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quinta-feira, 20 de abril de 2006

AGUSTIN BARRIOS - O PAGANINI DAS SELVAS DO PARAGUAI



PROFISSÃO DE FÉ
"Tupã, o Espírito Supremo e protetor de minha raça, Encontrou-me um dia no meio de um bosque florescido.E me disse: Toma esta caixa misteriosa e descobre seus segredos.E, aprisionando nela todos os pássaros canoros da florestaE a alma resignada dos vegetais, abandonou-a em minhas mãos. Tomei-a, obedecendo a ordem de Tupã, Colocando-a bem junto ao coração, Abraçado a ela passei muitas luas à borda de uma fonte.E, uma noite, Jaci, retratada no líquido cristal, Sentindo a tristeza de minha alma índia, Deu-me seis raios de prata para com eles descobrir seus arcanos segredos.E o milagre se operou: do fundo da caixa misteriosa, Brotou a sinfonia maravilhosaDe todas as vozes virgens da natureza da América."

AGUSTÍN BARRIOS.



"Hoje, numa época em que os recitais de violão podem ser encarados como uma parte integral da vida de concertos, onde há um repertório e um público formados, é difícil imaginar as dificuldades que se impuseram para Barrios apresentar um concerto desta natureza. Um paraguaio descendente de índios, tocando um instrumento de reputação duvidosa, associado à malandragem, e ao qual não se atribuía a capacidade de sustentar um argumento musical. Sabe-se que Barrios conheceu Villa-Lobos e se encontrou com os chorões cariocas, que estavam no auge de popularidade na década de 1910, e chegou a conhecer João Pernambuco e dizer que ninguém improvisava como ele. Depois de um retorno decepcionante ao Paraguai, Barrios decidiu retornar ao Brasil, cenário de seus maiores êxitos, e aqui residiu até 1932. Foi um período que marcou época na história do violão, durante o qual Barrios compôs grande parte de suas melhores obras."

(Fábio Zanon)

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