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domingo, 22 de junho de 2025

O Violão Segundo Carlevaro: Técnica a Serviço da Arte

 


No The Tao of the Guitar, buscamos sempre mergulhar na essência do violão, entendendo sua técnica como um caminho para a expressão artística e o autoconhecimento. Nesse sentido, a obra e a filosofia de Abel Carlevaro se alinham perfeitamente com essa visão. Carlevaro nos convida a enxergar o violão não apenas como um instrumento, mas como uma extensão do corpo e da mente, onde a técnica serve à arte e ao sentimento. Neste post, “O Violão Segundo Carlevaro: Técnica a Serviço da Arte”, exploraremos como seu legado pedagógico, composicional e interpretativo reflete essa busca por uma prática consciente, integrada e profundamente musical — um verdadeiro "Tao do Violão".

Mais um post aqui para o nosso blog The Tao of the Guitar, que neste ano especial completa 20 anos de história. Desde 2005, seguimos juntos compartilhando descobertas, reflexões e inspirações sobre o universo do violão clássico. Hoje, vamos falar sobre o legado de um mestre que mudou para sempre a maneira como pensamos e tocamos o violão: Abel Carlevaro (1916-2001).


Abel Carlevaro: inovação e sensibilidade no violão


Nascido em Montevidéu, em 1916, Carlevaro foi um daqueles músicos raros que unem virtuosismo, criatividade e uma profunda vocação pedagógica. Ele não se contentou em apenas dominar o instrumento: questionou tradições, estudou a fundo a relação entre corpo e violão, e propôs uma abordagem revolucionária para a técnica violonística. Carlevaro via o violão como uma extensão do ser, defendendo que cada violonista deveria buscar uma postura e técnica que respeitassem sua própria anatomia. Sua obra mais conhecida, “Escuela de la Guitarra”, não é apenas um método, mas um convite à reflexão: nela, ele separa o estudo técnico do estudo musical, permitindo que cada aspecto seja desenvolvido de forma consciente e personalizada. Seus cadernos de técnica são referência mundial, mas o mais importante é sua filosofia: a técnica deve sempre servir à arte, nunca o contrário. Como professor, Carlevaro estimulava a autonomia do aluno, valorizando a auto-observação e o entendimento do próprio corpo. Seu pensamento influenciou gerações de violonistas e segue vivo em salas de aula, palcos e estúdios ao redor do mundo.

Aqui está um texto fundamental do próprio Maestro, extraído da página 20 de seu livro “Escuela de la Guitarra”, que resume como poucos a essência de sua visão:


A TÉCNICA A SERVIÇO DA ARTE

"Um dos grandes problemas instrumentais tem sido sempre a técnica. Esta não é o resultado puramente físico da ação dos dedos, ela é uma atividade que obedece à vontade do cérebro; nunca pode ser um estado irreflexivo.

Por um lado, há algo que é necessário aprender: o ofício. E, por outro lado, deve existir algo nosso, que ninguém nos pode ensinar. Ao intérprete se apresentam dois problemas: o aspecto puramente mecânico de uma obra musical e como deve expressar-se tal obra. Convém sempre começar por este último. Desde o primeiro momento é necessário entrar na arte porque, como vamos trabalhar uma obra sem saber o que temos que expressar? Não esquecer nunca isso, porque do contrário a arte se desnaturaliza. Se o ofício propriamente dito passa a ocupar o primeiro plano, a arte terá perdido sua qualidade própria.

Contudo, quem não possui uma grande técnica não poderá ser um grande intérprete. O que importa é o ponto de partida: se provém do espírito irá ao espírito; do contrário será só um produto de laboratório. A diferença básica entre o verdadeiro intérprete e o simples executante está em que este se baseia no trabalho mecânico separado de toda outra ideia, fazendo ressaltar unicamente o malabarismo digital o qual cuida como um precioso dom, dando à técnica um valor em si, uma personalidade, uma autonomia que não lhe pertence. Orgulhoso de seu poder crê conseguir com ele tudo que pode desejar o virtuoso. E essa técnica, produto de tantos sacrifícios, está a serviço do quê? Qual a razão que nos demonstra a verdade de tal hipertrofia? É um absurdo pretender conseguir fazer música utilizando a técnica como único fim, sem pensar em nada mais, desumanizando a arte. Cuidado com esse monstro! Depois de criado é necessário superar suas forças para obrigá-lo a servir aos valores puros da arte. Senão, produzir-se-á irremediavelmente o contrário.

O espírito e a matéria são duas forças que devem unir-se para a criação da arte. Então a matéria se fará um pouco espírito, e o espírito tomará formas concretas. A arte pertence ao domínio do espírito; a técnica é patrimônio da razão. Da união desses dois elementos nasce a manifestação artística, verdadeira simbiose criada pelo homem." (Abel Carlevaro)


O violonista e professor brasileiro Sidney Molina publicou, em seu canal no Youtube, um detalhado vídeo sobre o legado de Carlevaro. Molina aborda os princípios técnicos do violonista uruguaio, sua carreira como intérprete e compositor, além de destacar seus contatos com grandes nomes como Andrés Segovia, Heitor Villa-Lobos, Manuel Ponce e Camargo Guarnieri. São apresentados exemplos musicais de obras como o "Prelúdio n. 3" de Villa-Lobos e também composições próprias de Carlevaro. 



