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domingo, 22 de junho de 2025

O Violão Segundo Carlevaro: Técnica a Serviço da Arte

 


No The Tao of the Guitar, buscamos sempre mergulhar na essência do violão, entendendo sua técnica como um caminho para a expressão artística e o autoconhecimento. Nesse sentido, a obra e a filosofia de Abel Carlevaro se alinham perfeitamente com essa visão. Carlevaro nos convida a enxergar o violão não apenas como um instrumento, mas como uma extensão do corpo e da mente, onde a técnica serve à arte e ao sentimento. Neste post, “O Violão Segundo Carlevaro: Técnica a Serviço da Arte”, exploraremos como seu legado pedagógico, composicional e interpretativo reflete essa busca por uma prática consciente, integrada e profundamente musical — um verdadeiro "Tao do Violão".

Mais um post aqui para o nosso blog The Tao of the Guitar, que neste ano especial completa 20 anos de história. Desde 2005, seguimos juntos compartilhando descobertas, reflexões e inspirações sobre o universo do violão clássico. Hoje, vamos falar sobre o legado de um mestre que mudou para sempre a maneira como pensamos e tocamos o violão: Abel Carlevaro (1916-2001).


Abel Carlevaro: inovação e sensibilidade no violão


Nascido em Montevidéu, em 1916, Carlevaro foi um daqueles músicos raros que unem virtuosismo, criatividade e uma profunda vocação pedagógica. Ele não se contentou em apenas dominar o instrumento: questionou tradições, estudou a fundo a relação entre corpo e violão, e propôs uma abordagem revolucionária para a técnica violonística. Carlevaro via o violão como uma extensão do ser, defendendo que cada violonista deveria buscar uma postura e técnica que respeitassem sua própria anatomia. Sua obra mais conhecida, “Escuela de la Guitarra”, não é apenas um método, mas um convite à reflexão: nela, ele separa o estudo técnico do estudo musical, permitindo que cada aspecto seja desenvolvido de forma consciente e personalizada. Seus cadernos de técnica são referência mundial, mas o mais importante é sua filosofia: a técnica deve sempre servir à arte, nunca o contrário. Como professor, Carlevaro estimulava a autonomia do aluno, valorizando a auto-observação e o entendimento do próprio corpo. Seu pensamento influenciou gerações de violonistas e segue vivo em salas de aula, palcos e estúdios ao redor do mundo.

Aqui está um texto fundamental do próprio Maestro, extraído da página 20 de seu livro “Escuela de la Guitarra”, que resume como poucos a essência de sua visão:


A TÉCNICA A SERVIÇO DA ARTE

"Um dos grandes problemas instrumentais tem sido sempre a técnica. Esta não é o resultado puramente físico da ação dos dedos, ela é uma atividade que obedece à vontade do cérebro; nunca pode ser um estado irreflexivo.

Por um lado, há algo que é necessário aprender: o ofício. E, por outro lado, deve existir algo nosso, que ninguém nos pode ensinar. Ao intérprete se apresentam dois problemas: o aspecto puramente mecânico de uma obra musical e como deve expressar-se tal obra. Convém sempre começar por este último. Desde o primeiro momento é necessário entrar na arte porque, como vamos trabalhar uma obra sem saber o que temos que expressar? Não esquecer nunca isso, porque do contrário a arte se desnaturaliza. Se o ofício propriamente dito passa a ocupar o primeiro plano, a arte terá perdido sua qualidade própria.

Contudo, quem não possui uma grande técnica não poderá ser um grande intérprete. O que importa é o ponto de partida: se provém do espírito irá ao espírito; do contrário será só um produto de laboratório. A diferença básica entre o verdadeiro intérprete e o simples executante está em que este se baseia no trabalho mecânico separado de toda outra ideia, fazendo ressaltar unicamente o malabarismo digital o qual cuida como um precioso dom, dando à técnica um valor em si, uma personalidade, uma autonomia que não lhe pertence. Orgulhoso de seu poder crê conseguir com ele tudo que pode desejar o virtuoso. E essa técnica, produto de tantos sacrifícios, está a serviço do quê? Qual a razão que nos demonstra a verdade de tal hipertrofia? É um absurdo pretender conseguir fazer música utilizando a técnica como único fim, sem pensar em nada mais, desumanizando a arte. Cuidado com esse monstro! Depois de criado é necessário superar suas forças para obrigá-lo a servir aos valores puros da arte. Senão, produzir-se-á irremediavelmente o contrário.

O espírito e a matéria são duas forças que devem unir-se para a criação da arte. Então a matéria se fará um pouco espírito, e o espírito tomará formas concretas. A arte pertence ao domínio do espírito; a técnica é patrimônio da razão. Da união desses dois elementos nasce a manifestação artística, verdadeira simbiose criada pelo homem." (Abel Carlevaro)


O violonista e professor brasileiro Sidney Molina publicou, em seu canal no Youtube, um detalhado vídeo sobre o legado de Carlevaro. Molina aborda os princípios técnicos do violonista uruguaio, sua carreira como intérprete e compositor, além de destacar seus contatos com grandes nomes como Andrés Segovia, Heitor Villa-Lobos, Manuel Ponce e Camargo Guarnieri. São apresentados exemplos musicais de obras como o "Prelúdio n. 3" de Villa-Lobos e também composições próprias de Carlevaro. 



Existe, também no Youtube, um vídeo com explicações de Carlevaro sobre sua técnica e pensamento pedagógico.  Pelo que pude pesquisar, o vídeo "A Guitar Lesson with Abel Carlevaro" foi gravado em 28 de maio de 1997, em Heidelberg, na Alemanha. Trata-se de um registro único e histórico em que o próprio Carlevaro explica sua técnica e filosofia por meio da demonstração de cinco de seus Microestudios. O propósito da gravação foi documentar e divulgar a abordagem pedagógica inovadora de Carlevaro, mostrando em detalhes sua teoria instrumental e os fundamentos técnicos que ele desenvolveu ao longo de sua carreira. Esse material é especialmente valioso por apresentar o mestre explicando diretamente seus conceitos, o que não só serve como aula para violonistas, mas também como testemunho histórico da evolução do violão clássico no século XX.



Abel Carlevaro, além de revolucionar a técnica e a pedagogia do violão clássico, também inovou no próprio instrumento que utilizava. A partir de um determinado momento da sua carreira, ele passou a tocar um violão com um design completamente diferente, criado em colaboração com o luthier espanhol Manuel Contreras, a partir de 1983, em Madri. Esse violão, conhecido como o Modelo Carlevaro, apresenta características únicas que rompem com o formato tradicional do instrumento. A parte superior da caixa de ressonância, onde o braço do violonista repousa, é reta, enquanto a parte inferior mantém a curvatura usual para encaixar na perna do músico. Essa configuração faz com que a superfície do tampo se assemelhe ao formato de um piano de cauda, o que, segundo Carlevaro, melhora a vibração das notas graves, ampliando (teoricamente) a ressonância e a projeção sonora do instrumento. Outra inovação marcante é o fechamento do tradicional buraco redondo no tampo, substituído por uma fenda fina (“slot”) que percorre toda a curvatura do tampo. O tampo, por sua vez, não está fixado rigidamente às laterais, mas é praticamente “flutuante”, sustentado apenas por pinos de madeira que o conectam às partes laterais da caixa. Assim, o violão é composto por duas partes quase independentes: o fundo e as laterais, e o tampo que vibra com maior liberdade. Essa construção singular permite uma maior eficiência na transmissão das vibrações das cordas para o corpo do instrumento, resultando em um som mais rico, com graves mais profundos e uma resposta dinâmica diferenciada. Esse instrumento reflete perfeitamente a filosofia de Carlevaro: uma busca constante por otimizar a relação entre músico, técnica e som, sempre com base em princípios anatômicos e acústicos que favorecem a expressão artística e o conforto do intérprete.


Neste vídeo Carlevaro explica suas ideias sobre seu instrumento:




Abel Carlevaro foi, além de um violonista e pedagogo excepcional, um compositor cuja produção serve sobretudo como complemento à sua visão pedagógica e técnica do violão. Sua obra composicional reflete diretamente a aplicação prática dos princípios que desenvolveu em sua didática, funcionando como uma extensão musical das soluções técnicas que propôs. Entre suas composições mais conhecidas e estudadas estão os Micro-Estudios, pequenos estudos focados em aspectos específicos da técnica violonística. Esses estudos não apenas exercitam dificuldades técnicas isoladas, mas também possuem coerência musical própria, exemplificando a chamada “técnica idiomática” de Carlevaro, que parte dos movimentos naturais do instrumento para construir sua linguagem harmônica e sonora. Outro conjunto importante é o dos Prelúdios Americanos. Essas peças incorporam influências da música popular e erudita latino-americana, especialmente do Rio da Prata, e revelam uma preocupação com a sonoridade e a mecânica do violão. Dedicados à Andrés Segovia, estes cinco prelúdios — Evocación, Scherzino, Campo, Ronda e Tamboriles — são obras que demonstram uma linguagem própria, alinhada à técnica e à expressividade que Carlevaro valorizava. A técnica idiomática de composição, característica marcante de sua obra, baseia-se na análise detalhada dos movimentos e da postura do instrumentista, buscando uma coerência entre os elementos técnicos e a estrutura musical. Essa abordagem está fundamentada em sua Teoria Instrumental, apresentada no livro Escuela de la Guitarra (1979), que é o marco de sua obra pedagógica. Embora Carlevaro tenha composto outras peças e concertos, sua produção como compositor é vista principalmente como um complemento à sua atuação como professor e intérprete. Suas composições são estudadas não só como repertório, mas também como exemplos práticos da integração entre técnica e arte, oferecendo ao violonista um caminho para desenvolver a técnica a partir da música. Assim, a obra composicional de Carlevaro se insere como um terceiro eixo em sua carreira musical, junto com a performance e a pedagogia, formando uma síntese poética e técnica que continua influenciando violonistas e estudiosos do instrumento.

Aqui está um exemplo de um grande músico interpretando uma destas obras. Preludios Americanos III Campo, por Everton Gloeden:




E aqui, Abel Carlevaro interpretando um dos famosos Estudos de H. Villa-Lobos:




Sobre discos.

