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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

20 anos do "The Tao of the Guitar" e um convite para uma imersão na música de Paul Galbraith


Neste ano comemoramos 20 anos de existência do blog The Tao of the Guitar! Desde 2005, temos compartilhado com nossos leitores uma diversidade de conteúdos: dicas de leitura, indicações de materiais técnicos, relatos de experiências musicais, análises, fotos, poesias e diversas abstrações sobre a arte de fazer música ao violão. Convidamos todos a navegar pelas postagens antigas e descobrir esse rico acervo, que é fruto de uma caminhada constante de aprendizado e reflexão.

O nome do nosso blog traduz um ideal: unir o estudo técnico e artístico do violão a uma ideia mais profunda de caminho — um caminho espiritual, uma ferramenta de autoconhecimento. É essa perspectiva que buscamos cultivar, tanto na prática do instrumento quanto na vivência pessoal. E é justamente nesse espírito que queremos falar hoje da música de Paul Galbraith, um artista cuja arte ressoa profundamente com os valores musicais, artísticos, estéticos, filosóficos e espirituais que defendemos em nosso espaço.

Paul Galbraith é um violonista renomado, com uma trajetória brilhante. Sua música, seus discos e sua técnica única, aliada a seu violão de 8 cordas e sua postura viosionária, nos encantam e inspiram. A delicadeza, a precisão e a profundidade com que ele aborda o repertório são um convite a um mergulho profundo na música.

Em 2010, tive a oportunidade singular de participar de uma masterclass com Paul Galbraith durante um importante festival internacional de violão. Fui selecionado entre poucos alunos para ter esse contato direto com ele, uma experiência transformadora que já relatamos em um texto aqui no blog, que recomendo a todos lerem, pois traz detalhes e insights valiosos:

 https://thetaooftheguitar.blogspot.com/2010/03/vi-fenavipi-masterclass-com-paul.html 


Para mim, esse contato pessoal foi decisivo para aprofundar minha conexão com sua arte.


Quanto ao disco Sonatas e Partitas, lançado em 1998, só tive acesso alguns anos depois, provavelmente após 2005. Naquela época, antes da consolidação dos serviços de streaming no Brasil, dependíamos de amigos, professores e do compartilhamento de arquivos para descobrir gravações de grandes músicos. Lembro claramente da impressão ao ouvir as gravações em mp3 deste disco, que não saía da memória do meu player digital. Curiosamente, mesmo tendo hoje o CD físico em mãos, o disco continua comigo no mp3 player — um sinal da importância e da intimidade que ele conquistou em minha vida musical.

Logo nas primeiras audições, mesmo sem acesso ao encarte, a detalhes ou às ideias interpretativas de Galbraith, percebi intuitivamente várias nuances que depois confirmei ao ler o texto do próprio artista. Uma delas é a sensação de que as Sonatas e Partitas formam um conjunto único, uma verdadeira "suíte de suítes". Um dos elementos que mais me chamou atenção foi a aparente "unidade de pulso" entre as faixas, que imprime ao disco um caráter reflexivo e hipnótico. É um verdadeiro refúgio para a alma, uma imersão onde o ouvinte se funde com o violonista e seu som.

O disco é dividido em dois CDs: no primeiro, temos as Sonatas 1 e 2 e a Partita 1; no segundo, as Partitas 2 e 3 e a Sonata 3. Sinto que o primeiro disco representa uma peregrinação, uma caminhada que sai de um ponto e determina um destino certo. Esse destino, sem dúvidas, é alcançado no começo do segundo disco, com a emblemática Partita nº 2, especialmente sua Chaconne. A Sonata 3 e a Partita 3, por sua vez, me parecem simbolizar o retorno — uma verdadeira viagem espiritual.

Um ponto técnico interessante a mencionar é a escolha das tonalidades no disco: apenas as Partitas 1 e 3 mantêm as tonalidades originais. A Partita nº 2, BWV 1004, que normalmente se toca em ré menor, é aqui apresentada por Galbraith em mi menor, causando um certo estranhamento. Essa escolha pode estar relacionada ao seu violão de 8 cordas, conhecido como Brahms-Guitar, que provoca adaptações próprias. Mas, ao refletir, percebemos que mudar tonalidades em obras de Bach ao adaptá-las para outros instrumentos é uma prática comum — as famosas Suites para violoncelo, por exemplo, raramente são executadas satisfatoriamente no violão na tonalidade original. O próprio Bach recorria a esse recurso ao adaptar suas obras e de seus contemporâneos para outros instrumentos. Assim, essas decisões se tornam plenamente compreensíveis.

Gostaria de avisar ao leitor que, logo abaixo, está a tradução para o português do texto do encarte do CD "Sonatas and Partitas" de Paul Galbraith. Ressalto que o objetivo dessa tradução é puramente pedagógico: facilitar o acesso de alunos e leitores ao conteúdo rico que acompanha a música, já que na maioria das plataformas de streaming ele não está disponível. Escutar o disco com o encarte em mãos é uma experiência muito mais completa e enriquecedora.

Um link para ouvir o disco em um serviço de streaming será deixado ao final da tradução. Mas esse disco é bastante difundido e, atualmente, pode ser encontrado facilmente nas principais plataformas de streaming musical.





Tradução do encarte "Sonatas and Partitas" - Paul Galbraith


"

Dedicado a George Hadjinikos, grande músico e professor, em seu 75º ano.

P.G. ... 


Já em 1958, Julian Bream publicou um artigo na Guitar Review dizendo que as Seis Sonatas e Partitas para violino eram ideais para o violão, como se tivessem sido escritas para esse instrumento. O próprio conceito fluido de Bach sobre a intercambialidade possível entre instrumentos nestas obras pode ser claramente visto pelo fato de que a Terceira Partita para violino existe em uma versão original para alaúde (BWV 1006A), e que a Segunda Sonata para violino também existe em uma versão para teclado.