Existe, também no Youtube, um vídeo com explicações de Carlevaro sobre sua técnica e pensamento pedagógico.  Pelo que pude pesquisar, o vídeo "A Guitar Lesson with Abel Carlevaro" foi gravado em 28 de maio de 1997, em Heidelberg, na Alemanha. Trata-se de um registro único e histórico em que o próprio Carlevaro explica sua técnica e filosofia por meio da demonstração de cinco de seus Microestudios. O propósito da gravação foi documentar e divulgar a abordagem pedagógica inovadora de Carlevaro, mostrando em detalhes sua teoria instrumental e os fundamentos técnicos que ele desenvolveu ao longo de sua carreira. Esse material é especialmente valioso por apresentar o mestre explicando diretamente seus conceitos, o que não só serve como aula para violonistas, mas também como testemunho histórico da evolução do violão clássico no século XX.



Abel Carlevaro, além de revolucionar a técnica e a pedagogia do violão clássico, também inovou no próprio instrumento que utilizava. A partir de um determinado momento da sua carreira, ele passou a tocar um violão com um design completamente diferente, criado em colaboração com o luthier espanhol Manuel Contreras, a partir de 1983, em Madri. Esse violão, conhecido como o Modelo Carlevaro, apresenta características únicas que rompem com o formato tradicional do instrumento. A parte superior da caixa de ressonância, onde o braço do violonista repousa, é reta, enquanto a parte inferior mantém a curvatura usual para encaixar na perna do músico. Essa configuração faz com que a superfície do tampo se assemelhe ao formato de um piano de cauda, o que, segundo Carlevaro, melhora a vibração das notas graves, ampliando (teoricamente) a ressonância e a projeção sonora do instrumento. Outra inovação marcante é o fechamento do tradicional buraco redondo no tampo, substituído por uma fenda fina (“slot”) que percorre toda a curvatura do tampo. O tampo, por sua vez, não está fixado rigidamente às laterais, mas é praticamente “flutuante”, sustentado apenas por pinos de madeira que o conectam às partes laterais da caixa. Assim, o violão é composto por duas partes quase independentes: o fundo e as laterais, e o tampo que vibra com maior liberdade. Essa construção singular permite uma maior eficiência na transmissão das vibrações das cordas para o corpo do instrumento, resultando em um som mais rico, com graves mais profundos e uma resposta dinâmica diferenciada. Esse instrumento reflete perfeitamente a filosofia de Carlevaro: uma busca constante por otimizar a relação entre músico, técnica e som, sempre com base em princípios anatômicos e acústicos que favorecem a expressão artística e o conforto do intérprete.


Neste vídeo Carlevaro explica suas ideias sobre seu instrumento:




Abel Carlevaro foi, além de um violonista e pedagogo excepcional, um compositor cuja produção serve sobretudo como complemento à sua visão pedagógica e técnica do violão. Sua obra composicional reflete diretamente a aplicação prática dos princípios que desenvolveu em sua didática, funcionando como uma extensão musical das soluções técnicas que propôs. Entre suas composições mais conhecidas e estudadas estão os Micro-Estudios, pequenos estudos focados em aspectos específicos da técnica violonística. Esses estudos não apenas exercitam dificuldades técnicas isoladas, mas também possuem coerência musical própria, exemplificando a chamada “técnica idiomática” de Carlevaro, que parte dos movimentos naturais do instrumento para construir sua linguagem harmônica e sonora. Outro conjunto importante é o dos Prelúdios Americanos. Essas peças incorporam influências da música popular e erudita latino-americana, especialmente do Rio da Prata, e revelam uma preocupação com a sonoridade e a mecânica do violão. Dedicados à Andrés Segovia, estes cinco prelúdios — Evocación, Scherzino, Campo, Ronda e Tamboriles — são obras que demonstram uma linguagem própria, alinhada à técnica e à expressividade que Carlevaro valorizava. A técnica idiomática de composição, característica marcante de sua obra, baseia-se na análise detalhada dos movimentos e da postura do instrumentista, buscando uma coerência entre os elementos técnicos e a estrutura musical. Essa abordagem está fundamentada em sua Teoria Instrumental, apresentada no livro Escuela de la Guitarra (1979), que é o marco de sua obra pedagógica. Embora Carlevaro tenha composto outras peças e concertos, sua produção como compositor é vista principalmente como um complemento à sua atuação como professor e intérprete. Suas composições são estudadas não só como repertório, mas também como exemplos práticos da integração entre técnica e arte, oferecendo ao violonista um caminho para desenvolver a técnica a partir da música. Assim, a obra composicional de Carlevaro se insere como um terceiro eixo em sua carreira musical, junto com a performance e a pedagogia, formando uma síntese poética e técnica que continua influenciando violonistas e estudiosos do instrumento.

Aqui está um exemplo de um grande músico interpretando uma destas obras. Preludios Americanos III Campo, por Everton Gloeden:




E aqui, Abel Carlevaro interpretando um dos famosos Estudos de H. Villa-Lobos:




Sobre discos.