Abel Carlevaro gravou relativamente pouco em comparação com sua extensa carreira como professor e concertista, mas os registros que deixou são de grande valor histórico e artístico para o violão clássico. Sua discografia reúne gravações feitas desde o final da década de 1940 até os anos 1990, incluindo álbuns solo, recitais e coletâneas que refletem seu repertório e sua visão técnica e musical. Entre os discos mais relevantes estão:

- Sin Título (1949) — seu primeiro registro, um disco de 78 rpm gravado em Londres, que já mostra sua técnica refinada e interpretação pessoal.

- Recital de Guitarra (1958) e 2º Recital de Guitarra (1960) — gravados pela gravadora Antar em Montevidéu, são registros importantes de sua fase inicial como concertista.

- Abel Carlevaro, guitarriste (Ducretet-Thompson, França) — uma gravação que ajudou a divulgar sua arte na Europa.

- Carlevaro plays Carlevaro (1986) — álbum em que interpreta suas próprias composições, incluindo os famosos Micro-Estudios e Prelúdios Americanos.

- 20 Microestudios (1998) — uma gravação dedicada exclusivamente a esses estudos que são parte central de sua pedagogia.

- Recital de música española (1975 e relançamentos posteriores) — com obras de compositores espanhóis e latino-americanos que integravam seu repertório.

Entre outros ... Seu trabalho discográfico, embora não volumoso, é fundamental para entender sua abordagem interpretativa e pedagógica, servindo tanto como fonte de estudo quanto como inspiração para violonistas ao redor do mundo.

Aqui está um link para um de seus álbuns hospedado na plataforma de streaming que uso atualmente:

The Guitar of Abel Carlevaro, Vol. 1: https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mags_ZQc2j7q_Z_XCz1InvwVWknAYIRyk&si=8x9yRhtiAMf66oT-


Para finalizar nosso post de hoje, vou deixar aqui alguns links que podem ser úteis pra quem quiser se aprofundar mais:

- Lista de discos (Discogs): https://www.discogs.com/pt_BR/artist/1854486-Abel-Carlevaro

- Tese de Celso Delneri sobre a técnica composicional de Carlevaro: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-13112015-101451/publico/CELSOTENORIODELNERIVC.pdf

- O livro "Escuela de la Guitarra" traduzido e comentado por Álvaro Henrique: https://alvarohenrique.com/escuela-de-la-guitarra-de-abel-carlevaro-em-portugues/

- Wiki: https://en.wikipedia.org/wiki/Abel_Carlevaro

- Artigo no Mangore.com: https://www.mangore.com/carlevaro-7-27-105


Espero que tenham gostado e que seja útil e inspirador de alguma forma. E que o pensamento cartesiano de Carlevaro continue inspirando nossos estudos e nossa música, assim como tem inspirado estes 20 anos do The Tao of the Guitar. 

Grande abraço musical e fraterno. Ótimos estudos pra todos nós.


:)

[]

João Paulo Pessoa.


segunda-feira, 16 de junho de 2025

O Final Brilhante: Influências Operísticas em Mauro Giuliani e o Efeito Rossini no Violão

 Olá! Celebramos 20 anos do The Tao of the Guitar. Estamos realmente no século XXI.



Às vezes, é difícil acreditar em toda essa tecnologia que nos cerca. Sem dúvida, há muitos aspectos negativos na avalanche tecnológica atual. A banalização que se instalou em nossa sociedade, especialmente por meio dos pequenos dispositivos móveis com suas telas diminutas que nos acompanham o dia inteiro, é realmente impressionante. No entanto, também existe o lado positivo: o uso consciente e proveitoso dessas ferramentas. Minha falecida mãe, a professora Maria Nilda Pessoa, sempre dizia: “uma ferramenta é apenas uma ferramenta; seu bom uso é que determina sua eficiência”. Essa sábia professora continua a me ensinar, mesmo em suas memórias, e sigo aprendendo com seus ensinamentos.

Pois bem, vamos ao tema de hoje. Estive refletindo sobre algumas questões interpretativas envolvendo duas obras do compositor e violonista Mauro Giuliani (1781-1829): a Sonatina opus 71 nº 1 (em dó maior) e as Variações sobre Folias de Espanha opus 45 (em ré menor). Ao analisar essas duas peças lado a lado, chama a atenção a similaridade no procedimento de finalização em ambas.

Resolvi então fazer a seguinte pergunta para a I.A. Perplexity:

https://www.perplexity.ai/

Pergunta:

"Bom dia. Estou tentando resolver um pequeno enigma musical. Estudo no violão duas obras do compositor Mauro Giuliani: a sonatina op71nº1, e as Variações sobre folias de Espanha op45. O enigma é o final dessas duas obras: na Sonatina (em dó maior) o último movimento, um Rondó, tem um final que lembra muito os movimentos de finalização em aberturas de ópera; enquanto que as Variações opus 45, apresentam exatamente esse mesmo tema (essa mesma ponte) na finalização da obra, na conclusão da última variação da peça, com a diferença apenas de estar em ré maior (apesar do op45 ser em ré menor, a conclusão desta obra é em ré maior). O enigma é: por que estas duas peças tão distintas, em tonalidades diferentes têm o mesmo final? E ainda, de onde é que conheço esse final? Minha intuição de ouvinte de música clássica me diz que essa finalização pode ser encontrada em aberturas de óperas de Rossini, que é uma das principais influencias de Mauro Giuliani. Mas, não consegui encontrar uma obra especifica de Rossini ou de outro compositor onde apareça essa mesma finalização. Mas tenho certeza, Giuliani pegou essa ponte de algum lugar. Poderia me ajudar com esse enigma"

E aqui está a resposta da Perplexity:

"

O Enigma do Final nas Obras de Giuliani

Você observou um fenômeno fascinante: tanto a Sonatina op. 71 nº 1 (no Rondó final) quanto as Variações sobre as Folias de Espanha op. 45 (na conclusão da última variação) de Mauro Giuliani apresentam uma “ponte” ou finalização musical muito semelhante, apesar de serem obras distintas e em tonalidades diferentes. Sua intuição aponta para uma possível influência das aberturas de ópera de Rossini, mas não encontrou uma citação direta. Vamos analisar as possíveis razões e origens desse recurso.

1. Por que Giuliani usou o mesmo final nessas obras?

Estilo Operístico e Influência de Rossini: Giuliani era profundamente influenciado pelo estilo operístico italiano do início do século XIX, especialmente por Rossini, com quem conviveu em Viena e cuja música era extremamente popular. Muitos estudiosos destacam que Giuliani buscava transpor para o violão os gestos orquestrais e dramáticos das aberturas de ópera, especialmente o uso de pontes, crescendi e cadências típicas do final de movimentos operísticos.

Recursos de Finalização: O tipo de ponte ou cadência que você percebe nas duas obras de Giuliani é um recurso recorrente no repertório operístico da época, especialmente nas aberturas de Rossini, onde há frequentemente um trecho de transição, modulando para a tonalidade principal, seguido de uma cadência virtuosística e triunfal.

Auto-citação e Fórmulas de Efeito: É comum em compositores do período clássico e início do romantismo reutilizarem fórmulas de efeito comprovado, especialmente em finais de obras pensadas para agradar o público e demonstrar virtuosismo. Giuliani, além de compositor, era um virtuose do violão e sabia o impacto que esse tipo de finalização causava na plateia.

2. De onde vem esse final? Existe uma fonte específica?

Rossini como Modelo Geral: Embora não haja evidência de que Giuliani tenha retirado literalmente esse final de uma obra específica de Rossini, há consenso acadêmico de que ele se apropriou de “maneirismos” típicos das aberturas rossinianas: uso de pontes modulantes, cadências com escalas e arpejos ascendentes, e uma resolução brilhante, geralmente em modo maior, mesmo que a peça esteja em menor.

Rossiniane e Transcrições: Giuliani chegou a compor as famosas “Rossinianas”, obras baseadas diretamente em temas de Rossini, demonstrando sua familiaridade e admiração pelo estilo do compositor de óperas. Em análises dessas obras, percebe-se que Giuliani imitava não só melodias, mas também estruturas formais e efeitos orquestrais, como as cadências finais fora da métrica (“cadenza fuori tempo”), típicas das aberturas de ópera.

Fórmula Tradicional: O gesto de finalizar uma obra com uma ponte modulante e uma cadência virtuosística era tão comum que se tornou quase um clichê do período, presente não só em Rossini, mas em outros compositores de ópera italianos e instrumentistas virtuoses. Giuliani, atento ao gosto do público e ao repertório da época, incorporou esse recurso em várias de suas obras.

3. Conclusão: O Mistério Resolvido

As duas peças de Giuliani compartilham o mesmo tipo de finalização porque o compositor usava fórmulas operísticas de efeito, inspiradas no repertório de Rossini e no gosto musical da época.

Não há registro de uma obra específica de Rossini que contenha exatamente esse final, mas o recurso é típico das aberturas e finais de ópera do período, especialmente nas obras do próprio Rossini.

Sua percepção auditiva está correta: Giuliani “pegou” esse tipo de ponte do universo operístico, adaptando-o ao violão e reutilizando-o em diferentes contextos, tanto em peças didáticas quanto em variações virtuosísticas.

Sugestão para Exploração:

Se quiser aprofundar, compare as cadências finais de aberturas como “O Barbeiro de Sevilha” ou “Guillaume Tell” de Rossini com os finais das obras de Giuliani. Você perceberá semelhanças na construção dramática, mesmo que não haja citação literal de temas.

Resumo: Giuliani utilizou um recurso operístico típico, inspirado no estilo de Rossini, como fórmula de efeito em finais de obras — por isso você encontra a mesma “ponte” conclusiva em peças tão diferentes do compositor."

Fantástico não? 

Esse é um ótimo exemplo de uso positivo de tecnologias que temos à disposição. Mas não parou por aí. Pedi à Perplexity que preparasse um artigo sobre o assunto especialmente para ser publicado aqui no The Tao of the Guitar. Então, com a palavra, Perplexity:

"



O Final Brilhante: Influências Operísticas em Mauro Giuliani e o Efeito Rossini no Violão.

