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segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Homenaje pour le tombeau de Claude Debussy


Miguel Llobet (1878-1938)


Manuel de Falla (1876-1946).

Homenaje pour le tombeau de Claude Debussy



Graças à insistência do grande guitarrista catalão Miguel Llobet (1878-1938) junto a Manuel de Falla (1876-1946), o violão ganhou uma das obras mais expressivas do seu repertório. Esta peça foi comissionada por Henri Prunieres, então diretor da Revue Musicale, para um número desta revista dedicado à memória de Debussy. Esta edição da revista recebeu o título de “le tombeau de Claude Debussy” e apareceu em 1o de dezembro de 1920, contendo também obras de compositores como Dukas, Roussel, Bartok, Stravinsky, Ravel e Satie, todas dedicadas à memória de Debussy. Falla decidiu compor uma homenagem associando o violão, instrumento espanhol por excelência, à influencia da música espanhola sobre Debussy, manifestada em obras como Soirée dans Grenade ou la Puerta Del Vino. Desta forma iria cumprir sua homenagem ao mestre francês Debussy, e ao mesmo tempo satisfazer o antigo pedido de seu amigo catalão Miguel Llobet para que compusesse uma peça consistente para enriquecer o repertório violonístico.
A autora Suzanne Demarquez faz uma análise sucinta da obra de De Falla:

“A peça de Falla é um canto fúnebre, um trêno simbólico, tão frequente na poesia espanhola, influenciado pelo espírito musical do amigo perdido. Sua harmonia é baseada essencialmente na 4a fundamental do acorde típico do violão, mi; lá; ré; sol; si, cujas primeiras duas notas também são a fundamental dórica. Nesta 4a o autor situa uma frase rítmica curta, espécie de lamentação surda e amarga que ressoa como um toque de alma por toda a obra. Algumas Lembranças de Ibéria, constituem o esboço de um tema, motivo breve, em tercinas, pelo qual passam o cromatismo e a 2a aumentada caraterísticos (compassos 8 a 15). Os recursos especiais do instrumento são habilmente explorados na forma de arpejos, de acordes amplamente abertos, de escalas e harmônicos oitavados. Para o final, uma modulação nos leva a um piu calmato (compasso 63), valorizando a clara aparição de uma citação textual, de um motivo de habanera, que evoca a Soirée dans Grenade. Uma breve pausa. O toque de almas ressoa pela última vez e se perde pouco a pouco no silêncio.”

A primeira execução pública desta peça de Falla foi realizada por Emilio Pujol (1886-1980) em 2 de dezembro de 1922. Mas tarde foi orquestrada por Falla e incluída na suíte Homenajes, com o título de Elegia de la guitarra.


Extraído de “A história do violão” de Norton Dudeque. Pág 83,84,85.
1984, Curitiba Paraná Brasil . Editora da UFPR

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