Para minha própria transcrição das Sonatas e Partitas — ou “6 Solo”, como Bach chamou — me apoiei nas próprias transcrições de Bach, assim como na adaptação para alaúde contemporânea da Fuga da Sonata I e na maravilhosa versão para piano de Brahms da Chacona para apenas a mão esquerda. Para as demais obras, tratei os arranjos conforme as exigências da música, pois a textura da escrita varia consideravelmente. Para mim, essa variação de textura foi intencional por parte de Bach para proporcionar diversidade e contraste. Assim, houve momentos em que senti que era vital não adicionar nada em movimentos de linha única. Os Doubles na Partita I, por exemplo, sugerem uma textura polifônica rica principalmente por uma supressão consciente de “preenchimento”. Mas também há ocasiões em que a música parece exigir uma realização mais cheia, e aqui fiz pleno uso da extensão do alaúde barroco do meu violão de 8 cordas.

Bach escreveu o conjunto alternando as formas: Sonata I, Partita I, Sonata II, Partita II, Sonata III, Partita III. Algumas leituras agruparam as três Sonatas juntas e as três Partitas separadamente. Não que essas versões não funcionem! Mas era um sonho meu há algum tempo poder tocar o “6 Solo” da forma como foi composto, pois tinha uma forte intuição de que foi concebido como uma única peça, como uma “suíte de suítes”. Foi com o desenvolvimento do meu novo violão de 8 cordas em 1994 que encontrei uma forma de executar essa música “de uma vez só”, já que as cordas extras aguda e grave permitiram manter a mesma afinação durante toda a peça. Enquanto a estudava neste instrumento e a apresentava ao longo dos anos, comecei a perceber as interconexões dentro da música.

Agora estou convencido de que um fio temático percorre a obra, e que suas origens estão em um Urtema (tema raiz), que é o tema da Fuga da Sonata III. Esse Urtema é ele mesmo uma variação do “Come Holy Ghost”, um hino popular da época que simboliza a Ressurreição de Cristo. O uso desse tema da Ressurreição no final de uma obra longa — que se poderia chamar épica — de Bach, que personificou a visão de Lutero da “teologia através da música”, sugere fortemente uma narrativa ao estilo bíblico. Minha impressão pessoal é que o “6 Solo” é uma história gospel instrumental em forma de tríptico, contando o Nascimento, a Paixão e a Ressurreição de Cristo.

Aqui estão algumas pistas para essa narrativa conforme a vejo:

Após a introdução declamatória do Adagio de abertura, Bach nos dá uma fuga que lembra muito sua fuga “Unto Us a Child Is Born” da Cantata 42. O Siciliano que segue é a canção de ninar perfeita, como as do Oratório de Natal. Para mim, a Partita I traz a própria voz de Cristo (aqui em um tom agudo contrastante) em Si menor, a tonalidade mais pessoal de Bach.

A música da Paixão começa com o Grave da Sonata II, onde o baixo descendente simboliza a partida do mundo. Esse motivo, que vem diretamente do contorno descendente do tema da Ressurreição, é intensificado pelo seu uso como linha de baixo durante toda a Partita II, culminando nas variações contínuas que constituem a Chacona, uma das obras-primas incontestáveis e insondáveis de Bach (e da música em geral). A Chacona chega a um momento crucial no “6 Solo”: a “Seção Áurea”, na verdade, da teoria arquitetônica grega antiga.

O fato de a Chacona espelhar a estrutura geral do “6 Solo” em sua forma tríptica assim como em seus 32 segmentos (o “6 Solo” tem 32 movimentos) — e de que em seu manuscrito Bach a liga sem pausa ao Adagio de abertura da Sonata III seguinte — parece mais uma evidência da unidade geral do conjunto.

Esse Adagio parece emergir da sombra da Chacona, oscilando no seu andar laborioso entre uma nova tonalidade prometida e a tonalidade anterior, ainda lembrada, da Chacona. O ritmo pontilhado, geralmente simbólico (na música antiga) do sofrimento, aparentemente carrega um peso pesado e sugere para mim a imagem clara do “Caminho da Cruz”. Há até três dramáticas “quedas” cadenciais antes de finalmente chegarmos à cadência maior tônica, que até então nos foi negada (na verdade, não temos certeza durante todo o movimento em qual tonalidade estamos até essa cadência final).

Além disso, toda a obra até agora esteve quase totalmente no modo menor (as exceções são os dois movimentos lentos das Sonatas I e II). Então, esta é a primeira vez que Bach nos dá uma sensação real de modo maior, e na sequência vem o tema da Ressurreição. O modo maior que foi tão esperado e finalmente liberado nos conduz com uma exuberância alegre até o fim do “6 Solo”. Bach corona a obra com algumas das músicas mais felizes que já escreveu. De fato, Bach, em sua Cantata 29, colocou as palavras “We Thank Thee, God, We Thank Thee” (Agradecemos a Ti, Deus, Agradecemos a Ti) no Prelúdio da Partita III.

Paul Galbraith ... Paul Galbraith ganhou reconhecimento público pela primeira vez na Grã-Bretanha quando, aos 17 anos, sua performance no Concurso Internacional de Guitarra Segovia lhe rendeu a Medalha de Prata. Segovia, que estava presente no concurso, chamou sua performance de “magnífica”. No ano seguinte, ele ganhou o prêmio Jovem Músico do Ano da BBC na televisão.

Esses prêmios ajudaram a lançar sua carreira internacional, incluindo apresentações com algumas das melhores orquestras da Grã-Bretanha e Europa (entre elas, Royal Philharmonic, Chamber Orchestra of Europe, BBC Philharmonic, Scottish Symphony Orchestra, English Chamber Orchestra, BBC Scottish Orchestra, Scottish Baroque Orchestra, Ulster Orchestra, Hallé Orchestra e Scottish Chamber Orchestra). Turnês de concerto o levaram a EUA, Canadá, Espanha, Itália, Grécia, República Tcheca, Noruega, Hungria, Brasil, China, Índia e Islândia. Desde 1983, Galbraith estuda com o maestro e pianista grego George Hadjinikos.

A posição única de tocar de Galbraith foi revelada pela primeira vez no Festival de Edimburgo em 1989. Seu violão é suportado por um espigão metálico (semelhante ao de um violoncelo) que repousa sobre uma caixa de ressonância de madeira. O instrumento em si foi projetado por Galbraith em colaboração com o renomado construtor David Rubio. As oito cordas e o design extraordinário deste violão aumentam efetivamente o alcance e as possibilidades do instrumento a um nível nunca antes possível.