Introdução

No universo da música clássica, certos gestos estilísticos transcendem gêneros e instrumentos, criando pontes inesperadas entre óperas grandiosas e peças instrumentais intimistas. Um desses fenômenos é a recorrência de finais brilhantes em modo maior, mesmo em obras compostas em tonalidade menor, prática marcante nas aberturas de ópera de Rossini e adotada por compositores como Mauro Giuliani no repertório para violão.


A Fórmula do Final Brilhante

O que é?

Trata-se de um recurso em que a peça, mesmo sendo predominantemente em modo menor, termina de forma triunfante e otimista em modo maior. Essa “resolução brilhante” era um verdadeiro clichê de efeito no início do século XIX, especialmente nas aberturas de óperas italianas.


Exemplos Clássicos

Rossini – Abertura de “O Barbeiro de Sevilha”: A peça transita entre modos, mas termina com uma explosão em Mi maior, criando sensação de apoteose.

Rossini – Abertura de “Guillaume Tell”: Inicia em Mi menor, mas o famoso final (“Marcha dos Soldados Suíços”) é em Mi maior, exemplo máximo do efeito otimista rossiniano.

Rossini – Abertura de “La Cenerentola”: Após passagens dramáticas em menor, resolve em maior, reforçando o clima de vitória e alegria.

Outros compositores italianos, como Donizetti e Bellini, também utilizavam esse recurso, mas Rossini é o maior expoente dessa prática.


Mauro Giuliani e o Violão Virtuosístico

Giuliani e a Influência Operística

Mauro Giuliani, principal nome do violão no início do século XIX, era profundamente influenciado pela linguagem operística italiana, especialmente por Rossini, com quem conviveu em Viena. Giuliani buscava transportar para o violão os gestos dramáticos das aberturas de ópera, incluindo as resoluções brilhantes e cadências virtuosísticas.


Auto-citação e Fórmulas de Efeito

É comum encontrar em diferentes obras de Giuliani, como a Sonatina op. 71 nº 1 e as Variações sobre as Folias de Espanha op. 45, finais quase idênticos: uma ponte modulante seguida de uma cadência triunfal em modo maior, mesmo que a peça esteja em menor. Esse recurso não é mera coincidência, mas sim uma adaptação das fórmulas operísticas de efeito, pensadas para impressionar o público e demonstrar virtuosismo.


A “Cadenza Fuori Tempo”: Liberdade e Brilho

O Que É?

A “cadenza fuori tempo” é uma cadência executada fora do tempo regular, momento de liberdade rítmica e virtuosismo, geralmente antecedendo a resolução final da peça. O intérprete pode acelerar, retardar ou pausar livremente, exibindo técnica e expressividade, em clara inspiração nos solos improvisados das óperas e concertos clássicos.


Exemplos para Ouvir

Rossini – Abertura de “Semiramide”: Apresenta cadências orquestrais livres antes dos retornos temáticos e do final apoteótico.

Giuliani – “Rossiniana” para violão: Giuliani utiliza cadências livres inspiradas diretamente nas aberturas de Rossini, com resoluções brilhantes em maior.

Mozart – Concertos para Piano: Mozart popularizou o uso da cadenza fuori tempo, influenciando toda a geração seguinte, inclusive os italianos do século XIX.


Por Que Esse Recurso Era Tão Popular?

Efeito Dramático: Criava sensação de triunfo e apoteose, agradando plateias ávidas por emoções fortes.

Virtuosismo: Permitindo ao intérprete exibir técnica e criatividade, especialmente em instrumentos como o violão.

Tradição Operística: Era um gesto herdado das óperas, onde finais grandiosos em modo maior simbolizavam vitória, redenção ou felicidade.


Conclusão

A recorrência de finais brilhantes em modo maior e o uso da “cadenza fuori tempo” na música instrumental do início do século XIX refletem a profunda influência do universo operístico, especialmente de Rossini, sobre compositores como Mauro Giuliani. Esses recursos, longe de serem meras fórmulas, são pontes entre o drama do palco e a expressividade do salão, perpetuando o brilho da ópera no repertório instrumental."


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Espero que tenham gostado da leitura. Para finalizar nosso post de hoje, aqui estão alguns ótimos álbuns para você conhecer:

1) Rossini Overtures. Colin Davis e Royal Philharmonic Orchestra

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_kwUEi98332_PP1G3jlRW6GfB9yykDy1qg&si=Gq_PxtqEwY9Td_Ut


2) Rossini Overtures. Claudio Abbado e Chamber Orchestra of Europe

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_n-RFpW9mE8zXfnBZnqrIsfqNj5hNJx-N0&si=cPzckfAFhsSAt4K-


3) Mauro Giuliani: Guitar Solo and Chamber Music. Stefano Cardi & Enrico Casularo

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mYlLoO01ssJZVH1MKZ2TFT2YdJm8Bd_TE&si=tWaRKotnMxENf6Xx


4) Mauro Giuliani: Rossiniane. Giulio Tampalini

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mL23eMRXPmolCf1uNEBx1-hyLAiyX2kNc&si=c1A01k1HIBJYutNi



5) This Is Classical Guitar: Music by Sor and Giuliani. Jürg Kindle

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_ntYlipEkSt9ciJvamGc65Yp2yQ4wtvZ9A&si=uc650DMf1UYiJtGz



Não esqueça de ouvir com atenção. Os links acima são da plataforma YoutubeMusic (é a plataforma que utilizo atualmente), mas você, provavelmente, encontrará esses álbuns em outras plataformas também. 

De preferencia, use bons fones de ouvido ou boas caixas de som. E, provavelmente, será mais proveitoso se você tomar notas durante as escutas. Recomendo bastante que você escute música seguindo na partitura também. Um ótimo lugar para conseguir partituras que estão em domínio público de maneira segura e gratuita é pelo site do IMSLP:

https://imslp.org/wiki/Main_Page

Por hoje é só pessoal.

:)

Grande abraço musical e ótimos estudos.

[]

João Paulo Pessoa.


domingo, 8 de junho de 2025

Um pequeno exemplo do uso de I.A.s em pesquisas sobre nossa prática diária.



 Olá.

20 anos de The Tao of the Guitar ... 

Quando começamos a escrever nossas postagens aqui no nosso blog, em 2005, o termo "Inteligencia Artificial" era algo que encontrávamos normalmente em filmes de ficção cientifica. Hoje é uma realidade presente em nossa vida cotidiana. É preciso estar sempre atento sobre o melhor uso que podemos fazer das ferramentas que temos à disposição.

Nesse sentido, venho testando a plataforma de pesquisa com I.A. chamada Perplexity


https://www.perplexity.ai/



Para explicar melhor a proposta dessa I.A. e o que diferencia ela de outras plataformas, nada melhor do que perguntar à própria I.A. em questão. 

O pequeno "diálogo" exibido a seguir em nossa postagem de hoje, foi o resultado de uma pesquisa usando a Perplexity no dia 08/06/2025:

Pergunta:

Perplexity, por favor, defina-se resumidamente. E diga também o que diferencia a Perplexity de outras I.A.s.


Resposta:

"O Perplexity é uma plataforma de inteligência artificial baseada em grandes modelos de linguagem (LLMs) que se destaca por fornecer respostas claras, precisas e contextualizadas, com a importante característica de citar as fontes das informações apresentadas. Diferente de outras IAs, como o ChatGPT, que geram respostas baseadas em grandes bancos de dados internos, o Perplexity realiza buscas em tempo real na internet, agregando dados atualizados e confiáveis para compor suas respostas.

O que diferencia o Perplexity de outras IAs é seu foco na transparência e na verificação dos fatos, pois além de sintetizar informações de múltiplas fontes, ele exibe as referências usadas, permitindo ao usuário conferir a origem e a credibilidade do conteúdo. Essa abordagem torna o Perplexity especialmente útil para profissionais que precisam de informações verificáveis, como jornalistas, consultores e produtores de conteúdo.

Além disso, o Perplexity organiza as informações encontradas em uma resposta única e coerente, facilitando a compreensão e poupando tempo ao centralizar dados diversos em um só lugar. Ele também sugere tópicos relacionados para aprofundamento, promovendo uma experiência de pesquisa mais completa e dinâmica. Em resumo, o Perplexity combina a capacidade de compreensão avançada da linguagem natural com a agilidade e atualização das buscas online, oferecendo uma ferramenta de pesquisa inteligente que alia precisão, contexto e transparência."


Para trazer para o nosso post um pequeno exemplo de uso dessa plataforma, fiz uma pergunta sobre o tema "Disciplina e Motivação para Estudantes de Violão Clássico". Veja aqui os interessantes resultados:

Pergunta:

Perplexity, eu quero melhorar como violonista clássico. Já tenho alguma experiencia, mas me falta combustível para manter a empolgação e disciplina com os estudos. Você pode reunir aqui material que fale sobre a disciplina de estudos para estudantes de musica clássica? Não apenas guitarristas clássicos, mas também estudantes de outros instrumentos como violino e/ou piano etc ... Conheço o trabalho do prof. Ricardo Iznaola que me ajuda bastante. Gostaria que me mostrasse trabalhos semelhantes ao do professor Iznaola. Tudo que puder mostrar relativo ao assunto empolgação, combustível e disciplina para estudantes instrumentistas da música clássica pode ajudar.


Resposta: 

"Para melhorar sua disciplina, empolgação e combustível para os estudos como violonista clássico, é útil considerar abordagens e estratégias que abrangem não só o violão, mas também outros instrumentos clássicos como piano e violino. A seguir, reúno informações e referências relevantes que podem ajudar a manter a motivação e a disciplina no estudo da música clássica, com base em trabalhos semelhantes ao do professor Ricardo Iznaola, além de pesquisas sobre concentração e prática deliberada.