Abel Carlevaro gravou relativamente pouco em comparação com sua extensa carreira como professor e concertista, mas os registros que deixou são de grande valor histórico e artístico para o violão clássico. Sua discografia reúne gravações feitas desde o final da década de 1940 até os anos 1990, incluindo álbuns solo, recitais e coletâneas que refletem seu repertório e sua visão técnica e musical. Entre os discos mais relevantes estão:

- Sin Título (1949) — seu primeiro registro, um disco de 78 rpm gravado em Londres, que já mostra sua técnica refinada e interpretação pessoal.

- Recital de Guitarra (1958) e 2º Recital de Guitarra (1960) — gravados pela gravadora Antar em Montevidéu, são registros importantes de sua fase inicial como concertista.

- Abel Carlevaro, guitarriste (Ducretet-Thompson, França) — uma gravação que ajudou a divulgar sua arte na Europa.

- Carlevaro plays Carlevaro (1986) — álbum em que interpreta suas próprias composições, incluindo os famosos Micro-Estudios e Prelúdios Americanos.

- 20 Microestudios (1998) — uma gravação dedicada exclusivamente a esses estudos que são parte central de sua pedagogia.

- Recital de música española (1975 e relançamentos posteriores) — com obras de compositores espanhóis e latino-americanos que integravam seu repertório.

Entre outros ... Seu trabalho discográfico, embora não volumoso, é fundamental para entender sua abordagem interpretativa e pedagógica, servindo tanto como fonte de estudo quanto como inspiração para violonistas ao redor do mundo.

Aqui está um link para um de seus álbuns hospedado na plataforma de streaming que uso atualmente:

The Guitar of Abel Carlevaro, Vol. 1: https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mags_ZQc2j7q_Z_XCz1InvwVWknAYIRyk&si=8x9yRhtiAMf66oT-


Para finalizar nosso post de hoje, vou deixar aqui alguns links que podem ser úteis pra quem quiser se aprofundar mais:

- Lista de discos (Discogs): https://www.discogs.com/pt_BR/artist/1854486-Abel-Carlevaro

- Tese de Celso Delneri sobre a técnica composicional de Carlevaro: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-13112015-101451/publico/CELSOTENORIODELNERIVC.pdf

- O livro "Escuela de la Guitarra" traduzido e comentado por Álvaro Henrique: https://alvarohenrique.com/escuela-de-la-guitarra-de-abel-carlevaro-em-portugues/

- Wiki: https://en.wikipedia.org/wiki/Abel_Carlevaro

- Artigo no Mangore.com: https://www.mangore.com/carlevaro-7-27-105


Espero que tenham gostado e que seja útil e inspirador de alguma forma. E que o pensamento cartesiano de Carlevaro continue inspirando nossos estudos e nossa música, assim como tem inspirado estes 20 anos do The Tao of the Guitar. 

Grande abraço musical e fraterno. Ótimos estudos pra todos nós.


:)

[]

João Paulo Pessoa.


segunda-feira, 16 de junho de 2025

O Final Brilhante: Influências Operísticas em Mauro Giuliani e o Efeito Rossini no Violão

 Olá! Celebramos 20 anos do The Tao of the Guitar. Estamos realmente no século XXI.



Às vezes, é difícil acreditar em toda essa tecnologia que nos cerca. Sem dúvida, há muitos aspectos negativos na avalanche tecnológica atual. A banalização que se instalou em nossa sociedade, especialmente por meio dos pequenos dispositivos móveis com suas telas diminutas que nos acompanham o dia inteiro, é realmente impressionante. No entanto, também existe o lado positivo: o uso consciente e proveitoso dessas ferramentas. Minha falecida mãe, a professora Maria Nilda Pessoa, sempre dizia: “uma ferramenta é apenas uma ferramenta; seu bom uso é que determina sua eficiência”. Essa sábia professora continua a me ensinar, mesmo em suas memórias, e sigo aprendendo com seus ensinamentos.

Pois bem, vamos ao tema de hoje. Estive refletindo sobre algumas questões interpretativas envolvendo duas obras do compositor e violonista Mauro Giuliani (1781-1829): a Sonatina opus 71 nº 1 (em dó maior) e as Variações sobre Folias de Espanha opus 45 (em ré menor). Ao analisar essas duas peças lado a lado, chama a atenção a similaridade no procedimento de finalização em ambas.