As seis cordas padrão são “circundadas” por duas cordas extras, uma mais aguda e outra mais grave, estendendo o alcance para ambos os lados. Isso normalmente seria impossível com comprimento fixo das cordas. Contudo, esse problema foi resolvido variando o comprimento da corda em uma ponte inclinada, uma ideia inspirada no instrumento renascentista “Orphereon” ... que usava esse sistema único (único, isto é, para instrumentos com trastes, já que a harpa e todos os instrumentos de teclado têm comprimentos variados de cordas). O alcance do instrumento permitiu a Galbraith fazer transcrições de obras de compositores não usualmente associados ao violão, como Haydn, Schubert e Brahms.


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Em 1995, Galbraith fez a estreia mundial da sua transcrição completa das sonatas e partitas solo para violino de Bach no Festival Bach da Filadélfia, e em 1996 as apresentou no Festival de Edimburgo. A BBC TV escolheu filmar este concerto e transmitiu parte dele na Grã-Bretanha como um dos destaques do festival. Em agosto de 1996, seu CD com obras de Brahms e outros compositores foi eleito “Melhor do Mês” pela BBC Radio.


(Críticas sobre o disco e sobreo o violonista em publicações especializadas)

“As viagens longas para ouvi-lo valem a pena.” The Guardian

“Execução de brilho impressionante... Sua técnica é de tirar o fôlego, mas nunca mais importante que a própria música. Seu Bach é profundamente sentido, e sua técnica permite que esses sentimentos nos cheguem com uma maravilhosa facilidade.” The Scotsman

“O melhor guitarrista da sua geração.” Classical Guitar

“O que muitos queriam ver e ouvir foi a mudança revolucionária que ele trouxe para tocar violão... os resultados foram verdadeiramente notáveis, com uma clareza incrível e uma enorme variedade dinâmica que nunca tinha ouvido em qualquer guitarrista antes. O público ficou hipnotizado.” The Times de Londres

“Ele não só dominou tecnicamente seu instrumento, mas tem a capacidade de acessar seus mistérios internos.” Classical Guitar Magazine

“Galbraith conquistou uma façanha considerável ao transcrever e decorar as seis Sonatas e Partitas solo de Bach, e as tocou com um real sentido de comunicar algo na música, e não apenas uma virtuosidade técnica... um aumento delicioso de sonoridade instrumental e cor fez este concerto uma experiência prazerosa. Tanto Galbraith quanto seu instrumento têm potencial para fazer coisas notáveis.” Glasgow Herald

“A performance de Galbraith é cativante do início ao fim.” Classic CD

“Na terça-feira à noite, no Grande Salão, me encantei com a combinação de artista, instrumento e música. Pianíssimos de delicadeza extrema contrastavam com momentos de poder quase assombroso. Nunca ouvi ninguém tocar assim. Galbraith parecia ter transcendendo a técnica e estabelecido uma conexão pessoal com uma fonte interior, permitindo que a música comunicasse de forma surpreendentemente direta. Tudo soava como uma obra-prima naquela noite.” Classical Guitar

“Paul Galbraith tem algo próximo do gênio.” Classical Music

“Ele produziu música de cor, riqueza e virtuosismo incomuns.” Philadelphia Inquirer

“Sua musicalidade é tão ‘autêntica’ que cada nota traz a marca da verdade e as noções acadêmicas de erudição tornaram-se supérfluas. Ele manteve o público em silêncio extasiado, como hipnotizado por algum mágico.” The Scotsman


Informações sobre Paul Galbraith e seu violão: www.paulgalbraith.com


Produtores Executivos: Amelia S. Haygood, Carol Rosenberger

Produtor de Gravação: Ramiro Belgardt

Engenheiros de Gravação: John Eargle, Jeff Mee

Edição: Ramiro Belgardt, Peter S. Myles

Associados de Produção: Phyllis Bernard, Catharine Jaap

Gravado em 1, 2, 4, 5 de setembro de 1997; 19 a 21 de janeiro de 1998

Primeira Igreja Congregacional, Los Angeles

Processamento Digital 20-bit: Prism AD-1

Edição Digital: Sonic Solutions

Monitores de Som

Gravação: Genelec 1030A

Pós-produção: JBL 250Ti

Microfones: Sennheiser MKH-20, AKG C480/CK-61ULS

Console: Soundcraft Spirit Folio

Construtor do violão: David Rubio, Cambridge, Inglaterra

Fotos da capa e contracapa: Harry J. Pack

Direção Criativa: Harry Pack, Tri-Arts and Associates

Gráficos: Mark Evans

Agradecimentos Especiais

Lisa Sapinkopf, Lisa Sapinkopf Artists, Berkeley, Califórnia

Antonio Tessarim, luthier brasileiro, por sua bela caixa de ressonância


© 1998 Delos Productions, Inc., Santa Monica, Califórnia, EUA

Impressão e montagem nos EUA

(Fim do encarte)




Link para o ouvir o álbum "Sonatas and Partitas" de Paul Galbraith no Youtube Music:

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mB1s9VLzwAiGbfwY_8O2aoNKLzpYRfjTs&si=pcEqeHhg6kaNR2eF


Esse é um convite para mergulhar fundo não só na música, mas nas histórias, técnicas e contemplações que ela pode despertar. Que a arte de Paul Galbraith amplie sua jornada musical e espiritual. E que o The Tao of the Guitar continue sendo um ponto de encontro para quem busca unir técnica, expressão e autoconhecimento através do violão.


Grande abraço e ótimos estudos.

João Paulo Pessoa.

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Nota: Esse texto (e a tradução apresentada) foram produzidos com auxílio do "Mecanismo de busca com inteligência artificial e processamento avançado de linguagem natural" denominado Perplexity. 

"A Perplexity AI é um mecanismo de busca com IA que entende e responde perguntas com respostas completas"

(https://www.perplexity.ai/)

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Além do Streaming: O colecionismo de discos como caminho para uma escuta mais profunda.