Estratégias para Disciplina e Motivação no Estudo de Música Clássica

1. Prática Deliberada e Autorregulação da Aprendizagem

Um ponto central para o desenvolvimento da habilidade musical é a prática deliberada, conceito estudado por Ericsson et al. (1993) e aplicado por músicos como Ricardo Iznaola. A prática deliberada é uma atividade estruturada, com metas específicas, esforço consciente e monitoramento do desempenho, que ajuda a superar limites pessoais e exige plena concentração. Isso implica que a qualidade do tempo dedicado ao estudo é tão importante quanto a quantidade.

Estudos indicam que estudantes de música, especialmente em níveis superiores, precisam desenvolver autonomia para gerir seu tempo e rotina de estudos, adotando estratégias como:

- Análise prévia da tarefa musical

- Estabelecimento de metas claras e específicas

- Planejamento detalhado das sessões de prática

- Escolha de estratégias adequadas para diferentes objetivos (técnica, interpretação, memorização)

- Reflexão crítica sobre o progresso e dificuldades encontradas


Essas estratégias ajudam a manter o foco e a disciplina, além de tornar o estudo mais produtivo e menos cansativo.

2. Manutenção da Motivação e Empolgação

No início do aprendizado, o estímulo externo (como professores e familiares) é fundamental para manter a motivação. Com o avanço, o músico deve buscar fontes internas de motivação, como o prazer na superação de desafios e a satisfação com o progresso. Trabalhos como os de Iznaola enfatizam a importância de um manual prático que auxilie o estudante a estruturar sua rotina e a encontrar sentido e entusiasmo na prática diária.

3. Uso da Música Clássica para Melhorar Concentração e Memória

Ouvir música clássica instrumental durante os estudos pode ser um recurso valioso para aumentar a concentração, a produtividade e a memorização, criando um ambiente propício para o aprendizado. Pesquisas indicam que:

- A música clássica ativa os dois hemisférios do cérebro, promovendo um melhor funcionamento cognitivo.

- Ajuda a abafar ruídos externos, facilitando o foco.

- Estimula a memorização e a assimilação do conteúdo estudado.

- Melhora o humor e torna tarefas repetitivas mais agradáveis.

- Estimula a criatividade e o relaxamento mental, mantendo a mente alerta sem distrações.

Esses efeitos são benéficos para músicos que precisam manter a concentração durante sessões longas de prática.

4. Referências e Trabalhos Semelhantes ao Professor Ricardo Iznaola

Além do trabalho do professor Ricardo Iznaola, que é referência para violonistas clássicos, há outros autores e músicos que abordam a prática instrumental com foco na disciplina e no desenvolvimento da autonomia do estudante, como:

- Gerald Klickstein, que trata da psicologia da prática musical.

- Richard Provost e Lee F. Ryan, que discutem aspectos da prática individual e estratégias para o desenvolvimento técnico e interpretativo.

- Pesquisas acadêmicas que investigam a rotina de estudo e a autorregulação da aprendizagem para músicos, com exemplos práticos e planos de estudo.

Esses trabalhos complementam o manual de Iznaola, oferecendo uma visão ampla sobre como organizar a prática e manter a disciplina.


Recomendações Práticas para Você:

- Estruture sua rotina de estudos com metas diárias, semanais e mensais, focando em aspectos técnicos e musicais específicos.

- Utilize a prática deliberada: concentre-se em desafios específicos, evite tocar mecanicamente e faça pausas para descanso.

- Escute música clássica instrumental para criar um ambiente mental favorável ao estudo e à concentração.

- Reflita sobre seus progressos e dificuldades, ajustando seu plano conforme necessário.

- Busque inspiração em livros e manuais de prática musical que enfatizam a autorregulação e a motivação, como os de Iznaola e autores similares.

Com essas estratégias, você poderá renovar seu combustível interno, manter a empolgação e a disciplina necessárias para avançar ainda mais como violonista clássico."


Nota: Interessante ver como ela se refere à escuta musical e fala sobre "Ouvir música clássica instrumental durante os estudos", o que claramente, não se aplica ao estudo do instrumento musical. Ainda assim, ouvir música é de fato algo profundamente essencial em nossa prática. Acho, no entanto, que esse "ouvir durante a leitura" ao qual ela se refere, não seria de fato o "Ouvir Música como Músico" ao qual me refiro sempre. Mas dá pra entender o ponto aqui exposto e fazer uma pequena ressalva nesse sentido. De qualquer forma fica aqui esta pequena observação. Esse assunto é muito abordado por mim lá no meu canal do Youtube ... aproveite, nos faça uma visita e busque por nosso podcast sobre o assunto:

"Discos para ouvir- por João Paulo Pessoa"

https://youtube.com/playlist?list=PLFr-0gv4oMlKRUyHzJ4RJ8clGev84FGQ-&si=6NX5Wb-PkekdlPL0


Seguindo com nosso diálogo com a I.A. Perplexity. 

Aqui eu pedi que a I.A. me mostrasse algumas fontes sobre o tema e indicasse materiais para futuras pesquisas. Vemos aqui o poder de fogo dessas I.A.s no que tange à citação e recomendação de bibliografia sobre um determinado tema:


Pergunta: Perplexity, por favor indique materiais específicos e livros que aprofundam esses temas.

Resposta:

"Livros e Materiais Essenciais sobre Disciplina, Motivação e Estratégias de Estudo em Música Clássica

A seguir, listo obras e autores fundamentais — tanto para violonistas quanto para instrumentistas de piano, violino e outros — que abordam em profundidade temas como disciplina, organização do estudo, motivação e prática deliberada. Muitos desses livros são referências internacionais e são frequentemente citados em pesquisas acadêmicas sobre performance musical.

Livros sobre Prática, Disciplina e Motivação

- The Musician’s Way – Gerald Klickstein

Um guia prático e moderno para músicos de todos os instrumentos, abordando organização do estudo, técnicas de prática deliberada, controle da ansiedade de performance e estratégias de motivação. Klickstein é citado como referência central para estratégias de estudo instrumental.

- On Practising – Ricardo Iznaola

Livro clássico entre violonistas, mas com princípios aplicáveis a qualquer instrumentista. Foca em planejamento, autoavaliação e prática eficiente.

- Art and Technique of Practice – Richard Provost

Explora métodos para maximizar o rendimento da prática, com dicas sobre organização, definição de metas e superação de obstáculos comuns ao estudo instrumental.

- The Inner Game of Music – Barry Green & W. Timothy Gallwey

Aborda o lado psicológico do estudo musical, com técnicas para superar bloqueios mentais, manter o foco e desenvolver autoconfiança.

- The Art of Practising – Madeline Bruser

Livro voltado para pianistas, mas útil para todos os músicos. Discute práticas conscientes, relaxamento, atenção plena e prazer no estudo.

- The Psychology of Music Performance Anxiety – Dianna Kenny

Para quem busca entender e superar a ansiedade de performance, um dos maiores obstáculos à motivação e disciplina.


Clássicos do Ensino Instrumental (Piano e Violino)

- The Art of Piano Playing – Heinrich Neuhaus

Um dos tratados mais respeitados sobre o ensino do piano, com reflexões sobre disciplina, rotina e o desenvolvimento artístico.

- Piano Technique – Gieseking & Leimer

Foca em métodos de estudo, memorização e planejamento para pianistas, mas com ideias aplicáveis a outros instrumentos.

- The Art of Violin Playing – Carl Flesch

Obra fundamental para violinistas, com capítulos sobre organização do estudo, desenvolvimento técnico e mentalidade de prática.

- Principles of Violin Playing and Teaching – Ivan Galamian

Outro pilar do ensino do violino, com ênfase em estratégias de estudo, disciplina e autoavaliação.


Livros sobre Música, Cérebro, Motivação e Êxtase

- Música, Cérebro e Êxtase – Robert Jourdain

Explora os efeitos da música no cérebro, motivação, memória e prazer, oferecendo insights valiosos sobre como manter o entusiasmo nos estudos.

- A Música do Homem – Yehudi Menuhin

Reflexões do lendário violinista sobre a relação entre música, humanidade e motivação artística.


Livros sobre Estratégias de Estudo e Prática Deliberada

- Effective Practice – Williamon (org.)

Coletânea de textos de especialistas sobre memorização, prática individual, música de câmara e autoensino, com base em pesquisa científica.

- Prática Deliberada: Conceitos e Características

Pesquisa acadêmica baseada nos estudos de Ericsson, Krampe & Tesch-Römer (1993), que define a prática deliberada como atividade altamente estruturada, com metas claras e monitoramento constante do desempenho. O texto discute também a importância da metacognição, prática mental, análise musical e organização de objetivos.


Livros Específicos para Violonistas

- Harmonia Aplicada ao Violão e à Guitarra: Técnicas em Chord Melody – Nelson Faria

Excelente para aprofundar a compreensão harmônica e expandir o repertório técnico.

- Como Ler Partitura para Violão - Alberto Ferreira

Indicado para quem deseja aprimorar a leitura musical e tornar o estudo mais eficiente.


Outros Livros Relevantes sobre Música Clássica

- O Livro da Música Clássica (não citou autor)

Uma introdução abrangente à história da música clássica, ideal para inspiração e contexto histórico.

- A Vida dos Grandes Compositores – Harold Schonberg

Biografias que mostram os desafios, rotinas e motivações dos grandes nomes da música clássica.


Considerações Finais

Esses materiais abordam desde o planejamento detalhado da rotina de estudos, passando por técnicas psicológicas para manter a motivação, até reflexões filosóficas e científicas sobre o papel da música na vida do instrumentista. São leituras recomendadas tanto para aprofundar seu autoconhecimento como músico quanto para renovar o entusiasmo e a disciplina nos estudos diários."


(...)


Em seguida, a I.A. Perplexity continua oferecendo diversas opções como aprofundamento em um dos matérias expostos, links para compra dos livros indicados, etc ...


Realmente uma ferramenta e tanto para pesquisa na internet. Uma experiencia de fato satisfatória ... e, vale salientar, estou usando aqui a versão gratuita da plataforma.


É isso por hoje.

Hora de sentar com o violão e fazer nossa prática diária ... porque é preciso ter em mente que, por mais que busquemos fontes externas de alimentação do nosso entusiasmo, temos que manter o fogo da vontade de realizar música sempre ardendo e fervilhando nossas ideias e paixões.