Resolvi então fazer a seguinte pergunta para a I.A. Perplexity:

https://www.perplexity.ai/

Pergunta:

"Bom dia. Estou tentando resolver um pequeno enigma musical. Estudo no violão duas obras do compositor Mauro Giuliani: a sonatina op71nº1, e as Variações sobre folias de Espanha op45. O enigma é o final dessas duas obras: na Sonatina (em dó maior) o último movimento, um Rondó, tem um final que lembra muito os movimentos de finalização em aberturas de ópera; enquanto que as Variações opus 45, apresentam exatamente esse mesmo tema (essa mesma ponte) na finalização da obra, na conclusão da última variação da peça, com a diferença apenas de estar em ré maior (apesar do op45 ser em ré menor, a conclusão desta obra é em ré maior). O enigma é: por que estas duas peças tão distintas, em tonalidades diferentes têm o mesmo final? E ainda, de onde é que conheço esse final? Minha intuição de ouvinte de música clássica me diz que essa finalização pode ser encontrada em aberturas de óperas de Rossini, que é uma das principais influencias de Mauro Giuliani. Mas, não consegui encontrar uma obra especifica de Rossini ou de outro compositor onde apareça essa mesma finalização. Mas tenho certeza, Giuliani pegou essa ponte de algum lugar. Poderia me ajudar com esse enigma"

E aqui está a resposta da Perplexity:

"

O Enigma do Final nas Obras de Giuliani

Você observou um fenômeno fascinante: tanto a Sonatina op. 71 nº 1 (no Rondó final) quanto as Variações sobre as Folias de Espanha op. 45 (na conclusão da última variação) de Mauro Giuliani apresentam uma “ponte” ou finalização musical muito semelhante, apesar de serem obras distintas e em tonalidades diferentes. Sua intuição aponta para uma possível influência das aberturas de ópera de Rossini, mas não encontrou uma citação direta. Vamos analisar as possíveis razões e origens desse recurso.

1. Por que Giuliani usou o mesmo final nessas obras?

Estilo Operístico e Influência de Rossini: Giuliani era profundamente influenciado pelo estilo operístico italiano do início do século XIX, especialmente por Rossini, com quem conviveu em Viena e cuja música era extremamente popular. Muitos estudiosos destacam que Giuliani buscava transpor para o violão os gestos orquestrais e dramáticos das aberturas de ópera, especialmente o uso de pontes, crescendi e cadências típicas do final de movimentos operísticos.

Recursos de Finalização: O tipo de ponte ou cadência que você percebe nas duas obras de Giuliani é um recurso recorrente no repertório operístico da época, especialmente nas aberturas de Rossini, onde há frequentemente um trecho de transição, modulando para a tonalidade principal, seguido de uma cadência virtuosística e triunfal.

Auto-citação e Fórmulas de Efeito: É comum em compositores do período clássico e início do romantismo reutilizarem fórmulas de efeito comprovado, especialmente em finais de obras pensadas para agradar o público e demonstrar virtuosismo. Giuliani, além de compositor, era um virtuose do violão e sabia o impacto que esse tipo de finalização causava na plateia.

2. De onde vem esse final? Existe uma fonte específica?

Rossini como Modelo Geral: Embora não haja evidência de que Giuliani tenha retirado literalmente esse final de uma obra específica de Rossini, há consenso acadêmico de que ele se apropriou de “maneirismos” típicos das aberturas rossinianas: uso de pontes modulantes, cadências com escalas e arpejos ascendentes, e uma resolução brilhante, geralmente em modo maior, mesmo que a peça esteja em menor.

Rossiniane e Transcrições: Giuliani chegou a compor as famosas “Rossinianas”, obras baseadas diretamente em temas de Rossini, demonstrando sua familiaridade e admiração pelo estilo do compositor de óperas. Em análises dessas obras, percebe-se que Giuliani imitava não só melodias, mas também estruturas formais e efeitos orquestrais, como as cadências finais fora da métrica (“cadenza fuori tempo”), típicas das aberturas de ópera.

Fórmula Tradicional: O gesto de finalizar uma obra com uma ponte modulante e uma cadência virtuosística era tão comum que se tornou quase um clichê do período, presente não só em Rossini, mas em outros compositores de ópera italianos e instrumentistas virtuoses. Giuliani, atento ao gosto do público e ao repertório da época, incorporou esse recurso em várias de suas obras.

3. Conclusão: O Mistério Resolvido

As duas peças de Giuliani compartilham o mesmo tipo de finalização porque o compositor usava fórmulas operísticas de efeito, inspiradas no repertório de Rossini e no gosto musical da época.

Não há registro de uma obra específica de Rossini que contenha exatamente esse final, mas o recurso é típico das aberturas e finais de ópera do período, especialmente nas obras do próprio Rossini.

Sua percepção auditiva está correta: Giuliani “pegou” esse tipo de ponte do universo operístico, adaptando-o ao violão e reutilizando-o em diferentes contextos, tanto em peças didáticas quanto em variações virtuosísticas.

Sugestão para Exploração:

Se quiser aprofundar, compare as cadências finais de aberturas como “O Barbeiro de Sevilha” ou “Guillaume Tell” de Rossini com os finais das obras de Giuliani. Você perceberá semelhanças na construção dramática, mesmo que não haja citação literal de temas.

Resumo: Giuliani utilizou um recurso operístico típico, inspirado no estilo de Rossini, como fórmula de efeito em finais de obras — por isso você encontra a mesma “ponte” conclusiva em peças tão diferentes do compositor."

Fantástico não? 

Esse é um ótimo exemplo de uso positivo de tecnologias que temos à disposição. Mas não parou por aí. Pedi à Perplexity que preparasse um artigo sobre o assunto especialmente para ser publicado aqui no The Tao of the Guitar. Então, com a palavra, Perplexity:

"



O Final Brilhante: Influências Operísticas em Mauro Giuliani e o Efeito Rossini no Violão.