 



O The Tao of the Guitar faz 20 anos!

É com enorme alegria que celebramos  — em 2025 — duas décadas de existência do nosso blog The Tao of the Guitar

Desde 2005, dedico este espaço a compartilhar ideias, descobertas e paixões ligadas à arte de fazer música com o violão e à compreensão mais profunda daquilo que nos move enquanto músicos, ouvintes e, sobretudo, aprendizes.

Hoje iremos abordar um tema fundamental para o desenvolvimento artístico e intelectual de quem se dedica à música clássica: a importância do colecionismo de discos — especialmente CDs — para estudantes e ouvintes desse universo.


Muito além do streaming: por que colecionar discos importa

Vivemos a era do streaming, da abundância e do acesso instantâneo. No entanto, para quem busca formação musical sólida, especialmente na música clássica, a experiência do contato direto com discos revela riquezas que nenhuma plataforma digital consegue substituir.


Os encartes: aprendizado na palma da mão

Lembro com viva nitidez do quanto aprendi lendo encartes de CDs e LPs na minha juventude. Eles não são apenas complementos: trazem análises de obras, histórias dos intérpretes, detalhes sobre gravações — um rico material pedagógico, fundamental para quem quer ir além da escuta passiva e se embrenhar nos contextos histórico, estilístico e interpretativo das músicas estudadas.


A materialidade: foco, inspiração e concentração

Existe um poder inspirador inegável no objeto palpável. O simples fato de pegar um CD, apreciar a arte gráfica, folhear o encarte e posicionar o disco no player transforma a escuta em ritual: aumenta o foco, aprofunda a concentração e promove uma escuta ativa plenamente imersiva, muito diferente da relação fugaz e dispersa que, por vezes, temos ao ouvir música em meio a múltiplas distrações digitais.


Organização e pesquisa: a experiência do colecionador

O colecionismo permite construir uma biblioteca auditiva personalizada. Ao organizar minha estante por compositores, intérpretes ou escolas interpretativas, consigo visualizar relações, tradições e evoluções musicais de modo que nenhum serviço de streaming proporciona. Em música clássica isso é essencial: dificilmente playlists digitais respeitam movimentos de sonatas, sinfonias, suítes — e, para o entendimento do todo, ouvir essas obras de forma integral faz toda diferença.


Qualidade de som: o CD reina absoluto (ao lado do bom vinil)

Para quem exige qualidade sonora — dinâmica, silêncio, transparência —, nada supera o CD, sobretudo em comparação com arquivos comprimidos do streaming. Vinil também ocupa um lugar histórico e afetivo, mas o CD traz praticidade, baixíssimo ruído e precisão, fatores decisivos em repertórios com nuances detalhadas, como a música de câmara, as gravações históricas ou as gravações de instrumentos solo (Violão, Alaúde, Piano, Cravo etc ... ou mesmo instrumentos de corda friccionada tocando obras solo como as Suites para Celo de Bach , por exemplo).


O papel de plataformas como Discogs — e a compra online

Hoje, comprar CDs novos tornou-se tarefa quase exclusivamente digital. Lojas físicas rarearam, mas a Amazon, Imusic e outras plataformas viabilizam que continuemos a alimentar nossas coleções. E, para raridades, edições especialíssimas ou pesquisa minuciosa de informações técnicas e históricas, o Discogs é fonte indispensável: ali catalogo parte da minha coleção, Sigo aprendendo nos fóruns e, por vezes, adquiro discos de outros apaixonados mundo afora.


Entendendo discografias: pesquisa e trajetória interpretativa

Para o estudante de música clássica, mapear discografias de intérpretes é fonte de descobertas inesgotáveis. Como mostra o trabalho do professor Sidney Molina, “O Violão na Era do Disco: interpretação e desleitura na arte de Julian Bream”, muito do repertório do violão e de outros instrumentos se construiu pelas gravações — conhecer as diferentes leituras de uma mesma obra é uma das maiores aventuras do ouvinte atento, trazendo ensinamentos que vão (muito) além das partituras.


Por que abandonar o colecionismo empobrece o ouvinte clássico

A cultura do colecionismo preserva história, memória afetiva, profundidade intelectual. Quem ignora completamente esse universo tende a perder a chance de explorar abordagens interpretativas, trajetórias editoriais, partituras raras, encartes informativos — e, acima de tudo, abdica de uma relação mais íntima e comprometida com o ato de ouvir música.


Minha história com discos: entre memórias e redescobertas

Sou uma criança dos anos 70. Cresci em uma casa inundada por discos — vinil, fitas K7 (originais e gravadas), fitas de rolo e, a partir dos anos 80, os ainda raros e caríssimos CDs. Meu pai era fã inveterado de ópera, jazz, música de câmara, orquestra, MPB — e audiófilo de primeira: nossa sala guardava um sistema HI-FI lendário, com um receiver Sansui quadrifônico, toca-discos Philips, tape-deck AKAI, gravador de rolo ("Reel to Reel") AKAI e, depois (nos anos 80), um CD player Sony que tocava, entre outros, as sinfonias de Beethoven em edições japonesas (ainda vivas em minha coleção).

Nota: as imagens a seguir são apenas ilustrativas.






A trilha sonora da casa transitava pelos universos mais plurais: música antiga, frevo, música francesa, folclores do mundo, violão solo, e por influência dos meus irmãos, rock dos anos 70 como Pink Floyd, Led Zeppelin, Beatles e Stones. Eram tempos de descobertas e aprendizado coletivo em família.

E tinha também o aprendizado com os amigos e com as famílias de amigos próximos. Meus grandes amigos de infância Alain Guerra e Mathias Anguita Echiburu foram importantíssimos nesse sentido em minha formação musical. Muito dos meus gostos por rock dos anos 70 se deram também por causa deles. O tio de Alain ("Tio Dido") tinha uma coleção imensa de discos com materiais que eram completamente inacessíveis pra nós na época... "Dido" era generoso o suficiente pra deixar as crianças ouvirem. Devo muito a esses dois grandes amigos e às suas famílias. Não consigo mensurar o quanto aprendemos juntos ouvindo tantos discos e investigando minuciosamente as capas e encartes daquela coleção incrível. É uma memória que sempre inunda de gratidão o meu coração.