Espero que seja útil.

Grande abraço musical e fraterno.


Bons estudos.


João Paulo Pessoa.


:)

[]




quarta-feira, 21 de maio de 2025

Desativando Instagram e Facebook.

 Olá.

De volta às nossas postagens aqui no blog.

O assunto de hoje: 

O impacto negativo que o efeito "Scroll infinito" pode ter em nosso cérebro. E, obviamente, os reflexos disso na prática diária de nosso instrumento musical.


Recentemente, percebi que estava me sentindo um pouco "capturado" por esse efeito. Então decidi fazer o experimento de "desativar" temporariamente as redes sociais que me traziam essa sensação (Instagram e Facebook). Por enquanto o resultado desse experimento tem sido ótimo. Senti apenas uma certa necessidade de correr atrás de notícias que antes chegavam até mim rapidamente, mas nada que não possa ser resolvido com uma breve visita a alguns portais de notícias. Mas vamos lá ... o que é, de fato, o Scroll infinito? 

Como um típico usuário de tecnologia do séc XXI buscaria essa resposta? 

Vamos perguntar num serviço de busca que nos trará uma resposta condensada através de uma I.A. 

😀😅


"Scroll infinito (também conhecido como rolagem infinita) é uma técnica de design web e de aplicativos em que o conteúdo é carregado continuamente à medida que o usuário rola para baixo, sem a necessidade de carregar uma nova página ou clicar em botões para visualizar mais conteúdo. Em vez de uma página com um limite, o conteúdo parece se estender indefinidamente. 

Como funciona: Quando o usuário rola para baixo na página, o site ou aplicativo detecta que o usuário está perto do fim da página. Automaticamente, o conteúdo adicional é carregado e adicionado à parte inferior da página. Este processo se repete continuamente, criando a ilusão de uma rolagem "infinita". 

Vantagens e desvantagens:

Vantagens: Melhora a experiência do usuário, tornando a navegação mais suave e fluida; Permite que os usuários explore um grande volume de conteúdo sem a necessidade de navegar entre várias páginas. 

Desvantagens:

Pode ser viciante e levar os usuários a passar muito tempo navegando em conteúdo; Pode dificultar a localização de informações específicas, pois não há uma visão clara do fim da página; Em algumas situações, pode comprometer o desempenho do site ou aplicativo, especialmente se o conteúdo for muito grande ou se a conexão de internet for fraca."

"As respostas de IA podem incluir erros."

Fonte: I.A. do Google.


"Pode ser viciante e levar os usuários a passar muito tempo navegando em conteúdo" ... 

Curioso que esta característica está listada pela I.A. do Google como uma desvantagem. Mas, penso que os criadores do Instagram (entre outras redes) não pensam dessa forma. Mas, vamos continuar ...


Vou inserir agora mais alguns efeitos negativos da "Rolagem Infinita" compilados pela I.A. ... 


"A rolagem infinita, embora facilite a navegação online, pode ter efeitos negativos no cérebro, como a desregulação da dopamina, diminuição da atenção e aumento da ansiedade. A experiência contínua e sem fim pode levar à fadiga mental, à perda da noção do tempo e à dificuldade em manter o foco em tarefas que exigem esforço mental prolongado. 

Efeitos específicos:

- Desregulação dopaminérgica:

O cérebro pode se tornar viciado na recompensa instantânea da rolagem, levando à busca por estímulos constantes e dificultando a concentração em outras atividades. 

- Diminuição da capacidade de atenção:

A constante exposição a conteúdos variados e fragmentados pode comprometer a capacidade de foco e atenção em tarefas que exigem mais concentração e tempo. 

- Aumento da ansiedade:

A rolagem infinita pode gerar uma sensação de estresse e ansiedade, especialmente quando se trata de conteúdo negativo ou que gera comparação com os outros. 

- Fadiga mental:

O consumo excessivo de conteúdo sem pausas pode levar à fadiga mental e à dificuldade em lidar com tarefas que exigem esforço. 

- Problemas de sono:

A exposição a telas antes de dormir pode dificultar o sono e comprometer a qualidade do descanso. 

- Sentimentos de solidão e desconexão:

O tempo excessivo em redes sociais pode exacerbar sentimentos de solidão e desconexão, mesmo estando em contato com muitas pessoas online. 

- Infotoxicação:

A exposição constante a notícias negativas e informações desorganizadas pode gerar ansiedade, estresse e fadiga mental. 

É importante estar atento aos efeitos da rolagem infinita e buscar estratégias para controlar o uso da tecnologia e proteger a saúde mental. Limitar o tempo de uso, fazer pausas e buscar atividades que proporcionem bem-estar são algumas das medidas que podem ajudar a mitigar os impactos negativos da rolagem infinita. "


Bom ... acho que já deu pra entender. 

Claro, alguém pode argumentar sobre as "vantagens" de usar o Instagram como plataforma de divulgação de sua arte, ou mesmo, para estimular e conhecer outras pessoas com interesses em comum, etc ... Acho que, de fato, toda ferramenta pode ser usada de diferentes maneiras. Mas, pode ser que a tal "ferramenta" seja apenas (de fato) um veneno. 

Pretendo continuar este experimento de não usar estas redes por um bom tempo ... vamos ver o resultado depois. Claro que as chamadas "vantagens' destas plataformas vão acababar me seduzindo a voltar pra elas mais cedo ou mais tarde ....  enquanto isso, vamos estudar nosso instrumento musical.

Em breve, mais postagens aqui no blog sobre assuntos mais diretamente ligados ao nosso trabalho diário com o violão e com a música.


Para finalizar nosso post de hoje, deixo aqui o último vídeo que publicamos em nosso canal do Youtube.

Mas, antes de clicar e assistir lembre-se:

CUIDADO COM A ROLAGEM INFINITA!

😉🙏





Grande abraço musical e freterno.
E bons estudos.

João Paulo Pessoa



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Open Frets Guitar de Katalin Koltai: uma ideia revolucionária.

 


Olá ... mais um post para nossa conta aqui no The Tao of the Guitar. E, como estamos dizendo em todos os posts de 2025: são 20 anos de The Tao of the Guitar! Oooohooouuu!  ... Desde o ano de 2005 que estamos aqui em nossas postagens sobre violão e música. Vamos em frente.

:)

Hoje vamos falar um pouco sobre as nossas impressões ao assistir um vídeo no Youtube que apresenta a ideia do Open Frets Guitar, da Dra. Katalin Koltai.  Poxa ... é o tipo de ideia genial que a gente ouve de alguem e pensa: "Como ninguem pensou nisso antes?" ... Realmente as coisas mais geniais são mesmo ideias simples que trazem uma complexidade benvinda para nossa arte.

Aqui está o vídeo do canal da Dra. Koltai:


Vou adicionar ao nosso post aqui no blog, uma tradução para o português do texto que está no site da violonista Katalin Koltai, em que ela descreve o OPEN FRETS GUITAR:

"Como uma violonista inovadora, exploro novos sons de violão e amplio os limites da linguagem do violão. Durante meu doutorado no Centro Internacional de Pesquisa de Guitarra da Universidade de Surrey (2018–2023), desenvolvi um novo design de violão com braço magnético e sistema de capo magnético. Originalmente chamado de "Ligeti Guitar", este instrumento foi criado para facilitar elementos de novas músicas que não podem ser tocados em um violão convencional.

No entanto, rapidamente percebi que esta invenção tem um potencial muito mais amplo para além da sua aplicação em novas músicas. Ao abrir o braço do violão, amplia as capacidades harmónicas do instrumento, oferecendo oportunidades criativas em vários campos. A Open Frets Guitar baseia-se nesta invenção, expandindo seu uso em vários gêneros musicais, música comunitária e pedagogia." (Texto extraido de https://katalinkoltai.com/ ... tradução com Google TR/adaptação e correção por JPP)


Poxa, assim que vi esse vídeo da Katalin Koltai no Youtube, meu primeiro impulso foi de compartilhar com meus alunos na aba "Comunidade" lá no meu canal. Mas achei importante fazer um post aqui também com mais impressões sobre esta invenção. As possibilidades parecem ser imensas ... sempre achei o capotrasto uma ferramenta incrível. Normalmente usamos em música da renascença, mas seu uso pode ser bem mais amplo. E em muitos momentos em minha formação eu também já pensei algo como: "poxa, e se eu pudesse segurar esta ou aquela nota impossível em uma determinada passagem?" ... Lembro inclusive, que em algumas passagens que eu não conseguia tocar em peças do meu repertório da universidade (tenho mão pequenas) alguns colegas faziam uma piada do tipo: "Tem que ter um estagiário pra segurar essa nota aí" ... Então, vocês podem imaginar minha empolgação ao ver esta nova invenção. A única restrição que pensei foi a dificuldade de ter que possuir um violão especial com braço magnético para poder fazer uso destes pequenos capotrastos de uma nota só. Mas, é provável que num futuro próximo esta ideia se expanda para algo que possa ser utilizado que qualquer violão. Invenções assim nos fazem realmente pensar que apesar de todos os problemas, é incrível estar vivendo no séc XXI e que o futuro (apesar de possivelmente distópico) traz também muitas esperanças e invenções fantásticas.

Parabéns Dra. Katalin Koltai ... sua invenção é incrível! Assim como sua música.


Grande abraço musical e fraterno.

Bons estudos.

:)

[]

João Paulo Pessoa.


INTEGRAIS de Edelton Gloeden: o nosso "disco incrível de hoje" ... e de amanhã também.

 



Olá ... mais um post aqui para o The Tao of the Guitar. São 20 anos de blog ... desde 2005 que seguimos com firmeza em nossas postagens sobre violão e música.

