Olá, caros leitores!
Gostaria de indicar um bom livro de dicas e conselhos para violonistas (em inglês). Na verdade é um manual que serve muito bem para todos os instrumentistas.
aí vai o link pra uma livraria onde vende:
ou vc pode tbm ir na pagina do autor, o grande Professor e Violonista Ricardo Iznaola:
vou postar aqui um pequeno trecho do inicio do livro, traduzido para o português pelo Professor carioca Nicolas de Souza Barros:
obs: Encontrei esta tradução na internet.
"RICARDO IZNAOLA - COMO ESTUDAR
Um Manual para Alunos de Performance no Violão
Tradução de Nícolas de Souza Barros *
I - Princípios do Bom Estudo
1.Introdução
O que ocorre na sala de concertos é consequência direta do que é feito na sala de estudos. Não há mágica nem mistério: o estudo eficiente resulta na boa execução. O estudo ineficiente significa más execuções.
Para aprender a estudar efetivamente o executante deverá primeiro compreender a natureza do desafio peculiar que é a execução pública, e da sua capacidade de enfrenta-la não somente com sucesso, como também gostar da experiência. Gostar da música, e até gostar de tocar música ( para você mesmo), não garantem o sucesso do executante. A pessoa deverá sentir a necessidade de compartilhar com outros esta ex- periência para poder se tornar um bom intérprete.
A abordagem ao estudo descrita neste tratado é focada na meta definitiva da boa execução em público. O ato de estudar bem, neste contexto, significa atingir a meta de tocar bem em público.
2.Equilíbrio Interno
O alicerce do bom estudo é a obtenção e manutenção de um estado de equilíbrio interno. O equilíbrio interno pode ser definido como um estado mental/espiritual de vigilância e prontidão para a atividade intelectual, sem tensão emocional. É caracterizado pela ausência de atitudes preconcebidas sobre nos mesmos e por um sentido aguçado de curiosidade. O equilíbrio interno poderá ser obtido somente quando as seguintes condições são cumpridas:
A. Imparcialidade emocional com relação ao material que está sendo estudado. Não podemos ficar afetados emocionalmente pelos altos e baixos que ocorrem naturalmente no estudo. Não podemos nos culpar pelos erros, embora sempre devemos tomar conhecimento destes. Devemos agir, e sentir, como cientistas em um laboratório. Observamos, friamente, os resultados das nossas experiências.
B. A observação objetiva do que estamos fazendo e dos resultados que estamos obtendo. Nunca ignoramos as nossas falhas, nem paramos de ouvir atentamente a tudo que fazemos. Nunca paramos de observar as sensações produzidas pelo ato físico de tocar.
C. Facilidade de movimento no ato de tocar. Desenvolvemos um senso aguçado em relação à quantidade de esforço necessária para a realização dos movimentos e continuamente tentamos diminui-la. Não podemos permitir que a dificuldade, e muito menos a fadiga ou a dor, se tornem parte da nossa abordagem do instrumento. A facilidade de ação é resultado direto de termos desenvolvido um senso muscular refinado do equilíbrio externo (que descreveremos depois).
Quando nosso equilíbrio interno é perturbado nosso estudo não poderá ser frutífero. Freqüentemente, isto ocorre quando não estamos tocando bem e fazemos erros. Nos tornamos frustados com a nossa incompetência, começamos a nos culpar, a ansiedade começa a tomar conta do nosso espírito, a tensão emocional decorrente se desdobra em tensão física (o que torna as coisas ainda mais difíceis), e perdemos a naturalidade dos movimentos. Como conseqüência deste processo, paramos de nos ouvir objetivamente, em parte porque estamos subconscientemente tentando proteger a nos mesmos das sensações dolorosas de frustação e incapacidade. Então entramos numa espiral perniciosa que somente piora, na medida que persistimos neste anti-estudo. Também perdemos a motivação e a vontade de estudar.
Devemos aprender a identificar o processo descrito (do anti-estudo) em cima para que consigamos evitar a perda da eficiência ao estudar, antes que os maus hábitos tomem conta do nosso contato com o instrumento.
3. Equilíbrio Externo
O equivalente físico do equilíbrio interno é o equilíbrio externo, que pode ser definido como um estado de vigilância e prontidão para a ação de um membro corporal, sem tensões disfuncionais. É caracterizado por sensações de falta de peso e falta de esforço. É uma atitude de um membro que fica aproximadamente entre o colapso (relaxamento total) e a rigidez (tensão pronunciada).
Aprender a identificar e utilizar o equilíbrio como norma da atividade física quando em contato com o instrumento é a chave de conseguir a facilidade dos movimentos. Para tanto, devemos distinguir entre as sensações de peso e de esforço.
Sensações de peso (queda) são produzidas quando permitimos que a gravidade atue sobre os nossos membros. As sensações de esforço (o ato de vencer uma resistência – por exemplo levantar um braço) ocorrem quando resistimos à gravidade, ou algum outro tipo de resistência, através do esforço muscular.
O membro em equilíbrio produz uma sensação de leveza (semelhante à sensação de boiar), pela oposição equilibrada entre a força da gravidade e o esforço muscular necessário para vencê-lo. Deve ser claramente entendido que o equilíbrio é uma norma, uma referência que nos ajuda a controlar a quantidade de esforço necessário para um determinado movimento. Existe uma gama muito grande de graus de esforço para se tocar adequadamente um instrumento. O problema consiste em definir quanto esforço, e quando devemos aplica-lo. O controle total do equilíbrio muscular é a chave do problema. "
*Nícolas de Souza Barros é Professor de Violão Clássico e Música de Câmara da UNI-RIO desde 1990. Também é um dos maiores especialistas brasileiros em instrumentos antigos de cordas dedilhadas, fazendo parte do Quadro Cervantes, com o qual já gravou dois Cd’s .
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É isso aí amigos! Espero que tenham gostado desta postagem e que aproveitem bem estas informações.
Grande Abraço a todos! e Bons Estudos!
João Paulo Pessoa.
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