No final dos anos 80, após a perda do meu pai, os vinis e a era do HI-FI começaram a desaparecer lá em casa. Boa parte dos equipamentos foi se desfazendo aos poucos — era a ascensão do Walkman, do Discman, daqueles Boombox nem sempre agradáveis — e o ritual de comprar vinil já não tinha o mesmo encanto para nós. Mesmo assim, os discos mais importantes permaneceram protegidos, quase como relíquias familiares, e ninguém tinha coragem de abrir mão de algo tão significativo. Aos poucos, fui adquirindo CDs nos anos 90 e 2000, mas não me via como colecionador: eu simplesmente queria ouvir música, fosse nos grandes “bolachões” ou nos compactos CDs, sempre atento aos encartes, que eu adorava folhear.

Quando a internet chegou de vez no meu dia a dia, já nos anos 2000, fiquei fascinado pela possibilidade de baixar música com softwares nada ortodoxos (alguns deles usavam tapa-olho, tinham mão de gancho, perna de pau e bebiam rum) — foi a fase do E-Mule, com HDs abarrotados de álbuns, discografias inteiras e encartes digitalizados. Isso expandiu meu universo musical enormemente, até porque os próprios professores da universidade incentivavam a ouvir de tudo. Durante esse período importante, aprendi muito apenas explorando aquele oceano musical digital. Depois vieram os smartphones e o streaming, que no início me entusiasmaram, mas, (um pouco mais tarde) quando eu já era um professor, fui me dando conta do que estávamos deixando para trás ao abandonar o contato físico com os álbuns. Uma saudade dos discos começou a crescer, uma vontade de retomar aquela relação tátil e concentrada com a música.

Foi então que resolvi remontar um sistema HI-FI e reestruturar minha coleção de discos. Alguns discos de vinil, e, também, alguns CDs haviam sobrevivido apenas como lembranças da infância e juventude; cuidei deles, limpei cada peça e voltei a comprar novos discos, percebendo, agora com mais consciência, que meu formato preferido é mesmo o CD — prático, eficiente e perfeito para música clássica. Meu sistema HI-FI atualmente é enxuto e funcional: um par de monitores Edifier S-1000 MKII, notebook com interface Scarlet 1818, um DAC/Preamp Fiio, CD Player TEAC CD-P650, toca-discos Audio-Technica LP-120 e fone Audio-Technica ATH M50x. Aprender sobre DAC, Toslink e tantos detalhes técnicos me fez enxergar de vez o potencial impressionante do CD, especialmente quando o equipamento corresponde. Com certeza, meu Sistema atual não é um grande sistema como o que meu pai tinha nos anos 70 ... mas tenho, como meu equipamento, um som muito mais preciso de CDs, algo que eu não sonhava ser possível. O uso dos DACs dedicados para CDs e as diferentes maneiras de conversão do sinal, abriram portas oníricas pra audição das mini-bolachinhas prateadas; além do acesso ao streaming, claro (sim, eu uso streaming também ... não seja radical). 

:)

Nota: as imagens a seguir são apenas ilustrativas.





Com o novo sistema montado, comecei realmente a me entender como colecionador — vendo nos discos um capítulo vivo do meu caminho musical. Passei a mergulhar ainda mais nas informações dos encartes, nas histórias dos intérpretes, nas curiosidades de selos e gravações. Aos poucos, comecei a compartilhar esse olhar com alunos e colegas no Conservatório Pernambucano de Música, sentindo que era fundamental alertar a todos sobre o valor da mídia física e do colecionismo, e sobre tudo o que se perde quando abandonamos isso sem reflexão.

Hoje, minha coleção tem cerca de 150 LPs e aproximadamente 1.100 CDs, sendo essa última parte ampliada por aquisições pessoais e, também, por doações generosas. Estes números são apenas uma especulação, pois realmente não fico contando. Compartilho esse amor pelo colecionismo de discos com alunos e colegas, sempre ressaltando: a mídia física é um refúgio para a alma, uma ponte entre o passado e o presente, entre o mundo material e o sonho, entre o afeto e a erudição musical.

Vou deixar aqui algumas fotos reais do meu atual Sistema HI-FI. São imagens descompromissadas e triviais do dia-a-dia de estudos e escutas ... por favor, não reparem a bagunça.

:)












O convite

Se você chegou até aqui, espero ter despertado a vontade de explorar mais o mundo dos discos — por aqui, em outros posts do The Tao of the Guitar, você encontra muitas indicações de álbuns essenciais para ouvir, mergulhar e aprender. E, para os curiosos, convido a visitar a parte da minha coleção que cataloguei no Discogs. Que esse blog continue sendo, por anos a fio, um ponto de encontro entre a paixão pelo violão, o amor pelos discos e a busca incessante pelo conhecimento musical.

Veja aqui minha página do Discogshttps://www.discogs.com/user/jpguitar

e o nosso álbum incrível de hoje:

Lang Lang - Bach: Goldberg Variations (Extended Edt.)


https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_kxtLPf52mtVuboPQsZRc2d7giykhmGIjo&si=WeoWeWxe4OUHYPYX


Grande abraço musical.

Boas escutas e ótimos estudos.

[]

João Paulo Pessoa.

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Nota: Esse texto foi produzido com auxílio do "Mecanismo de busca com inteligência artificial e processamento avançado de linguagem natural" denominado Perplexity

"A Perplexity AI é um mecanismo de busca com IA que entende e responde perguntas com respostas completas"

(https://www.perplexity.ai/)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Aniversário de 30 anos do CD do Cruor!

 



Olá ... mais um post aqui no nosso blog. Comemorando, é claro, os 20 anos do The Tao of the Guitar. Desde o ano de 2005 que estamos firmes aqui nas postagens sobre música e violão ... são 20 anos de blog. Um marco bem interessante mesmo.