:)

Poxa vida, em nosso podcast Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa, eu falo sobre discos já faz um bom tempo. É um espaço onde busco indicar álbuns para os meus alunos ouvirem. Como se trata de um podcast audiovisual, eu costumo fazer os episódios falando de álbuns que possuo fisicamente em minha coleção. E faço as indicações de álbuns digitais (streaming) em minhas redes sociais como Instagram e/ou Facebook. Já havia indicado para vários alunos e colegas esse álbum incrível, de 2024, do professor Edelton Gloeden: INTEGRAIS/COMPLETE WORKS... escutei várias vezes no meu streaming de música. Mas tem um momento em que a gente pensa: "eu preciso ter esse disco!". Pois é ... foi o que fiz. Acabo de encomendar minha cópia com a certeza de que minha coleção de discos ficará mais rica muito em breve. Poderei então estudar melhor estas incríveis gravações do grande mestre Edelton Gloeden.

Vou deixar aqui o link para você ouvir agora no YoutubeMusic (plataforma de streaming que uso atualmente):

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_ln5x6vav0UBlJj8r1f8p8_DoRNASNku9M&si=wj_zbv4_leLXbsm5

Mas, clique neste link sabendo que são duas horas e meia de escuta, de uma música rica, densa e profunda ... feita com muito esmero e dedicação por um mestre com décadas de experiência. Eu não tenho nem palavras para descrever a importância desse material. Simplesmente escutem com atenção máxima.

Pra quem coleciona discos e estuda violão é com certeza um item indispensável na coleção. Eu comprei na loja do SESC:

https://www.sescsp.org.br/editorial/integrais/

Mas você encontra em outras lojas também. Aqui um link para a loja do portal Violão Brasileiro:

https://www.violaobrasileiro.com.br/loja/produto/edelton-gloeden-integrais-cd-fisico/

Vou copiar aqui no nosso post, alguns textos lá do portal Violão Brasileiro, que resumem a importância deste trabalho premiado do professor Edelton Gloeden:

"Edelton Gloeden – Integrais 

Compositores: Edino Krieger, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Osvaldo Lacerda, César Guerra-Peixe

Selo: Sesc | Ano: 2024

SOBRE EDELTON GLOEDEN: Um dos mais destacados violonistas brasileiros da atualidade, apresenta-se em recitais solo, com grupos de câmara, e em concertos com orquestra em todo o Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. Vem dedicando-se intensamente ao repertório de música brasileira, realizando inúmeras primeiras audições mundiais de obras de compositores como Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Cláudio Santoro, Gilberto Mendes e Jorge Antunes, entre outros. É Doutor em Artes pela Universidade de São Paulo, onde é professor no Departamento de Música, e é presença constante nos mais importantes festivais de música do país, entre eles os de Campos do Jordão, Brasília, Porto Alegre, Poços de Caldas, Campo Grande e João Pessoa. Foi o diretor artístico de todas as edições do Festival Internacional de Violão Leo Brouwer em São Paulo, com a presença de grandes músicos internacionais. Em sua discografia, destacam-se os CDs recém-lançados Mitología de las Águas, com obras de Leo Brouwer (Ediciones Espiral Eterna, Cuba), Puertas, com a soprano Adélia Issa (Selo Sesc), e 12 Valsas Brasileiras em Forma de Estudos de Francisco Mignone (projeto contemplado nos Editais ProAc, São Paulo).

DESCRIÇÃO: O repertório traz, pela primeira vez reunidas em um mesmo disco, as obras completas para violão solo de alguns dos mais destacados compositores brasileiros: Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Osvaldo Lacerda, Edino Krieger e César Guerra-Peixe. As peças representam alto grau de elaboração, expressividade, texturas, diversidade estilística. Elementos que apresentam a riqueza da música brasileira tanto em suas particularidades históricas e culturais quanto em seu diálogo com as tendências estéticas de criações internacionais. 

Para entender o tamanho da empreitada do violonista nesse projeto, o álbum físico é acompanhado por um livreto com 80 páginas que contém textos de Lutero Rodrigues, Marcelo Fernandes, Clayton Vetromilla e Felipe Garibaldi, além do próprio Edelton Gloeden. Cada um deles analisa a trajetória de cada compositor com o violão, com tradução para o inglês.

A partir da década de 1950, houve no Brasil um crescimento significativo e praticamente ininterrupto na criação de obras para violão solo, e também sua inserção na música de câmara para diversas formações e para violão e orquestra. Pela excelência, algumas destas obras tiveram boa repercussão, atraindo a atenção de intérpretes internacionais, enquanto outras estão ainda por merecer um olhar mais atento. 

Pelo fato dessas obras serem, em sua maioria, de compositores que não tocavam o instrumento, elas apresentam grandes desafios aos intérpretes, tanto de ordem técnica quanto musical. Outros fatores estão ligados à atuação desses criadores, como a defesa intransigente de princípios estéticos, a desinformação por parte dos intérpretes e ao difícil acesso às partituras, com edições esgotadas ou mesmo pela falta de publicações. Mais recentemente, a inserção do ensino do instrumento em cursos de Graduação e Pós-Graduação vem possibilitando estudos aprofundados que propiciam a disseminação e preservação da memória musical do violão brasileiro. Apesar das obras para violão serem voltadas predominantemente à pequena forma, estas se destacam pela grande expressividade, muitas delas de um virtuosismo intimista, ricas em texturas, e impregnadas de elementos que vão da musicalidade do Brasil profundo ao diálogo, a seu tempo, com diversas tendências do repertório internacional."

Um disco pra a gente ouvir muitas e muitas vezes ... gravações de referência pra ficar na história.

Espero ter ajudado.

Grande abraço musical e fraterno e bons estudos.

:)

[]

João Paulo Pessoa


Aniversário de 30 anos do CD do Cruor!

 



Olá ... mais um post aqui no nosso blog. Comemorando, é claro, os 20 anos do The Tao of the Guitar. Desde o ano de 2005 que estamos firmes aqui nas postagens sobre música e violão ... são 20 anos de blog. Um marco bem interessante mesmo.

Mas 2025 também é o ano em que o CD do Cruor completa 30 anos de gravado. Em 1995 eu estava tocando guitarra nesta banda incrível de thrash metal. Gravamos o nosso CD naquele ano ... e foi um marco na história do Heavy Metal em Pernambuco. Fomos a primeira banda de metal pernambucana a ter um trabalho registrado e lançado em CD. Na época, as bandas alternativas do Recife ainda estavam trabalhando com o então famoso formato de "Fitas-demo", e nenhuma banda de heavy metal do nosso estado havia gravado e lançado um CD ainda (nem mesmo vinil, que eu saiba). O cd do CRUOR, gravado em Olinda-PE em 1995, foi masterizado, fabricado e lançado na Suiça na época. A história está registrada não apenas em nosso CD, mas também no livro PESADO: Origem e Consolidação do Metal em Pernambuco, de Wilfred Gadêlha. Esta obra incrivelmente importante do jornalista e músico Wilfred Gadêlha conta não apenas a história do Cruor, mas de toda uma cena do heavy metal pernambucano, destacando a trajetória de diversas bandas importantes que fizeram (e fazem) o movimento do Heavy Metal em Pernambuco. Esse livro foi lançado em 2014. É interessante observar também que o próprio autor do livro (Wilfred), também foi integrante do Cruor em uma fase posterior à minha passagem pelo grupo. 




Depois de 30 anos de lançamento do CD do Cruor, ele tornou-se bem raro. Um ítem de colecionador mesmo. E eu mesmo não possuia mais este CD em minha coleção. Tentei comprar ... mas as pessoas que o possuiam vendiam muito caro mesmo. No discogs (maior plataforma para colecionadores e comerciantes de discos raros), o cd do Cruor está saindo por quase 900 reais (em 2025) ...

Não possuir o disco era, para mim, um certo empecilho. Além de ser também um embaraço para que produzisse algum material realtivo ao Cruor em algum de meus canais de comunicação. Mas, eis que ganho o CD de presente de uma grande amiga (Flávia Maciel ... muito obrigado Flavinha). 

Então, justamente, em 2025, 30 anos depois, fiz o meu Episódio Documentário CRUOR: 30 anos de lançamento do CD ... Um episódio mais que especial do meu podcast audiovisual Discos para ouvir-por João Paulo Pessoa.

Faz bastante tempo que venho compartilhando sugestões de escuta de álbuns em meu canal do Youtube, em meu Instagram e aqui no The Tao of the Guitar também ... Lá no Discos para ouvir por JPP, estamos no ep. 14 deste podcast audiovisual que começou como uma playlist de vídeos sobre minha própria coleção de discos.

Acontece que ainda não tinha parado para falar sobre um dos discos mais especiais da minha vida: o CD do Cruor - a lendária banda de thrash-metal pernambucana, da qual tive a honra de fazer parte entre os anos de 1992 e 2002 ... participo neste CD como guitarrista e compositor/co-autor. Como disse antes, este disco representa um marco na história da música pernambucana pesada, relacionada ao rock, ao heavy-metal, ao thrash, etc. No livro de Wilfred Gadêlha lançado em 2014, "Pesado - Origem e Consolidação do Metal em Pernambuco", há uma narrativa valiosa e uma análise sobre a importância deste CD na história do Metal de Pernambuco. E tenho bastante orgulho mesmo de abrir este livro e ver meu nome escrito em suas páginas, registrando assim minha participação nesta história tão importante.

 Mas neste episódio do nosso podcast, neste "EP. Especial - 30 anos do lançamento do CD do Cruor", eu mostro a minha perspectiva da história. É a narrativa do ponto de vista de quem vivenciou a criação da obra em questão, de quem escreveu músicas e letras presentes no CD, tocou no disco, na tour de divulgação, em vários shows, com distintas formações, etc ... 

São muita histórias, que de certa forma, complementam as informações presentes no livro: detalhes importantes sobre a gravação e/ou concepção do disco, que não cabiam na narrativa de Wilfred em seu livro, ficam aqui registrados para a posteridade. Foi uma década da minha vida com muito som pesado, e com ótimas histórias e vivencias.

Nosso podcast Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa, está disponível em várias plataformas de streaming como Spotify, Deezer, etc. 

Vou deixar aqui o link do nosso Episódio Documentário CRUOR: 30 anos de lançamento do CD lá no Youtube mesmo, por ser a plataforma que eu uso mais. Preparem a pipoca antes porque são duas horas de muita história:



Espero que seja útil a quem se interessa pelo tema.

