia-a-dia): tudo começou com uma postagem no instagram. Não ... não foi isso, foi bem antes ... mas como tudo é extremamente confuso de explicar, vamos supor uma plausível simplicidade para conseguir o feito de colocar isso em palavras de uma maneira minimamente compreesível. 

Jairo já falava comigo há muito tempo sobre como seria interessante se eu voltasse a tocar guitarra elétrica. Neste sentido, o meu amigo chileno, Matias Anguita Echiburu foi um precursor de ideias ... Sinceramente, Matiitas me enchia a paciência praticamente exigindo por anos que eu voltasse ao mundo do rock com minhas frases improvisadas de guitarra elétrica. E por mais que eu explicasse que estava envolvido com outras imaginações artísticas, mais ligadas ao universo segoviano da emulação de realidades orquestrais nas miniaturas dos sonhos violonísticos, etc etc ... Ainda assim, Matiitas não se conformava e, literalmente, me enchia a paciência. Chegou num ponto em que tive que bloquear Matias no instagram (ainda está bloqueado, na verdade), mesmo continuando a sentir um imenso amor fraternal pelo meu brother chileno, que, por sinal, foi um dos grandes responsáveis por eu gostar tanto assim de Deep Purple até hoje em dia. Portanto, Matiitas foi influente de certa forma no meu gosto pela guitarra elétrica e pelo volume da eletricidade. Matias Anguita Echiburu, apesar de ser um pouco chato às vezes, nunca deixou de ocupar um lugar de irmão em meu coração sonoro. 

Mas, voltando aos pedidos menos enfáticos de Jairo Neto por um retorno meu ao rock'n'roll, uma inteligente ideia dele foi propor ao meu grande irmão Vinícius que também conversasse comigo ... isso já tem um bom tempo. Anos. E eu, como bom obstinado que sou, sempre tentava explicar meus "sonhos segovianos" e justificava minhas escolhas explicando com fervor, quase religioso, a sofisticação do poder polifônico do violão, a delicadeza e sutileza do formato das unhas de um violonista, a imensa necessidade de imersão psicoacústica para a manutenção de uma pretensa habilidade de trânsito estilístico temporal no repertório do violão clássico, as incompatibilidades entre as técnicas de mão direita e esquerda no violão cássico e na guitarra elétrica, entre outras explicações técnicas que deviam parecer delirantemente absurdas para os meus amigos do rock'n'roll, mas, que correspondem, de fato, a uma pragmática realidade (ou quase isso, pelo menos). Mas, enfim, algum tempo depois, eu mesmo acabei me convencendo (não sei exatamente como) da necessidade de voltar a tocar guitarra elétrica. Curiosamente, e para minha surpresa, estou estudando mais violão clássico agora, depois de voltar ao rock e à guitarra eletrica ... paradoxos.

Continuando esta postagem um tanto quanto difusa de hoje, vou explicar de maneira breve e objetiva (não acredite nisso) o que aconteceu no dia 11 de janeiro de 2025. 

Decidimos, eu, Jairo e Vini, que haveria um reencontro musical. Que tocaríamos em power trio. Mas, o que tocariamos? Não tínhamos muita ideia. Apenas combinamos de fazer isso no sábado, 11/01 ... (Sabbath!). Inicialmente seria apenas um ensaio em estúdio. Mas, Jairo nos falou da possibilidade de tocarmos ao vivo, para uma pequena platéia, numa curta apresentação de 10 minutos, no sábado à noite, lá no Bacabelha - o bar onde Jairo toca blues nos sábados à noite, integrando o trio do guitarrista recifense Rodrigo Morcego. Nossa jam seria no intervalo da apresentação de Morcego. Só precisávamos respeitar o tempo disponível que seria de dez ou quinze minutos. Nas palavras dele "não pode passar de quinze minutos de maneira alguma". Tanto eu quanto Vini achamos prudente aceitar a oferta totalmente irresponsável que Jairo nos fez, de nos juntarmos para tocar ao vivo para uma platéia, depois de aproximadamente 30 anos que não tocávamos juntos. 