Mas 2025 também é o ano em que o CD do Cruor completa 30 anos de gravado. Em 1995 eu estava tocando guitarra nesta banda incrível de thrash metal. Gravamos o nosso CD naquele ano ... e foi um marco na história do Heavy Metal em Pernambuco. Fomos a primeira banda de metal pernambucana a ter um trabalho registrado e lançado em CD. Na época, as bandas alternativas do Recife ainda estavam trabalhando com o então famoso formato de "Fitas-demo", e nenhuma banda de heavy metal do nosso estado havia gravado e lançado um CD ainda (nem mesmo vinil, que eu saiba). O cd do CRUOR, gravado em Olinda-PE em 1995, foi masterizado, fabricado e lançado na Suiça na época. A história está registrada não apenas em nosso CD, mas também no livro PESADO: Origem e Consolidação do Metal em Pernambuco, de Wilfred Gadêlha. Esta obra incrivelmente importante do jornalista e músico Wilfred Gadêlha conta não apenas a história do Cruor, mas de toda uma cena do heavy metal pernambucano, destacando a trajetória de diversas bandas importantes que fizeram (e fazem) o movimento do Heavy Metal em Pernambuco. Esse livro foi lançado em 2014. É interessante observar também que o próprio autor do livro (Wilfred), também foi integrante do Cruor em uma fase posterior à minha passagem pelo grupo. 




Depois de 30 anos de lançamento do CD do Cruor, ele tornou-se bem raro. Um ítem de colecionador mesmo. E eu mesmo não possuia mais este CD em minha coleção. Tentei comprar ... mas as pessoas que o possuiam vendiam muito caro mesmo. No discogs (maior plataforma para colecionadores e comerciantes de discos raros), o cd do Cruor está saindo por quase 900 reais (em 2025) ...

Não possuir o disco era, para mim, um certo empecilho. Além de ser também um embaraço para que produzisse algum material realtivo ao Cruor em algum de meus canais de comunicação. Mas, eis que ganho o CD de presente de uma grande amiga (Flávia Maciel ... muito obrigado Flavinha). 

Então, justamente, em 2025, 30 anos depois, fiz o meu Episódio Documentário CRUOR: 30 anos de lançamento do CD ... Um episódio mais que especial do meu podcast audiovisual Discos para ouvir-por João Paulo Pessoa.

Faz bastante tempo que venho compartilhando sugestões de escuta de álbuns em meu canal do Youtube, em meu Instagram e aqui no The Tao of the Guitar também ... Lá no Discos para ouvir por JPP, estamos no ep. 14 deste podcast audiovisual que começou como uma playlist de vídeos sobre minha própria coleção de discos.

Acontece que ainda não tinha parado para falar sobre um dos discos mais especiais da minha vida: o CD do Cruor - a lendária banda de thrash-metal pernambucana, da qual tive a honra de fazer parte entre os anos de 1992 e 2002 ... participo neste CD como guitarrista e compositor/co-autor. Como disse antes, este disco representa um marco na história da música pernambucana pesada, relacionada ao rock, ao heavy-metal, ao thrash, etc. No livro de Wilfred Gadêlha lançado em 2014, "Pesado - Origem e Consolidação do Metal em Pernambuco", há uma narrativa valiosa e uma análise sobre a importância deste CD na história do Metal de Pernambuco. E tenho bastante orgulho mesmo de abrir este livro e ver meu nome escrito em suas páginas, registrando assim minha participação nesta história tão importante.

 Mas neste episódio do nosso podcast, neste "EP. Especial - 30 anos do lançamento do CD do Cruor", eu mostro a minha perspectiva da história. É a narrativa do ponto de vista de quem vivenciou a criação da obra em questão, de quem escreveu músicas e letras presentes no CD, tocou no disco, na tour de divulgação, em vários shows, com distintas formações, etc ... 

São muita histórias, que de certa forma, complementam as informações presentes no livro: detalhes importantes sobre a gravação e/ou concepção do disco, que não cabiam na narrativa de Wilfred em seu livro, ficam aqui registrados para a posteridade. Foi uma década da minha vida com muito som pesado, e com ótimas histórias e vivencias.

Nosso podcast Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa, está disponível em várias plataformas de streaming como Spotify, Deezer, etc. 

Vou deixar aqui o link do nosso Episódio Documentário CRUOR: 30 anos de lançamento do CD lá no Youtube mesmo, por ser a plataforma que eu uso mais. Preparem a pipoca antes porque são duas horas de muita história:



Espero que seja útil a quem se interessa pelo tema.

Grande abraço musical e fraterno e bons estudos.


João Paulo Pessoa.


Escute aqui o CD do Cruor gravado em 1995. Tive a honra de fazer parte do Cruor e ser o guitarrista da banda na época da gravação deste CD. Algumas das obras do disco (como Insane Harmony, Game of Words, Banditry, entre outras) são também de co-autoria minha, junto com Jairo Neto e Zeca Aranha. Aqui está o link para a página do Cruor na plataforma Bandcamp: https://cruor.bandcamp.com/album/cruor


domingo, 5 de janeiro de 2025

20 anos do nosso blog The Tao of the Guitar!!!

 



É 2025!!! Feliz ano novo!

Estamos em festa durante todo este ano de 2025, comemorando 20 anos do nosso blog The Tao of the Guitar.

Tudo começou em 2005 com o intuito de compartilhar conhecimentos, divulgar trabalhos acadêmicos, criar outros meio de comunicar a arte e, simplesmente, seguir o fluxo dos sentimentos ... Estou realmente muito feliz com esses 20 anos de blog. Iremos comemorar nossa trajetória em cada postagem deste ano de 2025 aqui no TheTaooftheGuitar.

Para começar o ano com uma ótima novidade, apresento aqui em nosso blog a estreia do meu podcast. 

João Paulo Pessoa: Um podcast sobre música, violão clássico, guitarra elétrica, prog-rock, jazz, blues, filmes, livros, HQs, Yoga, boardsports, bikes, filosofia, ética, artes, ciência e ainda ... A ideia aqui é falar sobre a vida, o universo e tudo o mais.






Nosso podcast é somente de audio e está hospedado no Youtube. Sendo assim, é possível ser acessado apenas pelo Youtube e pelo YoutubeMusic.

