Este blog é um espaço para a publicação de artigos sobre música, arte, literatura, poesia, filosofia, citações, fotos, textos, vídeos e idéias sobre a arte de decifrar os segredos desta caixa mágica de sons que é o violão.
Além de posts relacionados ao universo do violão e da música clássica, você encontrará aqui textos sobre prog rock, guitarra elétrica e outros interesses musicais e artísticos da minha personalidade. Boa viagem.
Essa é mais uma daquelas postagens sobre peças conhecidas que adoramos. Esse preludio de J. S. Bach é uma pequena joia preciosa. Foi provavelmente escrito entre 1717 e 1723. Originalmente para cravo-alaude (Lautenwerck)*. Sua tonalidade original é dó menor. No violão encontramos transcrições em lá menor e em ré menor.
Bom, recentemente botei lá no meu canal do YouTube um vídeo na playlist "Estudando entre uma aula e outra" em que toco o Preludio 3 de Villa enquanto espero o próximo aluno chegar. Esta obra pertence ao ciclo de 5 prelúdios, publicado em 1940 pelo nosso grande compositor. O conjunto dos 5 prelúdios tem uma dedicatória à esposa de Villa-Lobos, mas cada um dos prelúdio representa uma homenagem diferente. O nº3, pelo que se sabe, é dedicado a J. S. Bach.
Depois que postei o video, um amigo me falou sobre a canção Preludio da Solidão no antológico álbum de Ney Matogrosso e Rafael Rabello "À Flor da Pele". Na verdade é mesmo uma adaptação de uma poesia em cima do que o compositor escreveu. A poesia é de autoria de Herminio Bello de Cavalho. Vale muito a pena ouvir e conhecer. Basta procurar no seu serviço de streaming de musica favorito.
Prelúdio nº 3 (Prelúdio da solidão)
(Heitor Villa-Lobos/Hermínio Bello de Carvalho)
Se um passarinho for bicar teu sono saibas que sou eu
Sou eu aurora boreal pousando em seus trigais
E se uma estrela encandecesse no breu dos teus breus
Hás de saber então das trevas que me são mortais
Ei de vergar-me então como os mais reles dos plebeus
Para dizer-te o quanto o meu amor é tão
ateu e herege como os farizeus
Que um dia Cristo expulsou do templo sem lhes dar perdão
Chicoteando, escorraçando aqueles vendilhões
E eu me sinto tal igual um porco e vil pagão
Que nem provou da hóstia o vinho em santa comunhão
Mas que roubou sem dó as cordas do teu coração
E encordou com elas sua enorme solidão.
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Olá,
Nesta postagem, temos um pouco mais do Duo Pessoa da Silva.
Uma parte de nosso trabalho de pesquisa de repertório para o duo tem sido explorar as sonatas para solista e contínuo escritas pelo compositor barroco Domenico Scarlatti.
Boa escuta e bons estudos.
:)
Grande abraço.
João Paulo Pessoa.
Sonata K. 89 - D. Scarlatti (1685-1757).
I Allegro.
II Grave.
III Allegro.
Duo Pessoa da Silva
Carlos Aberto da Silva - Bandolim
João Paulo Pessoa - Violão
Registro realizado durante recital no II Encontro de Violões do Conservatório Pernambucano de Música.
Olha aqui uma leitura divertida pra quem está estudando Dowland (ou não, o livro será igualmente ótimo se você não toca nada de Dowland ou mesmo se não toca nada de nada).
Música e Silêncio, da renomada autora britânica Rose Tremain.
Trata-se de um romance de época onde o protagonista é um músico da corte do rei da Dinamarca. Mas o detalhe é o seguinte: o herói do livro é um alaudista e o cara vai substituir ninguém menos que John Dowland!
:)
Vamos a sinopse.
"No ano de 1629, Peter Claire, um jovem alaudista inglês, chega à corte do rei Cristiano, da Dinamarca, para se juntar à Orquestra Real (e substituir Dowland). Escolhido pelo rei como um de seus mais queridos aliados, ele acaba apaixonando-se por uma das aias da rainha Kirsten, uma mulher adúltera e cruel, a maior inimiga do próprio marido. Com sua lealdade fatalmente dividida entre suas obrigações e a paixão, como Peter poderá encontrar o caminho para realizar seus desejos e salvar sua pele?"
Esta inteligente ficção é uma ótima pedida pra estimular um pouco sua imaginação.