Grande abraço musical e fraterno e bons estudos.


João Paulo Pessoa.


Escute aqui o CD do Cruor gravado em 1995. Tive a honra de fazer parte do Cruor e ser o guitarrista da banda na época da gravação deste CD. Algumas das obras do disco (como Insane Harmony, Game of Words, Banditry, entre outras) são também de co-autoria minha, junto com Jairo Neto e Zeca Aranha. Aqui está o link para a página do Cruor na plataforma Bandcamp: https://cruor.bandcamp.com/album/cruor


terça-feira, 28 de janeiro de 2025

"João Paulo Pessoa Podcast" agora no Spotify também. :)

 

Olá ... a comemoração dos 20 anos do The Tao of the Guitar segue firme. Desde 2005 que estamos aqui postando ideias com o intuito de espalhar a alegria de estudar o nosso instrumento musical. 

Um antigo sonho que eu tinha era produzir um podcast e espalhar pelo mundo minha música e minhas ideias ... poxa, finalmente estamos nesse caminho. O "João Paulo Pessoa Podcast" acaba de ficar diponível também no Spotify. 

Confira por este link:

João Paulo Pessoa Podcast no Spotify


Além do Spotify, estamos também no ApplePodcasts:

https://podcasts.apple.com/br/podcast/jo%C3%A3o-paulo-pessoa-podcast/id1793373028


No Deezer:

https://deezer.page.link/RrnF4LCyn6BXzp7y6


E na Amazon music:

https://music.amazon.com.br/podcasts/b5872dd2-e8c0-4f7b-a6a8-1be3a75fada9/jo%C3%A3o-paulo-pessoa-podcast



Continuamos no Youtube (e no Youtube Music) também é claro:

 https://www.youtube.com/playlist?list=PLFr-0gv4oMlJcH-Pr6LUl5AQ3a2jbx45Q

...

Lembrando que, em nosso canal no Youtube, temos atualmente cinco podcasts disponíveis. Vou deixar aqui o link pra cada um deles: 

-> João Paulo Pessoa Podcast (o único dos nossos podcasts que é somente de audio, os outros são audiovisuais ... e é também o único que está disponível em outras plataformas além do Youtube);

->  Discos pra ouvir;

-> Livros;

-> Filmes/jogos/HQ's e outras maravilhas;

-> Opus44 - Podcast só de violão clássico ... mas que ainda está em construção. De qualquer forma, você pode acessar o Opus44 e ouvir algumas gravações minhas ao violão.


E, fiquem atentos, pois vai estrear ainda um outro podcast em nosso canal: sobre instrumentos musicais ... ainda está sem nome. Mas a ideia deste novo podcast audiovisual será mostrar e contar a história dos instrumentos que possuo: violões, guitarras elétricas etc ... e tbm falar sobre equipamentos. Muitas ideias. O primeiro episódio já está gravado ... aguardem.

Grande abraço musical e bons estudos.

;)

[]

João Paulo Pessoa.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

"No novo tempo..."

Jam session prog rock em 11/01/2025. 
Guitarra: João Paulo Pessoa / Bateria: Vinícius Galvão / Baixo: Jairo neto.
Um reencontro mágico e histórico.
 

"No novo tempo. Apesar dos castigos. Estamos crescidos. Estamos atentos. Estamos mais vivos. Pra nos socorrer. ..." (Trecho da canção Novo Tempo de Ivan Lins)


2025 ... Como diremos sempre ao longo desse ano: 20 anos do The Tao of the Guitar. Estamos desde 2005 compartilhando aqui ideias e pensamentos relacionados ao nosso fazer musical. A razão desse post é apontar possíveis novos rumos para o The Tao of the Guitar, sem deixar nossa essência se perder e/ou se desvirtuar. 

Alguns poucos posts atrás, eu divulguei aqui a estréia do meu podcast "João Paulo Pessoa", onde, no primeiro episódio, eu conto resumidamente minha trajetória como músico e meu caminho de órfão desolado e perdido, passando por guitarrista de rock em bandas alternativas do Recife, e chegando a professor efetivo de violão erudito no Conservatório Pernambucano de Música, a mais respeitada e conceituada escola de música de nossa região, onde leciono desde o ano de 2010, quando conquistei a Cátedra de Professor Efetivo de Violão Erudito, via concurso público. Nesta jornada que narro no primeiro ep. do meu podcast, cito os nomes dos meus grandes amigos, e parceiros em experiências sonoras, Vinícius Galvão (que foi meu companheiro de grupo na histórica banda de prog rock recifense Van Ludwig*, onde ele tocava bateria) e Jairo Neto (outro companheiro do mundo do rock'n'roll, com quem toquei na famosa banda de trash metal pernambucana Cruor**, da qual Jairo é, e sempre será, o baixista, vocalista em tempos de crise, mentor intelectual, "espírito sombrio" e articulador de ideias insanas). 

Pois bem, acontece que, não por acaso, alguns dias depois de ter postado essa narrativa nas redes (através do sofisticado emaranhado de dispositivos de divulgação das minhas ideias confusas), aconteceu no dia 11 de janeiro de 2025, em um bar do Recife chamado "Bacabelha", o meu retorno oficial ao mundo do Rock'n'roll através de uma jam com Jairo e Vini. Estou aqui então, escrevendo este post para tentar descrever a sensação de estar a pelo menos 25 anos afastado do sentimento único de estar no palco com um power trio fazendo prog rock e, de repente, se ver com uma guitarra elétrica nas mãos improvisando meus solos como se nunca tivesse me afastado deles. 

Mas, vamos por partes (como dizem alguns profissionais de áreas mais ligadas a assuntos comerciais do dia-a-dia): tudo começou com uma postagem no instagram. Não ... não foi isso, foi bem antes ... mas como tudo é extremamente confuso de explicar, vamos supor uma plausível simplicidade para conseguir o feito de colocar isso em palavras de uma maneira minimamente compreesível. 

Jairo já falava comigo há muito tempo sobre como seria interessante se eu voltasse a tocar guitarra elétrica. Neste sentido, o meu amigo chileno, Matias Anguita Echiburu foi um precursor de ideias ... Sinceramente, Matiitas me enchia a paciência praticamente exigindo por anos que eu voltasse ao mundo do rock com minhas frases improvisadas de guitarra elétrica. E por mais que eu explicasse que estava envolvido com outras imaginações artísticas, mais ligadas ao universo segoviano da emulação de realidades orquestrais nas miniaturas dos sonhos violonísticos, etc etc ... Ainda assim, Matiitas não se conformava e, literalmente, me enchia a paciência. Chegou num ponto em que tive que bloquear Matias no instagram (ainda está bloqueado, na verdade), mesmo continuando a sentir um imenso amor fraternal pelo meu brother chileno, que, por sinal, foi um dos grandes responsáveis por eu gostar tanto assim de Deep Purple até hoje em dia. Portanto, Matiitas foi influente de certa forma no meu gosto pela guitarra elétrica e pelo volume da eletricidade. Matias Anguita Echiburu, apesar de ser um pouco chato às vezes, nunca deixou de ocupar um lugar de irmão em meu coração sonoro. 

Mas, voltando aos pedidos menos enfáticos de Jairo Neto por um retorno meu ao rock'n'roll, uma inteligente ideia dele foi propor ao meu grande irmão Vinícius que também conversasse comigo ... isso já tem um bom tempo. Anos. E eu, como bom obstinado que sou, sempre tentava explicar meus "sonhos segovianos" e justificava minhas escolhas explicando com fervor, quase religioso, a sofisticação do poder polifônico do violão, a delicadeza e sutileza do formato das unhas de um violonista, a imensa necessidade de imersão psicoacústica para a manutenção de uma pretensa habilidade de trânsito estilístico temporal no repertório do violão clássico, as incompatibilidades entre as técnicas de mão direita e esquerda no violão cássico e na guitarra elétrica, entre outras explicações técnicas que deviam parecer delirantemente absurdas para os meus amigos do rock'n'roll, mas, que correspondem, de fato, a uma pragmática realidade (ou quase isso, pelo menos). Mas, enfim, algum tempo depois, eu mesmo acabei me convencendo (não sei exatamente como) da necessidade de voltar a tocar guitarra elétrica. Curiosamente, e para minha surpresa, estou estudando mais violão clássico agora, depois de voltar ao rock e à guitarra eletrica ... paradoxos.

Continuando esta postagem um tanto quanto difusa de hoje, vou explicar de maneira breve e objetiva (não acredite nisso) o que aconteceu no dia 11 de janeiro de 2025. 

Decidimos, eu, Jairo e Vini, que haveria um reencontro musical. Que tocaríamos em power trio. Mas, o que tocariamos? Não tínhamos muita ideia. Apenas combinamos de fazer isso no sábado, 11/01 ... (Sabbath!). Inicialmente seria apenas um ensaio em estúdio. Mas, Jairo nos falou da possibilidade de tocarmos ao vivo, para uma pequena platéia, numa curta apresentação de 10 minutos, no sábado à noite, lá no Bacabelha - o bar onde Jairo toca blues nos sábados à noite, integrando o trio do guitarrista recifense Rodrigo Morcego. Nossa jam seria no intervalo da apresentação de Morcego. Só precisávamos respeitar o tempo disponível que seria de dez ou quinze minutos. Nas palavras dele "não pode passar de quinze minutos de maneira alguma". Tanto eu quanto Vini achamos prudente aceitar a oferta totalmente irresponsável que Jairo nos fez, de nos juntarmos para tocar ao vivo para uma platéia, depois de aproximadamente 30 anos que não tocávamos juntos. 

Na verdade, pelo menos no meu caso, eu não me apresentava em público com uma guitarra elétrica numa formação power trio há, no mínimo, 20 anos. Acho que a última vez que subi num palco com uma guitarra elétrica à frente de uma banda foi durante o meu curso de Licenciatura em Música na UFPE, provavelmente antes do ano de 2002. Na época, tínhamos um grupo de música instrumental chamado "Da Licença" e tocávamos em eventos da nossa universidade. Depois disso, ingressei no mundo do violão e da música clássica e minhas apresentações passaram a ser sempre acústicas (em teatros ou igrejas), com o meu repertório de violão solo, música de câmara com o "Duo Pessoa da Silva", além de outras formações e experiências nesse sentido. Mas, nada de rock, prog e muito menos guitarra elétrica ou qualquer outra coisa que estivesse plugada. 