Este primeiro episódio chama-se "Trajetória - Visão - Memória das Andanças". A ideia aqui foi falar sobre os meus caminhos na vida musical: porque comecei a tocar um instrumento musical, minha familia, amigos, parceiros de jornada, grupos, bandas, Prog-Rock, Trash-Metal, minha transição para o universo do violão e da música clássica, professores, mestres, vivencias, caminhos e perspectivas. O foco principal deste primeiro episódio foi na minha fase inicial como guitarrista de rock, antes da formação acadêmica e na transição para o violão clássico e para a docência.

Não sei se terá tanta utilidade assim para outras pessoas ... mas para mim foi algo muito importante começar este podcast. Espero, ainda assim, que tenha alguma utilidade para alguem.

:)

Grande abraço musical e fraterno.

Bons estudos.

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JPP




domingo, 16 de junho de 2024

Recital de Conclusão do Curso Técnico em Violão Erudito no Conservatório Pernambucano de Música. Aluno: Antony Rafael.

 


Este foi um dia que marcou a conclusão de todo um ciclo. 

Excelente trabalho de meu aluno Antony ... este vídeo que disponibilizo em meu canal é o meu registro pessoal de um momento realmente emocionante.




Grande abraço musical e bons estudos.


[]

:)


João Paulo Pessoa.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Recitais da Quinta: Antony Rafael tocando a Suite Bwv 997 de J. S. Bach.

 


Olá.

Mais um post para o nosso blog.

Na quinta-feira, 27/abril/2023,  iniciamos no Conservatório Pernambucano de Música um projeto pedagógico e musical que batizamos de "Recitais da Quinta". Trata-se de uma série de concertos que ocorre quinzenalmente no Auditório Cussy de Almeida às 13:00 hrs ... sempre nas quintas-feiras.

A criação desta série é uma iniciativa minha (João Paulo Pessoa) e do prof.  Guilherme Calzavara. Somos responsáveis pela curadoria do evento. A ideia inicial veio da necessidade de criar espaço para prática de performance musical com o violão para os estudantes do curso técnico de violão erudito do Conservatório Pernambucano de Música. A entrada é sempre franca e nossas portas estão abertas para receber o público que deseja ouvir a poesia do violão clássico. 

Ocasionalmente, compartilho no meu canal do YouTube alguns de meus registros desses preciosos momentos. Neste programa, gravado em 14 de setembro de 2023, o meu aluno Antony Rafael toca obras de John Dowland e J. S. Bach (Bwv 997 completa), além de uma bela canção catalã. Para Antony foi uma experiência bem importante na jornada rumo ao seu recital de formatura. Espero que gostem. 

Grande abraço musical e ótimos estudos.

João Paulo Pessoa.




[]

:)

domingo, 7 de maio de 2023

Estréia de nossa série de concertos: Recitais da Quinta.

 


Olá ... mais uma postagem para o nosso blog.
:)

Na quinta-feira da semana passada (27/abril/2023) iniciamos no Conservatório Pernambucano de Música mais um projeto pedagógico e musical que batizamos de "Recitais da Quinta". Trata-se de uma série de concertos que ocorrerá quinzenalmente no Auditório Cussy de Almeida às 13:00 hrs ... sempre nas quintas-feiras.
A criação desta série é uma iniciativa minha (João Paulo Pessoa) e do prof.  Guilherme Calzavara. Somos responsáveis pela curadoria do evento. A ideia inicial veio da necessidade de criar espaço para prática de performance musical com o violão para os estudantes do curso técnico de violão erudito do Conservatório Pernambucano de Música. Mas o palco do “Recitais da Quinta” tem por intenção e filosofia ser um espaço aberto e inclusivo voltado ao universo do violão clássico, onde acontecerão recitais de professores e alunos de dentro e de fora do Conservatório Pernambucano de Música. Acabamos por entender esta série como uma conclusão de que a música deve sempre ser compartilhada com a comunidade em que vivemos, tornando-se parte vital de nosso dia a dia. A entrada é sempre franca e nossas portas estão abertas para receber o público que deseja ouvir a poesia do violão clássico. 
Esperamos estar assim contribuindo de alguma maneira, mesmo que simples e humilde, com o movimento da música em nossa escola, nosso meio, nossa cidade, em nosso país, no mundo e no Universo. Grande abraço musical e fraterno. Bons estudos.

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:)



Agradecimentos especiais ao meu aluno Luiz Paulo pela grande ajuda com o cartaz de nossa série de concertos "Recitais da Quinta", valeu Luiz! :)

sábado, 6 de maio de 2023

Masterclass do Duo Siqueira Lima no Conservatório Pernambucano de Música em setembro de 2022: compartilhando meus humildes registros.

 


Olá ... mais um post aqui para o nosso blog.

Recentemente, coloquei lá no meu canal do Youtube uma pequena série de três vídeos com o intuito de divulgar meus registros (completamente amadores e despretensiosos) das Masterclasses do Duo Siqueira Lima que aconteceram em setembro de 2022, aqui em Recife, no Conservatório Pernambucano de Música. Na ocasião, dois dos meus alunos foram selecionados para participar deste importante evento pedagógico que tivemos em nossa escola. No primeiro ep. da série você vai assistir uma aula sobre a música do compositor espanhol Enrique Granados, La Maja de Goya. O aluno executante neste primeiro capítulo de nossa série é Antony Rafael. No segundo ep. da série temos o aluno Gabriel Carneiro tocando o Preludio 5 de Heitor Villa-Lobos. Este segundo capítulo da série contém também valiosas dicas de interpretação musical pelo Duo Siqueira Lima. No terceiro e último ep. da série, temos a parte de "Perguntas e Respostas". Espero que gostem e que seja útil.

Episódio 1:



Episódio 2:


Episódio 3:


Grande abraço e bons estudos.

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:)

sábado, 30 de julho de 2022

Duo Pessoa da Silva no FIG 2022 /Virtuosi na Serra - matéria jornalística da TV Pernambuco

 Olá ...

Estamos na mídia televisiva também ... as vezes. 