Na verdade, pelo menos no meu caso, eu não me apresentava em público com uma guitarra elétrica numa formação power trio há, no mínimo, 20 anos. Acho que a última vez que subi num palco com uma guitarra elétrica à frente de uma banda foi durante o meu curso de Licenciatura em Música na UFPE, provavelmente antes do ano de 2002. Na época, tínhamos um grupo de música instrumental chamado "Da Licença" e tocávamos em eventos da nossa universidade. Depois disso, ingressei no mundo do violão e da música clássica e minhas apresentações passaram a ser sempre acústicas (em teatros ou igrejas), com o meu repertório de violão solo, música de câmara com o "Duo Pessoa da Silva", além de outras formações e experiências nesse sentido. Mas, nada de rock, prog e muito menos guitarra elétrica ou qualquer outra coisa que estivesse plugada. 

Acredito que no caso de Vini tambem não foi muito diferente, uma vez que já faz muitos anos que o monstro da batera - Vini - deu lugar ao Prof. Vinicius Galvão, um pacato e muito atuante psicólogo, professor e pesquisador dos problemas que atordoam a alma humana ... tendo trocado as baquetas por ferramentas freudianas, mais sutis, há bastante tempo. 

De qualquer maneira, decidimos (pelo menos eu e Vini) que era hora de voltar ... e a melhor maneira era simplesmente voltar como quem nunca partiu. Começamos nossa jam improvisando sobre uma música que tocávamos no setlist do Van Ludwig: nossa própria versão instrumental para o Tema para a Procissão de N. Sra. Mãe dos Homens, uma música composta pelo pai de Vinícius, o médico e compositor Luis Paulo Galvão***. Para completar o risco de ser um completo fiásco, Vini havia nos avisado: "Papai estará na plateia hoje à noite". Mas, magicamente, ao começarmos a tocar, vi que isso que falam os mais antigos sobre "o espírito do rock'n'roll" ou coisa parecida, de alguma maneira é, de fato, verdade. Ficamos possuídos pelo som que produzíamos ... Jairo estava totalmente integrado nos graves com as emulações tribais primitivas das viradas da bateria de Vini ... eu fechei os olhos e simplesmente permiti que as notas embaixo de meus dedos falassem por mim ... De repente, estávamos improvisando em cima do tema de "The Rover" do Led Zeppelin, depois improvisos puros, soltos,  originais ... e, por um tempo, não sabíamos mais em que estrutura musical estávamos ... naturalmente (sem pensar mesmo) o riff de Purple Haze de Jimi Hendrix surgiu em baixo dos meus dedos e, instataneamente, o clima mudou. Jairo e Vini me seguiram em outra paisagem sonora por mais algum tempo ... até que, como que prevendo um devaneio, Jairo puxa, em plena euforia hendrixiana, o Tema para a Procissão de N. Sra. Mãe dos Homens novamente ... e, aos poucos, fomos voltando, voltando, voltando... Em aproximadamente dez ou doze minutos de Jam Session, desenvolvemos de maneira quase instintiva uma estrutura musical coesa de três movimentos, tornando assim a nossa jam uma verdadeira "Experiência Prog".

Provavelmente, as coisas não aconteceram exatamente assim ... mas, foi a forma que consegui de traduzir em palavras o que senti naquela noite sonora com os meus amigos do rock'n'roll, Vini Galvão e Jairo Neto. Aproveito também para agradecer ao guitarrista Rodrigo Morcego pela força, cedendo o espaço para nossa jam e, ainda por cima, me emprestando sua Gibson Les Paul para eu tocar naquela noite. É como eu disse lá no dia: "Marcelo, meu velho, você é o cara!"

Espero que este relato verídico (ou muito próximo disso) sirva de inspiração para que você pegue agora o seu instrumento musical e vá praticar. Como diz o professor e guitarrista de jazz pernambucano Nilton Rangel: "Todo dia um pouquinho, aqui. Meu filho. amanhã, melhor. Dez reais"


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*O Van Ludwig foi uma banda pernambucana, recifense, de prog rock, que atuou fortemente na cena underground do Recife, entre os anos 1988 e 1998. Era um quarteto que contava com a seguinte formação: Daniel Duarte (Teclado e Voz), Leonardo Nunes (Baixo e Voz), Vinícius Galvão (Bateria) e João Paulo Pessoa (Guitarra Elétrica). Apesar de termos gravado duas "fitas-demo" em estúdios e termos feito alguns programas de rádio (principalmente aparições no programa "Faixa Local" da Rádio Universitária FM), além de diversos shows (alguns dos quais lembro que foram registrados em fita cassete) ... ainda assim, não tenho até o presente momento nenhum registro disponível de nossas gravações. Mas há esperança. Estamos tentando entrar em contato com pessoas que podem possuir alguns desses registros.