Introdução

No universo da música clássica, certos gestos estilísticos transcendem gêneros e instrumentos, criando pontes inesperadas entre óperas grandiosas e peças instrumentais intimistas. Um desses fenômenos é a recorrência de finais brilhantes em modo maior, mesmo em obras compostas em tonalidade menor, prática marcante nas aberturas de ópera de Rossini e adotada por compositores como Mauro Giuliani no repertório para violão.


A Fórmula do Final Brilhante

O que é?

Trata-se de um recurso em que a peça, mesmo sendo predominantemente em modo menor, termina de forma triunfante e otimista em modo maior. Essa “resolução brilhante” era um verdadeiro clichê de efeito no início do século XIX, especialmente nas aberturas de óperas italianas.


Exemplos Clássicos

Rossini – Abertura de “O Barbeiro de Sevilha”: A peça transita entre modos, mas termina com uma explosão em Mi maior, criando sensação de apoteose.

Rossini – Abertura de “Guillaume Tell”: Inicia em Mi menor, mas o famoso final (“Marcha dos Soldados Suíços”) é em Mi maior, exemplo máximo do efeito otimista rossiniano.

Rossini – Abertura de “La Cenerentola”: Após passagens dramáticas em menor, resolve em maior, reforçando o clima de vitória e alegria.

Outros compositores italianos, como Donizetti e Bellini, também utilizavam esse recurso, mas Rossini é o maior expoente dessa prática.


Mauro Giuliani e o Violão Virtuosístico

Giuliani e a Influência Operística

Mauro Giuliani, principal nome do violão no início do século XIX, era profundamente influenciado pela linguagem operística italiana, especialmente por Rossini, com quem conviveu em Viena. Giuliani buscava transportar para o violão os gestos dramáticos das aberturas de ópera, incluindo as resoluções brilhantes e cadências virtuosísticas.


Auto-citação e Fórmulas de Efeito

É comum encontrar em diferentes obras de Giuliani, como a Sonatina op. 71 nº 1 e as Variações sobre as Folias de Espanha op. 45, finais quase idênticos: uma ponte modulante seguida de uma cadência triunfal em modo maior, mesmo que a peça esteja em menor. Esse recurso não é mera coincidência, mas sim uma adaptação das fórmulas operísticas de efeito, pensadas para impressionar o público e demonstrar virtuosismo.


A “Cadenza Fuori Tempo”: Liberdade e Brilho

O Que É?

A “cadenza fuori tempo” é uma cadência executada fora do tempo regular, momento de liberdade rítmica e virtuosismo, geralmente antecedendo a resolução final da peça. O intérprete pode acelerar, retardar ou pausar livremente, exibindo técnica e expressividade, em clara inspiração nos solos improvisados das óperas e concertos clássicos.


Exemplos para Ouvir

Rossini – Abertura de “Semiramide”: Apresenta cadências orquestrais livres antes dos retornos temáticos e do final apoteótico.

Giuliani – “Rossiniana” para violão: Giuliani utiliza cadências livres inspiradas diretamente nas aberturas de Rossini, com resoluções brilhantes em maior.

Mozart – Concertos para Piano: Mozart popularizou o uso da cadenza fuori tempo, influenciando toda a geração seguinte, inclusive os italianos do século XIX.


Por Que Esse Recurso Era Tão Popular?

Efeito Dramático: Criava sensação de triunfo e apoteose, agradando plateias ávidas por emoções fortes.

Virtuosismo: Permitindo ao intérprete exibir técnica e criatividade, especialmente em instrumentos como o violão.

Tradição Operística: Era um gesto herdado das óperas, onde finais grandiosos em modo maior simbolizavam vitória, redenção ou felicidade.


Conclusão

A recorrência de finais brilhantes em modo maior e o uso da “cadenza fuori tempo” na música instrumental do início do século XIX refletem a profunda influência do universo operístico, especialmente de Rossini, sobre compositores como Mauro Giuliani. Esses recursos, longe de serem meras fórmulas, são pontes entre o drama do palco e a expressividade do salão, perpetuando o brilho da ópera no repertório instrumental."


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Espero que tenham gostado da leitura. Para finalizar nosso post de hoje, aqui estão alguns ótimos álbuns para você conhecer:

1) Rossini Overtures. Colin Davis e Royal Philharmonic Orchestra

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_kwUEi98332_PP1G3jlRW6GfB9yykDy1qg&si=Gq_PxtqEwY9Td_Ut


2) Rossini Overtures. Claudio Abbado e Chamber Orchestra of Europe

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_n-RFpW9mE8zXfnBZnqrIsfqNj5hNJx-N0&si=cPzckfAFhsSAt4K-


3) Mauro Giuliani: Guitar Solo and Chamber Music. Stefano Cardi & Enrico Casularo

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mYlLoO01ssJZVH1MKZ2TFT2YdJm8Bd_TE&si=tWaRKotnMxENf6Xx


4) Mauro Giuliani: Rossiniane. Giulio Tampalini

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mL23eMRXPmolCf1uNEBx1-hyLAiyX2kNc&si=c1A01k1HIBJYutNi



5) This Is Classical Guitar: Music by Sor and Giuliani. Jürg Kindle

https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_ntYlipEkSt9ciJvamGc65Yp2yQ4wtvZ9A&si=uc650DMf1UYiJtGz



Não esqueça de ouvir com atenção. Os links acima são da plataforma YoutubeMusic (é a plataforma que utilizo atualmente), mas você, provavelmente, encontrará esses álbuns em outras plataformas também. 