Acredito que no caso de Vini tambem não foi muito diferente, uma vez que já faz muitos anos que o monstro da batera - Vini - deu lugar ao Prof. Vinicius Galvão, um pacato e muito atuante psicólogo, professor e pesquisador dos problemas que atordoam a alma humana ... tendo trocado as baquetas por ferramentas freudianas, mais sutis, há bastante tempo. 

De qualquer maneira, decidimos (pelo menos eu e Vini) que era hora de voltar ... e a melhor maneira era simplesmente voltar como quem nunca partiu. Começamos nossa jam improvisando sobre uma música que tocávamos no setlist do Van Ludwig: nossa própria versão instrumental para o Tema para a Procissão de N. Sra. Mãe dos Homens, uma música composta pelo pai de Vinícius, o médico e compositor Luis Paulo Galvão***. Para completar o risco de ser um completo fiásco, Vini havia nos avisado: "Papai estará na plateia hoje à noite". Mas, magicamente, ao começarmos a tocar, vi que isso que falam os mais antigos sobre "o espírito do rock'n'roll" ou coisa parecida, de alguma maneira é, de fato, verdade. Ficamos possuídos pelo som que produzíamos ... Jairo estava totalmente integrado nos graves com as emulações tribais primitivas das viradas da bateria de Vini ... eu fechei os olhos e simplesmente permiti que as notas embaixo de meus dedos falassem por mim ... De repente, estávamos improvisando em cima do tema de "The Rover" do Led Zeppelin, depois improvisos puros, soltos,  originais ... e, por um tempo, não sabíamos mais em que estrutura musical estávamos ... naturalmente (sem pensar mesmo) o riff de Purple Haze de Jimi Hendrix surgiu em baixo dos meus dedos e, instataneamente, o clima mudou. Jairo e Vini me seguiram em outra paisagem sonora por mais algum tempo ... até que, como que prevendo um devaneio, Jairo puxa, em plena euforia hendrixiana, o Tema para a Procissão de N. Sra. Mãe dos Homens novamente ... e, aos poucos, fomos voltando, voltando, voltando... Em aproximadamente dez ou doze minutos de Jam Session, desenvolvemos de maneira quase instintiva uma estrutura musical coesa de três movimentos, tornando assim a nossa jam uma verdadeira "Experiência Prog".

Provavelmente, as coisas não aconteceram exatamente assim ... mas, foi a forma que consegui de traduzir em palavras o que senti naquela noite sonora com os meus amigos do rock'n'roll, Vini Galvão e Jairo Neto. Aproveito também para agradecer ao guitarrista Rodrigo Morcego pela força, cedendo o espaço para nossa jam e, ainda por cima, me emprestando sua Gibson Les Paul para eu tocar naquela noite. É como eu disse lá no dia: "Marcelo, meu velho, você é o cara!"

Espero que este relato verídico (ou muito próximo disso) sirva de inspiração para que você pegue agora o seu instrumento musical e vá praticar. Como diz o professor e guitarrista de jazz pernambucano Nilton Rangel: "Todo dia um pouquinho, aqui. Meu filho. amanhã, melhor. Dez reais"


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*O Van Ludwig foi uma banda pernambucana, recifense, de prog rock, que atuou fortemente na cena underground do Recife, entre os anos 1988 e 1998. Era um quarteto que contava com a seguinte formação: Daniel Duarte (Teclado e Voz), Leonardo Nunes (Baixo e Voz), Vinícius Galvão (Bateria) e João Paulo Pessoa (Guitarra Elétrica). Apesar de termos gravado duas "fitas-demo" em estúdios e termos feito alguns programas de rádio (principalmente aparições no programa "Faixa Local" da Rádio Universitária FM), além de diversos shows (alguns dos quais lembro que foram registrados em fita cassete) ... ainda assim, não tenho até o presente momento nenhum registro disponível de nossas gravações. Mas há esperança. Estamos tentando entrar em contato com pessoas que podem possuir alguns desses registros.

            

**Escute aqui o CD do Cruor gravado em 1995. Tive a honra de fazer parte do Cruor e ser o guitarrista da banda na época da gravação deste CD. Algumas das obras do disco (como Insane Harmony, Game of Words, Banditry, entre outras) são também de co-autoria minha, junto com Jairo Neto e Zeca Aranha. Aqui está o link para a página do Cruor na plataforma Bandcamp: https://cruor.bandcamp.com/album/cruor


***Escute aqui o EP de Luis Paulo Galvão, "Cheguei Recife":  https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_kKyOgOmA2UQUOfEvisgmxkrd5m-UaDVGw&si=j5K4Hj-Q7KOxI8b3 ... N. Sra Mãe dos Homens é a terceira faixa do EP. 

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Agradecimentos muito especiais a Maria Flor ... pela revisão do texto e pela imensa força de sempre.


Grande abraço musical e bons estudos.

[]

Joaõ Paulo Pessoa.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

"Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa" agora é um podcast audiovisual. :)

 




Olá ... 2025 está começando com bastante atividade em nossa pequena bolha de conteudos. Como falamos anteriormente , e ainda faleremos muito, estamos em festa comemorando os 20 anos do nosso blog "The Tao of the Guitar" ... e muitas novidades ainda vão aparecer por aqui .. se preparem.

:)

Bem, já faz um bom tempo que comecei a fazer vídeos sobre discos em meu canal do Youtube. E tinha esses vídeos agrupados em uma playlist chamada "Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa". Pois bem, a novidade é que essa playlist agora virou um podcast audiovisual e é possível você acompanhar tanto no Youtube normal como também no Youtube Music (App de streaming música e podcasts do Google). Nosso podcast audiovisual "Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa" trata de apresentar, discutir e sugerir escutas musicais de gravações de vários estilos e gêneros em diferentes meios (CD, Streaming, Vinil, etc), além de propor um diálogo sobre as formas de apreciação musical e análise de gravações. Sempre levando em conta, prioritariamente, o ponto de vista do estudante de música e do  instrumentista.

Espero que seja útil. Aqui vai o link:

"Discos para ouvir - por João Paulo Pessoa"


Grande abraço musical e ótimos estudos.

[]

João Paulo Pessoa







segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Laboratório Psicodélico - Uma banda recifense dos anos 1990.


 

Olá ... mais um post para o nosso blog em 2025. 

Festejar os 20 anos de nosso blog "The Tao of the Guitar" me deixou um tanto quanto nostálgico ... me fez pensar em todos os projetos que participei. Além disso, acabamos de lançar nosso podcast "João Paulo Pessoa" ... e no primeiro episódio do meu podcast faço uma retrospectiva da minha trajetória na música, o que necessariamente me leva a lembrar de todas as minhas aventuras como guitarrista de rock. Curiosamente, tendo agora a pensar que, mesmo com todas as vivencias no violão e no universo da música clássica, mesmo apresentando-me há pelo menos 15 anos como "João Paulo Pessoa, professor de violão erudito ou violão clássico no Conservatório Pernambucano de Música", eu ainda me sinto (também) como um guitarrista de rock. No fundo continuei a ser rockeiro mesmo ... essa é que é a verdade. Na década de 1990 aqui na minha cidade (Recife - PE, Brasil) eu tive incriveis aventuras como guitarrista em muitas bandas de rock ... fazendo meus solos improvisados, gravando, ensaiando, compondo e, obviamente, fazendo muitos e muitos shows, gigs e jams. 

Um desses grupos em que tive o imenso prazer de colaborar com minha guitarra foi o Laboratório Psicodélico. Um grupo encabeçado pelo meu amigo Giba Carvalheira (hoje um escritor consolidado com vários livros publicados) ... ele cantava, tocava "guitarra base", fazia as letras e praticamente todas músicas eram dele mesmo. O Laboratório Psicodélico sempre foi  pra mim "a banda de Giba". Eu e os outros integrantes do grupo éramos coadjuvantes. Mas os arranjos eram feitos em grupo nos ensaios com um processo criativo coletivo ... e minha função (como sempre em minha aventuras musicais da época) era fazer os meus inspirados solos blues/rock nas canções do Laboratório Psicodélico. Era um rock pernambucano extremamente original e inteligente ... sem concessões a modismos e extremamente honesto e sincero. Felizmente, Giba tratou de trazer os registros que fizemos de maneira muito artesanal na época para os streamings do séc XXI. O que vocês ouvem ao acessar o EP do Laboratório Psicodélico nos streamings de música da atualidade, é um retorno à cena de bandas de rock extremamente alternativas da Recife dos anos 1990 ... uma época em que ainda chamavamos nossos registros de "Fita-Demo"

Então, resumindo antes de deixar aqui o link ... o Laboratório Psicodélico é uma banda recifense, pernambucana, brasileira. Este nosso Ep (originalmente uma fita demo) foi gravado em 1998. A banda existiu em torno das composições e da voz de seu principal fomentador e "bandleader" Gilberto Cavalheira (Giba). 

Esta era formação do Laboratório Psicodélico: 

Giba: voz e guitarra base

João Paulo Pessoa: Guitarra solo

Chico Palmeira: Baixo

Zeka Aranha: Bateria


Essa gravação foi feita um um estúdio aqui do Recife que ficava no bairro de Boa Viagem. Conhecido simplesmente por "Estúdio de Hubert" (o nome do técnico e proprietário do estúdio). Era como falávamos na época: "Gravado lá em Hubert". Mais de 20 anos se passaram ... muito legal ter vivido tudo isso.

Incrível mesmo o passar do tempo. 

Vou deixar aqui o link para o EP do Laboratório Psicodélico no YoutubeMusic por ser a plataforma que eu uso ... mas, você encontra para ouvir em outros streamings de música também.

Tenha uma boa viagem:

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mtRZNlw3-OodWF2pPTPJwtu-2cG8Trp5Y&si=CNGFGgJn1H9V9f9l


:)

[]

JPP