            

**Escute aqui o CD do Cruor gravado em 1995. Tive a honra de fazer parte do Cruor e ser o guitarrista da banda na época da gravação deste CD. Algumas das obras do disco (como Insane Harmony, Game of Words, Banditry, entre outras) são também de co-autoria minha, junto com Jairo Neto e Zeca Aranha. Aqui está o link para a página do Cruor na plataforma Bandcamp: https://cruor.bandcamp.com/album/cruor


***Escute aqui o EP de Luis Paulo Galvão, "Cheguei Recife":  https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_kKyOgOmA2UQUOfEvisgmxkrd5m-UaDVGw&si=j5K4Hj-Q7KOxI8b3 ... N. Sra Mãe dos Homens é a terceira faixa do EP. 

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Agradecimentos muito especiais a Maria Flor ... pela revisão do texto e pela imensa força de sempre.


Grande abraço musical e bons estudos.

[]

Joaõ Paulo Pessoa.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

"Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa" agora é um podcast audiovisual. :)

 




Olá ... 2025 está começando com bastante atividade em nossa pequena bolha de conteudos. Como falamos anteriormente , e ainda faleremos muito, estamos em festa comemorando os 20 anos do nosso blog "The Tao of the Guitar" ... e muitas novidades ainda vão aparecer por aqui .. se preparem.

:)

Bem, já faz um bom tempo que comecei a fazer vídeos sobre discos em meu canal do Youtube. E tinha esses vídeos agrupados em uma playlist chamada "Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa". Pois bem, a novidade é que essa playlist agora virou um podcast audiovisual e é possível você acompanhar tanto no Youtube normal como também no Youtube Music (App de streaming música e podcasts do Google). Nosso podcast audiovisual "Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa" trata de apresentar, discutir e sugerir escutas musicais de gravações de vários estilos e gêneros em diferentes meios (CD, Streaming, Vinil, etc), além de propor um diálogo sobre as formas de apreciação musical e análise de gravações. Sempre levando em conta, prioritariamente, o ponto de vista do estudante de música e do  instrumentista.

Espero que seja útil. Aqui vai o link:

"Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa"


Grande abraço musical e ótimos estudos.

[]

João Paulo Pessoa







segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Laboratório Psicodélico - Uma banda recifense dos anos 1990.


 

Olá ... mais um post para o nosso blog em 2025. 

Festejar os 20 anos de nosso blog "The Tao of the Guitar" me deixou um tanto quanto nostálgico ... me fez pensar em todos os projetos que participei. Além disso, acabamos de lançar nosso podcast "João Paulo Pessoa" ... e no primeiro episódio do meu podcast faço uma retrospectiva da minha trajetória na música, o que necessariamente me leva a lembrar de todas as minhas aventuras como guitarrista de rock. Curiosamente, tendo agora a pensar que, mesmo com todas as vivencias no violão e no universo da música clássica, mesmo apresentando-me há pelo menos 15 anos como "João Paulo Pessoa, professor de violão erudito ou violão clássico no Conservatório Pernambucano de Música", eu ainda me sinto (também) como um guitarrista de rock. No fundo continuei a ser rockeiro mesmo ... essa é que é a verdade. Na década de 1990 aqui na minha cidade (Recife - PE, Brasil) eu tive incriveis aventuras como guitarrista em muitas bandas de rock ... fazendo meus solos improvisados, gravando, ensaiando, compondo e, obviamente, fazendo muitos e muitos shows, gigs e jams. 