De preferencia, use bons fones de ouvido ou boas caixas de som. E, provavelmente, será mais proveitoso se você tomar notas durante as escutas. Recomendo bastante que você escute música seguindo na partitura também. Um ótimo lugar para conseguir partituras que estão em domínio público de maneira segura e gratuita é pelo site do IMSLP:

https://imslp.org/wiki/Main_Page

Por hoje é só pessoal.

:)

Grande abraço musical e ótimos estudos.

[]

João Paulo Pessoa.


domingo, 8 de junho de 2025

Um pequeno exemplo do uso de I.A.s em pesquisas sobre nossa prática diária.



 Olá.

20 anos de The Tao of the Guitar ... 

Quando começamos a escrever nossas postagens aqui no nosso blog, em 2005, o termo "Inteligencia Artificial" era algo que encontrávamos normalmente em filmes de ficção cientifica. Hoje é uma realidade presente em nossa vida cotidiana. É preciso estar sempre atento sobre o melhor uso que podemos fazer das ferramentas que temos à disposição.

Nesse sentido, venho testando a plataforma de pesquisa com I.A. chamada Perplexity


https://www.perplexity.ai/



Para explicar melhor a proposta dessa I.A. e o que diferencia ela de outras plataformas, nada melhor do que perguntar à própria I.A. em questão. 

O pequeno "diálogo" exibido a seguir em nossa postagem de hoje, foi o resultado de uma pesquisa usando a Perplexity no dia 08/06/2025:

Pergunta:

Perplexity, por favor, defina-se resumidamente. E diga também o que diferencia a Perplexity de outras I.A.s.


Resposta:

"O Perplexity é uma plataforma de inteligência artificial baseada em grandes modelos de linguagem (LLMs) que se destaca por fornecer respostas claras, precisas e contextualizadas, com a importante característica de citar as fontes das informações apresentadas. Diferente de outras IAs, como o ChatGPT, que geram respostas baseadas em grandes bancos de dados internos, o Perplexity realiza buscas em tempo real na internet, agregando dados atualizados e confiáveis para compor suas respostas.

O que diferencia o Perplexity de outras IAs é seu foco na transparência e na verificação dos fatos, pois além de sintetizar informações de múltiplas fontes, ele exibe as referências usadas, permitindo ao usuário conferir a origem e a credibilidade do conteúdo. Essa abordagem torna o Perplexity especialmente útil para profissionais que precisam de informações verificáveis, como jornalistas, consultores e produtores de conteúdo.

Além disso, o Perplexity organiza as informações encontradas em uma resposta única e coerente, facilitando a compreensão e poupando tempo ao centralizar dados diversos em um só lugar. Ele também sugere tópicos relacionados para aprofundamento, promovendo uma experiência de pesquisa mais completa e dinâmica. Em resumo, o Perplexity combina a capacidade de compreensão avançada da linguagem natural com a agilidade e atualização das buscas online, oferecendo uma ferramenta de pesquisa inteligente que alia precisão, contexto e transparência."


Para trazer para o nosso post um pequeno exemplo de uso dessa plataforma, fiz uma pergunta sobre o tema "Disciplina e Motivação para Estudantes de Violão Clássico". Veja aqui os interessantes resultados:

Pergunta:

Perplexity, eu quero melhorar como violonista clássico. Já tenho alguma experiencia, mas me falta combustível para manter a empolgação e disciplina com os estudos. Você pode reunir aqui material que fale sobre a disciplina de estudos para estudantes de musica clássica? Não apenas guitarristas clássicos, mas também estudantes de outros instrumentos como violino e/ou piano etc ... Conheço o trabalho do prof. Ricardo Iznaola que me ajuda bastante. Gostaria que me mostrasse trabalhos semelhantes ao do professor Iznaola. Tudo que puder mostrar relativo ao assunto empolgação, combustível e disciplina para estudantes instrumentistas da música clássica pode ajudar.


Resposta: 

"Para melhorar sua disciplina, empolgação e combustível para os estudos como violonista clássico, é útil considerar abordagens e estratégias que abrangem não só o violão, mas também outros instrumentos clássicos como piano e violino. A seguir, reúno informações e referências relevantes que podem ajudar a manter a motivação e a disciplina no estudo da música clássica, com base em trabalhos semelhantes ao do professor Ricardo Iznaola, além de pesquisas sobre concentração e prática deliberada.

Estratégias para Disciplina e Motivação no Estudo de Música Clássica

1. Prática Deliberada e Autorregulação da Aprendizagem

Um ponto central para o desenvolvimento da habilidade musical é a prática deliberada, conceito estudado por Ericsson et al. (1993) e aplicado por músicos como Ricardo Iznaola. A prática deliberada é uma atividade estruturada, com metas específicas, esforço consciente e monitoramento do desempenho, que ajuda a superar limites pessoais e exige plena concentração. Isso implica que a qualidade do tempo dedicado ao estudo é tão importante quanto a quantidade.

