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domingo, 15 de setembro de 2013

12 Conselhos de Fernando Sor.


Doze máximas gerais que sintetizam as ideias expostas no método para violão de Fernando Sor (1778-1839):

“1.ª– Visar mais ao efeito da música que ao louvor do talento como executante.
 2.ª – Exigir mais da habilidade do que da força.
 3.ª – Economizar pestanas e deslocamentos da mão.
 4.ª – Considerar a digitação como uma arte cujo objetivo é fazer-me encontrar
as notas de que preciso, ao alcance dos dedos que as devem produzir, sem a contínua
necessidade de desvios com o intuito de procurá-las.
 5.ª – Jamais ostentar qualquer dificuldade em minha execução, pois, assim
fazendo, tornaria difícil o que não o é.
 6.ª – Nunca dar trabalho aos dedos mais fracos, enquanto os mais fortes não
fazem nada.
 7.ª – Nunca cair em um erro muito comum, decorrente de um raciocínio acertado no que concerne ao piano, mas muito mal aplicado à guitarra; isto é, não manter o dedo em uma casa por mais tempo do que a duração da nota que deve produzir. Enquanto o dedo pressionar a tecla do piano, as cordas continuarão em vibração, e o som, misturando-se àquele de outra tecla, produzirá efeito contrário à pureza da execução; mas se duas ou três notas consecutivas são feitas na mesma corda da guitarra, se a progressão é ascendente, a segunda abafa e termina o som da primeira, e a terceira, o da segunda. Se, ao deixar cair o dedo que produz a segunda, ao mesmo tempo eu levantar o dedo que produziu a primeira, faço duas ações ao invés de uma, e ainda corro o risco de levantar o dedo um momento antes, fazendo a corda solta soar, o que, ao contrário de tornar minha execução mais pura, daria a ela menos pureza. Se as notas são descendentes, ao invés de esperar pelo momento em que a nota deve ser produzida para pressionar a corda, eu já tiver o dedo sobre ela, não terei outra ação a fazer a não ser a de levantar o dedo da nota mais aguda.
 8.ª – Evitar um movimento lateral que alguns guitarristas consideram gracioso, isto é, deixar a direção paralela entre a linha formada pela ponta dos dedos e a das cordas. Por exemplo, nas notas sucessivas (na primeira corda), sol, fá sustenido, mi, ré (na segunda corda), ao fazer o eles têm a ponta dos dedos em excelente direção; mas, quando o quarto dedo deixa o , ele sai da escala, e o sol a deixa por sua vez; e quando o dedo um fica sozinho no fá sustenido, a linha da ponta dos dedos faz com a escala um ângulo de 45º; ou toda a mão é conduzida para trás do braço da guitarra, porque obrigaram o pulso a fazer aquilo que, se os dedos fizessem, facilitaria ao segundo [dedo] fazer o na segunda corda, sem que o pulso fosse obrigado a fazer um movimento para recolocar a mão diante do braço da guitarra, a menos que o fosse produzido horizontalmente com o dedo, o que requer muito mais força, e eu não saberia fazer sem pressionar também o sol na primeira corda, quando, talvez, eu precisasse dela imediatamente como uma corda solta, e eu seria mais uma vez obrigado a fazer um movimento para deixá-la livre. Quando minha mão se encontra em uma posição, e a passagem não é de harmonia, eu posiciono o pulso de forma que a linha reta, do primeiro ao quarto dedo, seja paralela à corda: mantenho o pulso imóvel, e conservo meus dedos sobre o lugar onde se devem movimentar. 
9.ª – Quando se trata de uma grande distância na largura da escala, e o dedo quarto prende uma das extremidades, tomar a outra extremidade com o dedo mais longo.
10.ª – Quando se trata de uma abertura, consultar a posição menos incômoda para o dedo mais fraco, e impor a tarefa ao mais forte.
11.ª – Quando é necessário dar à linha da extremidade dos dedos uma posição paralela aos trastes, ao invés de às cordas, fazer com que esta mudança dependa antes do cotovelo que do movimento do pulso.
                                                  12.ª e última. – Dar muito valor ao raciocínio e nenhum à rotina.”

Tr: Guilherme de Camargo.


Valiosos conselhos. Espero que sejam úteis.
Bons Estudos!

[]

JP

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