Muito bom levar a formação bandolim/violão aos palcos da música clássica ou música erudita. Somos o primeiro duo com essa formação instrumental, a se apresentar no Virtuosi, que é sem dúvida um dos grandes festivais de música classica do Brasil.  Sinto sinceramente bastante orgulho do nosso trabalho com o Duo Pessoa da Silva, e muita alegria e gratidão por ter tido oportunidade de apresentar nosso trabalho em um evento tão bonito e importante como o Virtuosi na Serra, que é o grande palco da música erudita dentro do Festival de Inverno de Garanhuns. 

Em uma palavra: Feliz!

:)



 

Vamos em frente.

Grande abraço musical e bons estudos.


[]

:)

JPP

terça-feira, 26 de julho de 2022

Ex-alunos ... atuais colegas de profissão. Muito legal ver a vida passando.

 Olá ...

Mais um post.

Esse vai ser uma lembrança boa que quero deixar aqui no blog ... podia postar no dia dos professores ou coisa parecida, mas, para nós todo dia é dia da música. Bora lá.

Uma das coisas mais legais de ser músico e professor é ver a história acontecendo ao longo de sua vida. Sou professor efetivo de violão erudito no Conservatório Pernambucano de Música (CPM) desde o ano de 2010, e muita coisa (mas muita mesmo) aconteceu na minha vida e na vida de pessoas que estudaram comigo de lá pra cá. Muita água correu por baixo da ponte. 

No post de hoje quero compratilhar os nomes de alguns violonistas que estudaram sob minha orientação no Conservatório Pernambucano de Música. Minha intenção é apenas de compartilhar histórias e trajetórias, além de divulgar e deixar registrado um pouco do meu trabalho como professor e/ou orientador, além de humildemente promover o trabalho das pessoas citadas nesse texto. 

"Nada é permanente, exceto a mudança" ( Heráclito )


Rafael Carneiro.

Não só foi meu aluno, como também brother no surf. Lembro bem da gente surfando lá no Nordestão (point de surf aqui da minha região) e conversando sobre música e violão entre uma onda e outra. Nas aulas no Conservatório, sempre foi um aluno extremamente aplicado e disciplinado, apresentando um desenvolvimento musical muito cheio de personalidade e rigor. Rafael se formou no curso técnico de violão erudito no CPM, sob minha orientação, tocando um programa incrível que incluiu a Fantasia 7 de Dowland, La Catedral de Barrios e obras de Sor. Atualmente desenvolve um excelente trabalho musical no youtube, postando sempre vídeos ligados à pedagogia do violão com ênfase em autores do período clássico como Sor e Carcassi. Vale a pena ficar de olho no canal dele:


Ícaro Rocha.

Outro cara muito gente fina ... as aulas com Ícaro eram diversão certa, com muito bom humor e risadas mas ,também com muita seriedade e engajamento musical. Também se formou, sob minha orientação, no curso técnico de violão erudito no Conservatório Pernambucano de Música. No seu recital de formatura o programa foi igualmente denso, com obras de alta demanda técnica como a Grande Abertura de Giuliani e os 5 Preludios de Heitor Villa-Lobos. Atualmente, Ícaro é formado em Licenciatura em Música, está cursando uma pós-graduação em musicoterapia, e desenvolve um importante trabalho como músico e professor de violão. 



Andrea Alencar. 

Foi minha aluna durante um ano no curso preparatório no Conservatório Pernambucano de Música e já foi direto pra UFPE fazer o Bacharelado depois. Andrea foi a primeira mulher a se formar no Bacharelado em Música/Instrumento:violão na UFPE, onde ela estudou sob a orientação do prof. Mauro Maibrada (que também foi meu orientador quando estudei lá, mas vou falar mais disso depois). Atualmente, Andrea é musicista, pesquisadora e professora de violão e teoria musical em Goiania.


 

Gabriel Asafe.

Aluno de um período bem mais recente no Curso Técnico em Violão Erudito no Conservatório Pernambucano, Gabriel se formou, sob minha orientação, agora no ano de 2022. O recital de formatura dele foi realmente incrível, com obras como o Preludio, Fuga e Allegro BWV 998 de J. S. Bach, La Catedral de Barrios, além de obras de Villa-Lobos, Piazzolla e Walton. Recentemente, Gabriel foi também aprovado no vestibular para o curso de Licenciatura em Música na UFPE. Já terminou uma fase iniciando outra. Nas aulas do curso técnico em violão erudito do CPM, sempre mostrou muita garra, se aplicando com bastante disciplina e afinco para vencer os desafios musicais impostos pelo repertório a ser desbravado. Gabriel, atualmente,continua sua estrada de estudos no violão e na música, mas agora também como professor ministrando aulas particulares.


Gostaria de deixar aqui registrado também os nomes de alguns dos meus atuais alunos do curso técnico em violão erudito lá do CPM: Gabriel Carneiro, Luiz Paulo Santos, Antony Rafael e Gabriel Amaral ... os três primeiros, inclusive já são alunos do curso de Licenciatura em Música da UFPE e praticamente colegas de profissão. Esses quatro alunos estarão em breve fazendo seus recitais de formatura.

Para finalizar a postagem com chave de ouro, quero deixar aqui registrada minha eterna gratidão ao meu mestre na música e no violão, o professor Mauro Maibrada. Fica aqui meu comprometimento de futuramente fazer aqui no blog mesmo, um relato mais detalhado do período da minha vida em que estudei sob a orientação do professor Maibrada no curso superior de música da Universidade Federal de Pernambuco. Foram anos de muitos aprendizados, construções e aventuras musicais que merecem um registro especial aqui no blog. Aliás, o surgimento do TheTaooftheGuitar tem tudo a ver com esse período da minha vida. Fica então a promessa de uma postagem sobre isso num futuro próximo.

Tenho muita sorte de ter tido contato com todas as pessoas citadas nesse texto (e com tantas outras que não citei, colegas de curso, de trabalho e de profissão, além de outros professores a quem devo muito e que respeito profundamente). Desejo a vocês tudo de bom sempre.


Grande abraço musical e fraterno.

Bons estudos.

:)

[]

JPP