Estudos indicam que estudantes de música, especialmente em níveis superiores, precisam desenvolver autonomia para gerir seu tempo e rotina de estudos, adotando estratégias como:

- Análise prévia da tarefa musical

- Estabelecimento de metas claras e específicas

- Planejamento detalhado das sessões de prática

- Escolha de estratégias adequadas para diferentes objetivos (técnica, interpretação, memorização)

- Reflexão crítica sobre o progresso e dificuldades encontradas


Essas estratégias ajudam a manter o foco e a disciplina, além de tornar o estudo mais produtivo e menos cansativo.

2. Manutenção da Motivação e Empolgação

No início do aprendizado, o estímulo externo (como professores e familiares) é fundamental para manter a motivação. Com o avanço, o músico deve buscar fontes internas de motivação, como o prazer na superação de desafios e a satisfação com o progresso. Trabalhos como os de Iznaola enfatizam a importância de um manual prático que auxilie o estudante a estruturar sua rotina e a encontrar sentido e entusiasmo na prática diária.

3. Uso da Música Clássica para Melhorar Concentração e Memória

Ouvir música clássica instrumental durante os estudos pode ser um recurso valioso para aumentar a concentração, a produtividade e a memorização, criando um ambiente propício para o aprendizado. Pesquisas indicam que:

- A música clássica ativa os dois hemisférios do cérebro, promovendo um melhor funcionamento cognitivo.

- Ajuda a abafar ruídos externos, facilitando o foco.

- Estimula a memorização e a assimilação do conteúdo estudado.

- Melhora o humor e torna tarefas repetitivas mais agradáveis.

- Estimula a criatividade e o relaxamento mental, mantendo a mente alerta sem distrações.

Esses efeitos são benéficos para músicos que precisam manter a concentração durante sessões longas de prática.

4. Referências e Trabalhos Semelhantes ao Professor Ricardo Iznaola

Além do trabalho do professor Ricardo Iznaola, que é referência para violonistas clássicos, há outros autores e músicos que abordam a prática instrumental com foco na disciplina e no desenvolvimento da autonomia do estudante, como:

- Gerald Klickstein, que trata da psicologia da prática musical.

- Richard Provost e Lee F. Ryan, que discutem aspectos da prática individual e estratégias para o desenvolvimento técnico e interpretativo.

- Pesquisas acadêmicas que investigam a rotina de estudo e a autorregulação da aprendizagem para músicos, com exemplos práticos e planos de estudo.

Esses trabalhos complementam o manual de Iznaola, oferecendo uma visão ampla sobre como organizar a prática e manter a disciplina.


Recomendações Práticas para Você:

- Estruture sua rotina de estudos com metas diárias, semanais e mensais, focando em aspectos técnicos e musicais específicos.

- Utilize a prática deliberada: concentre-se em desafios específicos, evite tocar mecanicamente e faça pausas para descanso.

- Escute música clássica instrumental para criar um ambiente mental favorável ao estudo e à concentração.

- Reflita sobre seus progressos e dificuldades, ajustando seu plano conforme necessário.

- Busque inspiração em livros e manuais de prática musical que enfatizam a autorregulação e a motivação, como os de Iznaola e autores similares.

Com essas estratégias, você poderá renovar seu combustível interno, manter a empolgação e a disciplina necessárias para avançar ainda mais como violonista clássico."


Nota: Interessante ver como ela se refere à escuta musical e fala sobre "Ouvir música clássica instrumental durante os estudos", o que claramente, não se aplica ao estudo do instrumento musical. Ainda assim, ouvir música é de fato algo profundamente essencial em nossa prática. Acho, no entanto, que esse "ouvir durante a leitura" ao qual ela se refere, não seria de fato o "Ouvir Música como Músico" ao qual me refiro sempre. Mas dá pra entender o ponto aqui exposto e fazer uma pequena ressalva nesse sentido. De qualquer forma fica aqui esta pequena observação. Esse assunto é muito abordado por mim lá no meu canal do Youtube ... aproveite, nos faça uma visita e busque por nosso podcast sobre o assunto:

"Discos para ouvir- por João Paulo Pessoa"

https://youtube.com/playlist?list=PLFr-0gv4oMlKRUyHzJ4RJ8clGev84FGQ-&si=6NX5Wb-PkekdlPL0


Seguindo com nosso diálogo com a I.A. Perplexity. 

Aqui eu pedi que a I.A. me mostrasse algumas fontes sobre o tema e indicasse materiais para futuras pesquisas. Vemos aqui o poder de fogo dessas I.A.s no que tange à citação e recomendação de bibliografia sobre um determinado tema:


Pergunta: Perplexity, por favor indique materiais específicos e livros que aprofundam esses temas.

