Este blog é um espaço para a publicação de artigos sobre música, arte, literatura, poesia, filosofia, citações, fotos, textos, vídeos e idéias sobre a arte de decifrar os segredos desta caixa mágica de sons que é o violão.
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Grato pela visita.
O corpo didático da obra de Sor é composto por seu método e pelos vários estudos, lições e exercícios que o autor publicou e que hoje conhecemos como as obras com os seguintes números de opus:
opus 06
opus 29
opus 31
opus 35
opus 44 e
opus 60
Em uma postagem recente falei um pouco sobre o opus 60.
Pois bem, em seus comentários na edição da Tecla dos Estudos Completos de Sor, o pesquisador Brian Jefrey define que o opus 44 seria uma espécie de complemento ao opus 60, como um anexo ou adendo. De fato, faz sentido. Mas é possível também que o ilustre compositor espanhol estivesse presenteando os estudantes com pequeninas suítes instrumentais ou sequencias de peças para serem apresentadas no palco e contribuir para seu amadurecimento artístico. Isso porque no opus 44 as peças estão agrupadas por tonalidade formando sequencias. Fica a dica para reflexão.
Olá .... esse deveria na verdade ser o primeiro post do blog ... ou estar no cabeçalho. Mas, com um pequeno atraso de mais de quinze anos, vamos começar a falar um pouco mais sobre isso.
Na época em que eu era estudante universitário comecei a me interessar muito por filosofias orientais ... budismo, história do Japão, yoga, e finalmente o taoísmo. Na época tinha um livro que era bastante comentado chamado O Tao da Física, de Fritjof Capra, que falava sobre a quebra de paradigma nas ciências modernas. O nome do blog foi inspirado por todas essas influências, mas principalmente pelo livro principal do taoísmo que é o Tao Te Ching de Lao Tsé. Se você nunca ouviu falar vale a pena ler um pouquinho sobre o assunto:
Bem, mas o que o Tao tem a ver com o violão e a música?
Tudo.
Na verdade uma das principais coisas que reviram nossa cabeça quando vamos estudar um pouco sobre taoísmo é a impossibilidade de conceituar o Tao:
"Quem sabe sobre o Tao não fala sobre ele"
Algumas ideias sobre o fluxo dos movimento (flow) e a "ação pela não ação" (Wu-Wei) influenciaram muitos atletas, músicos, bailarinos, entre outros. Ao analisarmos nosso trabalho de repetição, a prática discursiva, a movimentação constante, etc .. percebemos que tudo está ligado ao flow . É impossível tocar bem o estudo nº1 de Villa-Lobos, por exemplo, sem entrar no estado de comunhão com a música que é descrito no Tao ... o uso dessa filosofia em nossa pratica diária nos coloca em um incrível caminho de consciência em relação à tudo que nos cerca, a nós mesmo e ao universo. O que fazemos em música está perfeitamente alinhado com as ideias presentes nesta doutrina filosófica ... estudar música através de um instrumento musical é praticar a vida.
Espero ter confundido mais do que explicado ... mas se de alguma forma você está curioso então valeu a pena.
Fica aqui um pequeno vídeo em inglês (mas com legendas) que encontrei no youtube.
Esta pequena peça foi escrita originalmente para cravo e está no Clavier-Büchlein vor Wilhelm Friedemann Bach, livro de peças didáticas dedicado ao segundo filho de J. S. Bach.
Segundo Karl Geiringer, este pequeno minueto foi na verdade escrito pelo próprio Wilhelm ... esta informação pode ser consultada na pág. 77 do livro Dance and the Music of J. S. Bach das autoras Meredith Little, Natalie Jenne. Segue o link para consulta:
Tive a sorte de poder tocar este minueto com a multi-artista Maria Flor de duas maneiras distintas.... como duo de violões e com voz e violão. Esta segunda maneira foi ideia de Maria e eu realmente me surpreendi com o resultado.
Aproveito para mais uma vez agradecer publicamente:
Maria, obrigado por fazer música comigo.
:)
Espero que gostem das duas versões. Esta pequena peça pra mim é como se fosse um Haikai ... as belezas mais surpreendentes podem estar nas coisas mais simples.
Não consigo nem encontrar palavras pra descrever a importância do Duo Assad para nossa música e a felicidade de ouvi-los nas comemorações dos 90 anos do Conservatório Pernambucano de Música.
O repertório inteiro é incrível ... a ultima obra do programa é muito emocionante.
Esse é um duo de violões que dispensa apresentações. Tive o enorme prazer de conhecê-los pessoalmente quando estiveram aqui em Recife no IV Seminário de Violão José Carrion e fiquei muito feliz por sua participação nas comemorações dos 90 anos do nosso Conservatório Pernambucano.
Muitos consideram o compositor espanhol Fernando Sor como o Beethoven do violão ... e de fato a comparação tem bastante sentido. Lembro de ter assistido uma palestra com o grande Leo Brouwer em que ele fazia essa comparação, recomendando muito a escuta atenta do mestre de Viena para os que queriam se aventurar nas obras de Sor.
Os reflexos desta influencia estão espalhados por toda obra do compositor espanhol ... mas seria essa comparação útil e musicalmente (ou intelectualmente) acessível para os os iniciantes? Eu acredito que sim. Se você está começando sua jornada nas seis cordas e resolveu trilhar o caminho do violão clássico eu recomendo fortemente a exploração dedicada e cuidadosa do opus 60 de Fernando Sor. Uma aventura musical incrível e à prova de arrependimentos.
No meu canal eu postei um video com as 5 primeiras lições pra dar uma ideia da jornada. Espero que gostem.
Parabéns a todos que se empenharam pra participar da nossa audição de violão online no Conservatório Pernambucano de Música nesse 2º semestre de 2020. Vocês são de fato o CPM.
Grande abraço e vamos continuar com os bons estudos.
Um pouco mais da nossa participação na Semana da Música do Departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco. Aproveitem pra conferir os outros videos do canal Musicac.
Em 2017 o músico e luthier Jobeni Oliveira convidou o Duo Pessoa da Silva pra gravar algumas peças em seu estúdio. Este video representa uma parte dos resultados que conseguimos naquela tarde super agradável no Estúdio do Rozario em Olinda.
Essa é mais uma daquelas postagens sobre peças conhecidas que adoramos. Esse preludio de J. S. Bach é uma pequena joia preciosa. Foi provavelmente escrito entre 1717 e 1723. Originalmente para cravo-alaude (Lautenwerck)*. Sua tonalidade original é dó menor. No violão encontramos transcrições em lá menor e em ré menor.