Um desses grupos em que tive o imenso prazer de colaborar com minha guitarra foi o Laboratório Psicodélico. Um grupo encabeçado pelo meu amigo Giba Carvalheira (hoje um escritor consolidado com vários livros publicados) ... ele cantava, tocava "guitarra base", fazia as letras e praticamente todas músicas eram dele mesmo. O Laboratório Psicodélico sempre foi  pra mim "a banda de Giba". Eu e os outros integrantes do grupo éramos coadjuvantes. Mas os arranjos eram feitos em grupo nos ensaios com um processo criativo coletivo ... e minha função (como sempre em minha aventuras musicais da época) era fazer os meus inspirados solos blues/rock nas canções do Laboratório Psicodélico. Era um rock pernambucano extremamente original e inteligente ... sem concessões a modismos e extremamente honesto e sincero. Felizmente, Giba tratou de trazer os registros que fizemos de maneira muito artesanal na época para os streamings do séc XXI. O que vocês ouvem ao acessar o EP do Laboratório Psicodélico nos streamings de música da atualidade, é um retorno à cena de bandas de rock extremamente alternativas da Recife dos anos 1990 ... uma época em que ainda chamavamos nossos registros de "Fita-Demo"

Então, resumindo antes de deixar aqui o link ... o Laboratório Psicodélico é uma banda recifense, pernambucana, brasileira. Este nosso Ep (originalmente uma fita demo) foi gravado em 1998. A banda existiu em torno das composições e da voz de seu principal fomentador e "bandleader" Gilberto Cavalheira (Giba). 

Esta era formação do Laboratório Psicodélico: 

Giba: voz e guitarra base

João Paulo Pessoa: Guitarra solo

Chico Palmeira: Baixo

Zeka Aranha: Bateria


Essa gravação foi feita um um estúdio aqui do Recife que ficava no bairro de Boa Viagem. Conhecido simplesmente por "Estúdio de Hubert" (o nome do técnico e proprietário do estúdio). Era como falávamos na época: "Gravado lá em Hubert". Mais de 20 anos se passaram ... muito legal ter vivido tudo isso.

Incrível mesmo o passar do tempo. 

Vou deixar aqui o link para o EP do Laboratório Psicodélico no YoutubeMusic por ser a plataforma que eu uso ... mas, você encontra para ouvir em outros streamings de música também.

Tenha uma boa viagem:

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mtRZNlw3-OodWF2pPTPJwtu-2cG8Trp5Y&si=CNGFGgJn1H9V9f9l


:)

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JPP

domingo, 5 de janeiro de 2025

20 anos do nosso blog The Tao of the Guitar!!!

 



É 2025!!! Feliz ano novo!

Estamos em festa durante todo este ano de 2025, comemorando 20 anos do nosso blog The Tao of the Guitar.

Tudo começou em 2005 com o intuito de compartilhar conhecimentos, divulgar trabalhos acadêmicos, criar outros meio de comunicar a arte e, simplesmente, seguir o fluxo dos sentimentos ... Estou realmente muito feliz com esses 20 anos de blog. Iremos comemorar nossa trajetória em cada postagem deste ano de 2025 aqui no TheTaooftheGuitar.

Para começar o ano com uma ótima novidade, apresento aqui em nosso blog a estreia do meu podcast. 

João Paulo Pessoa: Um podcast sobre música, violão clássico, guitarra elétrica, prog-rock, jazz, blues, filmes, livros, HQs, Yoga, boardsports, bikes, filosofia, ética, artes, ciência e ainda ... A ideia aqui é falar sobre a vida, o universo e tudo o mais.






Nosso podcast é somente de audio e está hospedado no Youtube. Sendo assim, é possível ser acessado apenas pelo Youtube e pelo YoutubeMusic.

Este primeiro episódio chama-se "Trajetória - Visão - Memória das Andanças". A ideia aqui foi falar sobre os meus caminhos na vida musical: porque comecei a tocar um instrumento musical, minha familia, amigos, parceiros de jornada, grupos, bandas, Prog-Rock, Trash-Metal, minha transição para o universo do violão e da música clássica, professores, mestres, vivencias, caminhos e perspectivas. O foco principal deste primeiro episódio foi na minha fase inicial como guitarrista de rock, antes da formação acadêmica e na transição para o violão clássico e para a docência.

Não sei se terá tanta utilidade assim para outras pessoas ... mas para mim foi algo muito importante começar este podcast. Espero, ainda assim, que tenha alguma utilidade para alguem.

:)

Grande abraço musical e fraterno.

Bons estudos.

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JPP