Resposta:

"Livros e Materiais Essenciais sobre Disciplina, Motivação e Estratégias de Estudo em Música Clássica

A seguir, listo obras e autores fundamentais — tanto para violonistas quanto para instrumentistas de piano, violino e outros — que abordam em profundidade temas como disciplina, organização do estudo, motivação e prática deliberada. Muitos desses livros são referências internacionais e são frequentemente citados em pesquisas acadêmicas sobre performance musical.

Livros sobre Prática, Disciplina e Motivação

- The Musician’s Way – Gerald Klickstein

Um guia prático e moderno para músicos de todos os instrumentos, abordando organização do estudo, técnicas de prática deliberada, controle da ansiedade de performance e estratégias de motivação. Klickstein é citado como referência central para estratégias de estudo instrumental.

- On Practising – Ricardo Iznaola

Livro clássico entre violonistas, mas com princípios aplicáveis a qualquer instrumentista. Foca em planejamento, autoavaliação e prática eficiente.

- Art and Technique of Practice – Richard Provost

Explora métodos para maximizar o rendimento da prática, com dicas sobre organização, definição de metas e superação de obstáculos comuns ao estudo instrumental.

- The Inner Game of Music – Barry Green & W. Timothy Gallwey

Aborda o lado psicológico do estudo musical, com técnicas para superar bloqueios mentais, manter o foco e desenvolver autoconfiança.

- The Art of Practising – Madeline Bruser

Livro voltado para pianistas, mas útil para todos os músicos. Discute práticas conscientes, relaxamento, atenção plena e prazer no estudo.

- The Psychology of Music Performance Anxiety – Dianna Kenny

Para quem busca entender e superar a ansiedade de performance, um dos maiores obstáculos à motivação e disciplina.


Clássicos do Ensino Instrumental (Piano e Violino)

- The Art of Piano Playing – Heinrich Neuhaus

Um dos tratados mais respeitados sobre o ensino do piano, com reflexões sobre disciplina, rotina e o desenvolvimento artístico.

- Piano Technique – Gieseking & Leimer

Foca em métodos de estudo, memorização e planejamento para pianistas, mas com ideias aplicáveis a outros instrumentos.

- The Art of Violin Playing – Carl Flesch

Obra fundamental para violinistas, com capítulos sobre organização do estudo, desenvolvimento técnico e mentalidade de prática.

- Principles of Violin Playing and Teaching – Ivan Galamian

Outro pilar do ensino do violino, com ênfase em estratégias de estudo, disciplina e autoavaliação.


Livros sobre Música, Cérebro, Motivação e Êxtase

- Música, Cérebro e Êxtase – Robert Jourdain

Explora os efeitos da música no cérebro, motivação, memória e prazer, oferecendo insights valiosos sobre como manter o entusiasmo nos estudos.

- A Música do Homem – Yehudi Menuhin

Reflexões do lendário violinista sobre a relação entre música, humanidade e motivação artística.


Livros sobre Estratégias de Estudo e Prática Deliberada

- Effective Practice – Williamon (org.)

Coletânea de textos de especialistas sobre memorização, prática individual, música de câmara e autoensino, com base em pesquisa científica.

- Prática Deliberada: Conceitos e Características

Pesquisa acadêmica baseada nos estudos de Ericsson, Krampe & Tesch-Römer (1993), que define a prática deliberada como atividade altamente estruturada, com metas claras e monitoramento constante do desempenho. O texto discute também a importância da metacognição, prática mental, análise musical e organização de objetivos.


Livros Específicos para Violonistas

- Harmonia Aplicada ao Violão e à Guitarra: Técnicas em Chord Melody – Nelson Faria

Excelente para aprofundar a compreensão harmônica e expandir o repertório técnico.

- Como Ler Partitura para Violão - Alberto Ferreira

Indicado para quem deseja aprimorar a leitura musical e tornar o estudo mais eficiente.


Outros Livros Relevantes sobre Música Clássica

- O Livro da Música Clássica (não citou autor)

Uma introdução abrangente à história da música clássica, ideal para inspiração e contexto histórico.

- A Vida dos Grandes Compositores – Harold Schonberg

Biografias que mostram os desafios, rotinas e motivações dos grandes nomes da música clássica.


Considerações Finais

Esses materiais abordam desde o planejamento detalhado da rotina de estudos, passando por técnicas psicológicas para manter a motivação, até reflexões filosóficas e científicas sobre o papel da música na vida do instrumentista. São leituras recomendadas tanto para aprofundar seu autoconhecimento como músico quanto para renovar o entusiasmo e a disciplina nos estudos diários."


(...)


Em seguida, a I.A. Perplexity continua oferecendo diversas opções como aprofundamento em um dos matérias expostos, links para compra dos livros indicados, etc ...


Realmente uma ferramenta e tanto para pesquisa na internet. Uma experiencia de fato satisfatória ... e, vale salientar, estou usando aqui a versão gratuita da plataforma.


É isso por hoje.

Hora de sentar com o violão e fazer nossa prática diária ... porque é preciso ter em mente que, por mais que busquemos fontes externas de alimentação do nosso entusiasmo, temos que manter o fogo da vontade de realizar música sempre ardendo e fervilhando nossas ideias e paixões.


Espero que seja útil.

Grande abraço musical e fraterno.


Bons estudos.


João Paulo Pessoa.


:)

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